INDUSTRIA ACUCAREIRA
Por: brennervictor • 23/9/2015 • Resenha • 490 Palavras (2 Páginas) • 526 Visualizações
Historicamente, foram os árabes que introduziram o açúcar nos mercados europeus medievais. A curiosidade europeia era grande, embora o produto fosse raro e caro; um privilégio exclusivo para os nobres. Devido à dificuldade de se cultivar a cana-de-açúcar na Europa, os portugueses optaram por colonizar o Brasil, mas especificamente o litoral do Nordeste brasileiro, no qual havia condições de cultivo favoráveis, tais como o clima, as chuvas e o solo.
O açúcar foi o produto colonial mais importante, responsável pela ascensão do Brasil, que obteve o título de maior produtor dos séculos XVI e XVII. A produção veio para adoçar a economia brasileira, embora o trabalho escravo tenha dado um gosto amargo a essa fase da nossa história, que parece não ter chego ao fim.
A seguir, disserta-se a respeito da ascensão e queda da economia açucareira e sua repercussão na atualidade. Explica-se como se deu a implantação dos engenhos no Brasil; quais os interesses envolvidos nesse empreendimento e qual a importância desse produto para a economia brasileira, da época e atual, assim como no mercado europeu.
Para manter suas colônias protegidas e evitar ameaças estrangeiras, Portugal precisaria desenvolver uma atividade econômica lucrativa que compensasse o empreendimento. O açúcar, sendo um produto amplamente consumido na Europa, foi o motivo pelo qual o governo português implantou a produção açucareira litorânea. As principais produtoras de açúcar eram as capitanias da Bahia e de Pernambuco, como também no Rio de Janeiro e São Vicente.
O primeiro engenho da colônia foi construído por Martin Afonso de Souza, o qual trouxe da Ilha de Madeira e do Arquipélago dos Açores, as primeiras mudas de cana-de-açúcar, em meados do século XVI. Graças ao cultivo permanente da cana, deu-se o povoamento da primeira colônia, e assim sucessivamente; substituindo, a economia extrativista do pau-brasil. Vale salientar que toda a produção do açúcar tinha como objetivo a exportação, comandando a economia colonial.
Enquanto o senhor de engenho vivia confortavelmente na casa-grande, gozando de todos os benefícios e regalias, os escravos por sua vez, vinham amontoados em senzalas, em condições precárias. Desde então, culminavam as diferenças sociais, que nasceram no Nordeste açucareiro e se perpetuaram, em menor escala, até os dias atuais.
Embora os portugueses dominassem a produção de açúcar, eram os holandeses que controlavam a distribuição comercial e transporte do mesmo. Sendo mediadores, os holandeses recebiam pagamentos de juros, o que transformou o negócio mais lucrativo para eles, do que para os próprios portugueses. Grande parte do açúcar saía do Brasil em estado bruto para ser refinado em Amsterdam.
Lamentavelmente, percebe-se que após quase dois séculos de “independência”, é no mínimo triste admitir que o Brasil continua dependendo da manufaturação estrangeira desde que não pode contar com sua precária indústria, infraestrutura e logística interna. O Brasil está impossibilitado de sair deste ciclo vicioso de exportar matéria prima em seu estado bruto, por falta de maquinário especializado, e sendo consequentemente forçado a recomprar a mercadoria, que ele mesmo exportou, pelo triplo do valor.
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