Teoria Da Contingência

Revisão de Literatura

Teoria da Contingência

A Teoria da Contingência diz respeito a uma das mais ecléticas Teorias, pois considera contribuições de outras, e ainda aspectos como ambiente, tecnologia, pessoas, estruturas, tarefas e pessoas.

Segundo o dicionário Aurélio, Contingência é considerada como uma eventualidade, algo que pode acontecer ou não. Isso pode significar que essa abordagem diz que os objetivos não são alcançados segundo uma diretriz, ou forma, mas sim através de vária variáveis. Estas variáveis comtemplam os aspectos citados anteriormente (sendo ambiente, tecnologia, pessoas, estruturas, tarefas e pessoas). A teoria da contingência salienta o ambiente, colocando este como fator principal para o comportamento das organizações. A tecnologia virá aliada ao ambiente, adaptando os dois fatores em face de globalização para os conceitos organizacionais.

De um modo geral, a teoria diz que o que ocorre dentro de uma organização depende de como estas trabalham e do ambiente externo. Não há nada certo, e tudo é relativo.

Origem

A teoria surgiu a partir de muitos estudos realizados na década de 60, que verificassem os modelos das organizações, e assim obter os mais eficazes para cada tipo de empresa. Essas pesquisas confirmavam se as organizações seguiam os princípios da Teoria Clássica, que prega a divisão do trabalho, a especialização do operário, e a ênfase na estrutura.

As pesquisas demonstraram que o modo como as empresas funcionavam variam de acordo com o ambiente que a empresa escolheu como domínio de operação, ou seja, as condições são ditadas a partir do ambiente externo da empresa, e isso acaba afetando a organização, de modo positivo, através de oportunidades, ou negativos, como ameaças.

O ambiente significa tudo o que irá envolver externamente a organização, será o contexto no qual a organização estará envolvida. E pode ser analisado nos seguintes aspectos:

Ambiente Geral: que representa o ambiente comum a todas as organizações, que envolvem as condições tecnológicas, econômicas, políticas, legais, demográficas, ecológicas e culturais.

Ambiente de Tarefa: representa o ambiente mais específico de cada organização, que se constituem pelos seus clientes, concorrentes, entidades reguladoras e fornecedores.

A Tecnologia pode ser considerada como conhecimento que pode ser utilizado para transformar elementos em bens ou serviços, havendo modificação em suas características. Toda organização tem suas tecnologias, podendo ser mais sofisticada, o mais avançada possível, ou pode ser uma tecnologia rústica.

Há ainda a chamada tecnologia não incorporada, que representam as pessoas que desenvolvem sua função específica dentro da empresa. A tecnologia não incorporada, por sua vez, significa o capital, as matérias-primas. Ou seja, a tecnologia estará de alguma forma incorporada dentro da organização, havendo a transformação de matérias-primas em produtos consumíveis.

Assim, a tecnologia pode ser uma ferramenta para as empresas aumentarem ainda mais a eficiência, e por isso tem influenciado as organizações.

Desse modo, os fatores vistos, tais como ambiente e tecnologia são importantes para verificar o comportamento das organizações, podendo representar oportunidades ou ameaças, que influenciam em sua estrutura e processos internos, que devem ser sempre identificadas, especificadas e reformuladas para uma melhoria contínua em sua administração.

As principais pesquisas feitas acerca do comportamento das organizações são abordadas a seguir:

• Pesquisa de Chandler sobre Estrutura e Estratégia

Chandler estudou o comportamento de quatro grandes empresas- Dupont, General Motors, Standart Oil e a Sears Roebuck, e faz uma análise comparativa demonstrando como essas corporações foi sendo adaptada a sua estratégia. Chandler viu que a estrutura organizacional é a forma que a organização assumiu para integrar seus recursos, e a estratégia corresponde ao plano global de alocação dos recursos para atender ao que está sendo exigido pelo ambiente.

Ele também chegou a conclusão que as organizações passam por quatro fases:

1) As empresas acumulam seus recursos de forma a ampliar suas instalações e formar uma rede de distribuição. Surge aí o controle por integração vertical que permite a economia em escala.

2) Empresas integradas precisam se organizar, pois acumulam muitos recursos além do necessário. Assim, os custos precisam ser contidos, por meio de uma estrutura onde os lucros dependem da racionalização da empresa e a estrutura deve se adequar as oscilações do mercado. Através do planejamento e organização, as empresas procuram reduzir os riscos das flutuações.

3) Depois de uma organização geral, a empresa irá buscar a diversificação, através de novos produtos e mercados.

4) A organização fará uma análise mercadológica na abrangência de novos mercados. A aplicação dos recursos em expansão será racionalizada, junto com a o planejamento estratégico, os objetivos da organização e a avaliação de desempenho. Ou seja, ambientes diferentes irão levar as empresas a dotar estratégias diferentes, que exigem diferentes estruturas organizacionais.

• Pesquisa de T. Burns e G.M. Stalker sobre organizações mecanicistas e orgânicas.

Procuraram verificar a relação entre as práticas administrativas e o ambiente externo de cada organização. Viram que cada organização adotava diferentes métodos, e classificaram estas em dois tipos:

1) Mecanicistas: é uma estrutura burocrática que é organizada a partir da divisão do trabalho, havendo uma hierarquia rígida, sendo o fluxo de informações quase sempre de cima para baixo, e retornos de baixo para cima. As atividades são rotineiras e se repetem de modo indefinido. As atribuições dadas aos cargos são fixas, definidas e delimitadas, e as decisões são tomadas pela cúpula da organização. Organizações desse tipo