ÉTICA E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS HOJE
Relatório de pesquisa: ÉTICA E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS HOJE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ajfslf • 22/10/2014 • Relatório de pesquisa • 2.263 Palavras (10 Páginas) • 268 Visualizações
ÉTICA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HOJE
Mario Sergio Cortella
Professor-Titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP
Ressaltemos desde o início: a ética é uma questão absolutamente humana! Só se pode falar em ética quando se fala em humano, porque a ética tem um pressuposto: a possibilidade de escolha. A ética pressupõe a possibilidade de decisão, ética pressupõe a possibilidade de opção.
É impossível falar em ética sem falar em liberdade. Quem não é livre não pode, evidentemente, ser julgado do ponto de vista da ética. Outros animais, ao menos nos parâmetros que utilizamos, agem de forma instintiva, não deliberada, sem uma consciência intencional. Cuidado. Há quem diga: “Eu queria ser livre como um pássaro”; lamento profundamente, pois pássaros não são livres, pássaros não podem não voar, pássaros não podem escolher para onde voam, pássaros são pássaros. Se você quiser ser livre, você tem de ser livre como um humano. Pensemos em algo que pode parecer extremamente horroroso: como disse Jean-Paul Sartre, nós somos condenados a ser livres.
Da liberdade, vêm as três grandes questões éticas que orientam (mas também atormentam, instigam, provocam e desafi am) as nossa escolhas:
Quero? Devo? Posso?
RESUMO
Administração com Responsabilidade Social (ARS) pode ser entendida como a operação de uma empresa de forma a que essa atenda às expectativas da sociedade em termos de respeito à lei, aos valores éticos, às pessoas, à comunidade e ao meio ambiente. Há a percepção de que a prática da ARS é positiva para os negócios, razão que aliada às pressões de clientes, fornecedores, empregados e outros grupos, tem feito aumentar o número de empresas que a estão adotando como fator estratégico para seu sucesso. Dado esse cenário, é objetivo deste trabalho propor um conjunto de práticas para subsidiar a implantação da ARS nas empresas.
PALAVRAS-CHAVE: Administração com Responsabilidade Social, ética, Balanço Social, empreendedorismo.
ABSTRACT
Corporate Social Responsibility (CSR) can be understood as the operation of a company in such a way as to fulfill society´s expectations in terms of respect to the law, ethical values, people, community and the environment. There is a perception that the practice of CSR is positive for businesses, a reason which allied to the pressures of customers, suppliers, employees and other groups, has been increasing the number of companies adopting CSR as a strategic success factor. Therefore, it is objective of this work to propose a group of practices to subsidize the implantation of CSR in companies
KEY WORDS: Corporate Social Responsibility, ethics, Corporate Reporting, entrepreneurship, accountability
* Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Mackenzie; professor da Universidade Mackenzie e das Faculdades Padre Anchieta
** Doutor em Administração pela Universidade de São Paulo, Coordenador Acadêmico da Faculdade Montessori de São Paulo
Administração com Responsabilidade Social (ARS) pode ser entendida como a operação de uma empresa de forma a que essa atenda às expectativas da sociedade em termos de respeito à lei, aos valores éticos, às pessoas, à comunidade e ao meio ambiente.
Essa visão moderna se contrapõe a outras defendidas por autores de renome, como FRIEDMAN (1963) – Milton Friedman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1976, defende a idéia de que a única responsabilidade das empresas é dar tanto lucro quanto possível aos seus proprietários, e que qualquer posição diferente dessa irá enfraquecer as empresas e o sistema capitalista, culminando com sua destruição.
Contrariando as posições de Friedman, outros autores como DRUCKER (1984) e DAVIS (1975), contribuiram para que as empresas começassem a ser vistas também como co-responsáveis pela melhoria e manutenção do bem estar da sociedade como um todo, na forma apresentada no início deste artigo.
ARS está passando a ser vista por muitas empresas não apenas como um conjunto de iniciativas motivadas por razões de marketing, relações públicas ou filantropia, mas como um conjunto de políticas, práticas e programas que permeiam os negócios e o processo de tomada de decisões na empresa.
Tem crescido no Brasil o número de empresas que estão adotando propostas nessa linha. Embora ainda seja muito grande a quantidade de organizações que não desenvolvem projetos dessa natureza e que não estão convencidas da sua relevância, a velocidade com que essas iniciativas se consolidam e ganham espaço indica uma tendência de reversão desse quadro (FISCHER & FALCONER, 1999).
Há a percepção de que a prática da ARS é positiva para os negócios, razão que aliada às pressões de clientes (que se dispõem a cortar seu relacionamento comercial com empresas "irresponsáveis"), fornecedores, empregados, investidores, vizinhos e outros grupos, tem feito aumentar o número de empresas de todos os tamanhos e segmentos que a estão adotando, como fator estratégico para o sucesso no cenário contemporâneo. Convém lembrar que esses grupos são chamados stakeholders, expressão freqüentemente utilizada nos textos que tratam de responsabilidade social.
As empresas que vem praticando ARS estão obtendo resultados positivos principalmente em função de redução de custos operacionais, melhoria de imagem, aumento do volume de vendas e lealdade dos clientes e melhoria dos indicadores de produtividade e qualidade.
Dado esse cenário é objetivo deste trabalho propor um conjunto de práticas para subsidiar a implantação da ARS nas empresas. Obviamente, cada empresa deve abordar o tema levando em conta fatores como cultura, porte, setor de atuação, etc.
Deve-se deixar claro que a prática da ARS depende da quebra de paradigmas, quebra essa que só pode ocorrer com investimentos em educação e estímulo à criatividade dos dirigentes e funcionários da organização.
Até o momento, tem sido mais comum as empresas focarem-se em uma área, como educação, meio ambiente ou desenvolvimento econômico de uma comunidade, quase sempre tratando o assunto como filantropia. É claro, porém, que a visão mais ampla de ARS, como
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