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ENGENHEIROS DA VITÓRIA: OS RESPONSÁVEIS PELA REVIRAVOLTA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Por:   •  25/3/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.354 Palavras (10 Páginas)  •  234 Visualizações

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GM Lorran Costa Brito

ENGENHEIROS DA VITÓRIA: OS RESPONSÁVEIS PELA REVIRAVOLTA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Por trás dos Bastidores da Segunda Guerra Mundial

Resenha Crítica do Livro: Engenheiros da Vitória: os responsáveis pela reviravolta na Segunda Guerra Mundial, autor(es): Paul Kennedy, apresentada ao Navio Escola Brasil, como parte da avaliação para a 3ª fase do Ciclo Pós-Escolar.

Orientador: CT Walter Dias

NEBrasil

2018

INTRODUÇÃO

           Paul Kennedy é um historiador, professor da Universidade de Yale, em Connecticut, Estados Unidos, e também diretor da unidade acadêmica desta universidade, chamada Estudos Internacionais de Segurança (ISS). O ISS tem como objetivo elaborar informações e opiniões sobre os eventos internacionais, principalmente, sobre estratégia e defesa. Diante disso foi escrito o livro “Engenheiros da Vitória: os responsáveis pela reviravolta na Segunda Guerra Mundial”. De acordo com o autor, foi durante os trabalhos de um curso do ISS, responsável por fazer líderes políticos, que o livro foi refletido e produzido. Esse curso tinha a meta de estudar importantes estrategistas da guerra, entre eles Clausewitz e Sun Tzu, e formar seus integrantes de modo que eles saibam aplicar os ensinamentos dos veteranos nos dias de hoje.

           Dessa forma, esta obra de Paul Kennedy tem o objetivo de dar outra explicação para Segunda Guerra Mundial, onde elementos como as inovações estratégicas, tecnológicas e operacionais foram essenciais para a vitória dos Aliados. O livro destaca os “Engenheiros da Vitória”, um grupo de pessoas ou inventores que, através da criatividade, forneceram meios de grande eficácia aos líderes militares e políticos para subverter ou igualar as vantagens iniciais germânicas. Kennedy faz um enaltecimento a esses indivíduos, às lideranças que impulsionaram sua criatividade e também ao grande número de pessoas que morreram durante a guerra. Uma característica especial abordada nesta obra é o apoio prestado pela Logística, que proporcionou todas as condições fundamentais à linha de frente, permitindo o crescimento na economia dos seus países no decorrer da guerra.

DESENVOLVIMENTO

           Inicialmente, o principal objetivo dos Aliados e de seus engenheiros era fazer com que os navios de abastecimento partissem dos Estados Unidos em direção a Europa, para suprir as necessidades dos britânicos, sem que os submarinos alemães U-Boats pudessem afundá-los. Porém, os escoltas da Marinha do Reino Unido e dos Estados Unidos não estavam obtendo sucesso no combate aos U-Boats, diferente da aviação de patrulha marítima que era eficiente ao atingir os alvos submarinos devido a sua grande velocidade quando comparada com as fragatas e contratorpedeiros.

           De acordo com Kennedy, o fato de adquirirem novos meios e a mudança de comportamento dos Aliados resultou na “virada da maré” no Atlântico. Na questão comportamental, eles deixaram de focar somente em proteger os comboios e começaram a enviar mais unidades aéreas e navais para caçar os U-Boats, pois era preciso optar pelo ataque.

           No quesito da inovação tecnológica, motores mais potentes foram desenvolvidos e mudanças foram feitas nas aeronaves de patrulha marítima de modo que elas pudessem conter tanques extras de combustível. Assim foi possível acabar com a zona central do oceano onde os navios de guerra e de apoio atravessavam sem a cobertura aérea – região chamada de “Lacuna Aérea”. No Atlântico foram implementados mais porta-aviões, com seus caças agindo em grupo com as plataformas aéreas maiores. Também foi desenvolvido o radar “magnétron” nas aeronaves de patrulha, melhorando a sua capacidade de detectar submarinos na superfície oceânica. Além disso, foram criadas novas técnicas de inteligência de grande importância para desencriptar os códigos inimigos, permitindo a descoberta das rotas utilizadas pelos U-Boats.

           Primeiro, é abordado como as inovações de destruição, autonomia e detecção realizadas em um único avião permitiu a neutralização da grande ameaça alemã, fazendo com que o poder aéreo se transformasse numa arma essencial para a guerra naval. Assim, tropas, armamentos e suprimentos puderam atravessar o Atlântico com mais segurança.

           Em segundo lugar, é evidenciada a combinação aérea e marítima existente nos dois lados beligerantes. Hitler tinha o objetivo de invadir a Inglaterra, visando acabar com a sua projeção marítima e para isso ele precisava garantir a supremacia aérea. Outra opção era realizar o bombardeio tático e estratégico para anular a capacidade de reação da Royal Air Force (RAF) e também baixar a moral da população.

           O desenvolvimento tecnológico e operacional dos meios utilizados pelos ingleses em conjunto com os norte-americanos foi responsável por deter o avanço alemão no começo da guerra. Para destruir seus alvos, os aviões do poder aéreo germânico (Luftwaffe) precisavam da escolta de caças, fato que era limitado. Além disso, os bombardeiros voavam a baixas altitudes, o que facilitou a atividade da defesa antiaérea. Outro erro dos alemães foi ter destruído poucos radares terrestres no litoral, permitindo que suas aeronaves fossem abatidas pelos caças da RAF no momento em que eram identificadas.

           A Força Aérea inglesa conseguiu manter a supremacia do espaço aéreo sobre o Reino Unido ao impedir o avanço da Luftwaffe e ao utilizar caças com maior capacidade para escoltar os bombardeiros usados para destruir alvos importantes na Alemanha. Só faltava uma contraofensiva, que ocorreria em 1943 com o aumento do apoio norte-americano. Vale ressaltar a modernização dos motores como o Packard V-1650-7, desenvolvido nos Estados Unidos e utilizado no P-51 Mustang, que também possuía tanques extras internamente para combustível e um formato que lhe dava grande estabilidade. Os Aliados conseguiram bombardear alvos táticos e estratégicos por quase toda a região ocupada na Alemanha e na França utilizando um grande número de caças para escolta.

           Pode-se destacar que, tanto por parte dos Aliados quanto por parte dos alemães, era esperado que os ataques a alvos civis gerassem medo na população adversária, fazendo com que diminuísse a quantidade de combatentes se alistando no exército. Porém o efeito desejado foi oposto, pois esses ataques acabaram causando um aumento no ideal nacionalista dessas pessoas, ampliando assim a disposição de recrutas.

           O título do capítulo 3 é “Como deter uma Blitzkrieg”, que acaba constituindo um questionamento essencial. Nota-se que a “guerra de trincheiras” ocorrida durante a Primeira Guerra Mundial, consequentemente levou estrategistas a induzirem a importância da mobilidade. Logo, os países com metas expansionistas foram os que mais passaram por mudanças significativas, como a Alemanha. Os alemães investiram em novos carros de combate, permitindo uma grande mobilidade da tropa motorizada, com apoio de fogo aéreo direto, enquanto os ingleses passaram por uma tímida modernização e os franceses se preocupando mais em garantir uma superioridade defensiva.  

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