Diferenças entre atividades manipuláveis e com computadores
Por: Adjon Barroso • 28/2/2016 • Resenha • 2.701 Palavras (11 Páginas) • 272 Visualizações
Diferenças entre atividades manipuláveis e com computadores
* Adjon Barroso de Araujo
** Júlio Cesar Freitas da Silva
Resumo: Neste trabalho, pretendemos discutir a introdução de atividades no processo de ensino de matemática no nível básico, com a utilização de dois tipos de metodologia, fazendo um paralelo entre os dois casos. Um deles, com a utilização de computadores, e o outro, com a utilização de material manipulável. Para esse fim, descrevemos a história dessa relação entre os materiais didáticos e a escola e discutimos prós e contras da utilização de cada tipo, em relação às aulas de matemática, nos dois modos de organização do ensino. Por fim, sustentamos nossa intenção de não afirmar a superioridade de uma tecnologia sobre a outra, pois esse valor dependerá dos objetivos do processo de ensino.
Palavras-Chave: tecnologia, computadores na educação, ensino de matemática
Abstract: In this work, we intend to discuss the introduction of activities in math teaching process at the basic level, with the use of two kinds of methodology, comparing the two cases. One, with the use of computers and the other with the use of welding materials. For this, we describe the history of the relationship between teaching materials and school and discussed advantages and drawbacks of the use of each type, in relation with math classes in both the organization of teaching modes. Finally, we maintain our intention not to assert the superiority of one technology over another, because this value will depend on the goals of the teaching process.
Key Words: technology, computers in education, mathematics teaching
INTRODUÇÃO
Poderíamos listar vários exemplos de ferramentas construídas a partir de produções tecnológicas, especialmente as descobertas no século XX, que foram consideradas como materiais didáticos somente após um processo, por vezes demorado, de apropriação dessa ferramenta por parte dos educadores. Além dos computadores, citaríamos também os vários aparelhos audiovisuais, como o videocassete e o DVD, por exemplo, o próprio rádio, os retroprojetores, as calculadoras, a televisão, o cinema, os gravadores portáteis, etc. De fato, uma quantidade expressiva.
Em tempos precedentes, outros tipos de materiais (com suas tecnologias subjacentes) também passaram por esse processo de apropriação. Atualmente, é notória a forma maciça como se dá a utilização pelos educadores de alguns tipos de materiais. O giz e a lousa são parte integrante da prática e da rotina da esmagadora maioria dos professores. Também poderíamos considerar como consagrados alguns casos de materiais que, mesmo não sendo utilizados atualmente pela maior parte dos professores, já o foram em épocas recentes, ou em outra situação, são conhecidos e aprovados por uma parcela significativa dos docentes. Tomemos, por exemplo, o material dourado, o quadro valor de lugar e o ábaco para o ensino fundamental (da matemática), o microscópio (para o ensino de biologia) e o retroprojetor para o ensino superior. O livro didático, da mesma forma, mas em menor proporção que o giz e a lousa, está presente no cotidiano da maior parte dos docentes. Apesar disso,
é importante mencionar que esse material demorou centenas de anos para impor-se como uma ferramenta didática de sucesso. Ainda assim, há uma preocupação, que identificamos em vários autores, de evitar a utilização do livro didático como fonte única do trabalho, além de uma constatação da falta de qualidade em uma parte deles.
(ATTIE, 2001, p. 21)
Neste trabalho, pretendemos fazer um paralelo entre dois tipos de metodologia (em relação à utilização dos recursos), a partir da aplicação de uma atividade de matemática. Os dois casos estão relacionados à utilização de computadores na atividade e à utilização de recursos manipuláveis.
O PIBID
O PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência), é um programa que visa o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. O programa concede bolsas para alunos de licenciatura participantes de projetos de iniciação à docência, desenvolvidos por Instituições de Educação Superior (IES) em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino através da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Entre os objetivos do projeto, está a inserção dos estudantes no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas, sob a orientação de um docente da licenciatura e de um professor da escola, também bolsistas, que são respectivamente o coordenador e o supervisor.
Podemos citar aqui alguns dos principais objetivos do subprojeto da Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que são: incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica; elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica; contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas no curso de licenciatura, além disso, inserir os licenciando no cotidiano das escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas e tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem (UFS, 2013, p. 4). Neste ponto, consideramos importante ressaltar, como bolsistas licenciandos que somos, que essa convivência cotidiana no ambiente escolar muito contribui para nossa formação no sentido de que o dia-a-dia das escolas é exposto de maneira mais efetivado que, por exemplo, nas disciplinas de Estágio Supervisionado.
A equipe atual, da qual fazemos parte, é composta por vinte e dois bolsistas, dentre os quais dezesseis são estudantes de licenciatura com bolsa remunerada, três são estudantes de licenciatura que atuam como voluntários, dois são bolsistas remunerados, que são chamados de supervisores e que são professores da Rede Estadual de Ensino e um bolsista
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