Interesses Brasileiros na Africa do Sul

Assim como no caso angolano, as relações entre Brasil e Africa do Sul tem um viés tanto diplomático como de interesse das corporações brasileiras no país africano. O Brasil começa a se aproximar da Africa do Sul ainda no inicio do século passado com a abertura do consulado na Cidade do Cabo. Porém a criação de laços estreitos entre os dois países foi impedida por divergências sócio-políticas, sobretudo envolvendo o apartheid sul-africano.

O apartheid, política oficial de segregação racial, ou de desenvolvimento em separado, conforme diziam seus formuladores, ia de encontro ao ideal promovido pela sociedade brasileira, que sustentava discurso oficial de convívio em harmônia entre as raças, democracia racial, que partia do ponto de que o país é uma nação basicamente composta por mestiços. Desta forma, seria realmente um paradoxo se as relações entre dois países tão diferentes, sem vínculos históricos e culturais e com um intercâmbio comercial relativamente reduzido, prosperassem com vigor.

Porém, em um período mais recente, as relações tomam outra dinâmica. A mudança é iniciada com o processo de democratização da África do Sul no inicio da década de 1990, há então o renascimento das relações, em um contexto em que se vislumbra a possibilidade do estabelecimento de uma parceria estratégica. Essas relações so consolidadas em 2003 com a criação do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS), unindo as aspirações politicas e de desenvolvimento dos países. Estavam dentro do campo de atuação do forum o estabelecimento de dialogo multilateral e de coalizões para defender os interesses do Sul emergente nas discussões em âmbito internacional.

Houve interesse corporativo nas relações entre os países. Assim como no restante do continente as empresas que foram para a Africa do Sul são corporações de grande porte como a Vale (do ramo de mineração) e a Odebretch. Porém, tomando em conta o IBAS, a entrada da Africa do Sul no BRICS e demais acordos traçados entre os dois Estados, podemos observar um maior impacto diplomático nesse caso, se comparado com as relações Brasil-Angola, analisadas em aula.

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