O COMEÇO DE UMA CIÊNCIA
Por: Frederico Nascimento • 31/5/2018 • Exam • 994 Palavras (4 Páginas) • 159 Visualizações
O autor inicia o primeiro capítulo do livro, que tem por título O COMEÇO DE UMA CIÊNCIA, elucidando sobre a visão que se tinha a respeito da política internacional antes da Primeira Guerra Mundial. As ações e discussões quanto a temas como guerra e diplomacia deveriam ser discutidos apenas por membros da chancelaria, soldados profissionais e em alguns casos, o presidente e o senado, não havia a preocupação de que conflitos e assuntos em geral no âmbito internacional deveriam ser de interesse comum a todos da sociedade.
A Primeira Guerra Mundial foi fundamental para que a política internacional, e principalmente o estudo desta, alcançasse uma maior importância, uma vez que a sensação de que os assuntos internacionais poderiam ser deixados, sem problemas, nas mãos apenas de diplomatas profissionais foi completamente desacreditada. Assim, o início da popularização da política internacional se deu devido a este fato, tendo seu início em países ingleses que focaram nos tratados internacionais e a forma como foram negociados como possíveis desencadeadores da guerra de 1914.
Apesar da já existente preocupação populacional quanto ao alistamento para as forças militares e também quanto a possível invasão estrangeras, foi a preocupação com os tratados após a Guerra de 1914 a 1918 que resultou em um fato importante para que a política internacional passasse de assunto restrito para uma ciência a ser estudada em universidades. Surgindo como uma demanda popular, a ciência política não seria apenas mais uma ciência, pois seu objeto de estudo relacionava-se diretamente com a mente e o comportamento humano. O autor cita ainda que “[...] é o objetivo de dar saúde que cria a ciência médica[...]”, fazendo assim um paralelo com a ciência política que foi criada com propósito pré-estabelecido.
Outra singularidade da Ciência política consiste em definir como deve ser estudada, uma vez que difere das ciências físicas; para entender esta diferença pode-se utilizar a definição de Max Weber quanto a juízo de fato e juízo de valor, uma vez que juízo de fato trata-se dos fatos como eles são, descrição ou estudo da realidade, sem interferência da opinião humana, exatamente como é realizado o estudo das ciências físicas; ao passo que a Ciência política é uma ciência interpretativa, assim como o juízo de valor, onde não se pode separar o homem e suas opiniões do objeto estudado. O autor referencia Marx, citando que este não buscou apenas estudar os fatos sociais e o início do sistema capitalista, mas buscou alterar os fatos, sendo ativista e inclusive escrevendo O Manifesto do Partido Comunista a fim de divulgar os seus ideais e abrir os olhos da sociedade ao que, para Marx, tratava-se de uma exploração da classe burguesa ao proletariado. Assim entende-se que a análise da Ciência Política, bem como o seu objetivo, estão intrinsicamente relacionados, não podendo ser desenvolvidos separadamente como no caso das ciências físicas.
Sendo [...] a Ciência Política não apenas a ciência do que é, mas do que deveria ser[...], trata-se então de uma ciência utópica, onde o analista, principalmente em seu estágio inicial, tende a focar no objetivo e criar projetos visionários para esse fim, ignorando parcialmente ou totalmente os fatos existente quanto ao mesmo assunto estudado. Alguns acreditam que a ciência política, assim como a sociologia, deveria ser apenas observatória, uma mera descrição da realidade; enquanto outros acreditam nestas como ciências da mudança, capazes de transformar o ambiente ao redor e influenciar na visão que uma sociedade tem do mundo. O autor cita ainda o exemplo do pensamento do alquimista, focado inteiramente no objetivo e que tenta transformar chumbo em outro, percebe-se que o estudo da capacidade de realização foi totalmente ignorado, uma
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