Peronismo/Populismo
Por: Maria Freitas • 24/8/2016 • Trabalho acadêmico • 6.213 Palavras (25 Páginas) • 225 Visualizações
1.0 INTRODUÇÃO
No contexto de reforma política e transformação social das democracias e economias
nacionais latino-americanas, sobretudo no pós-segunda guerra mundial, consolidou a
concepção de um pensamento e uma “ideologia” voltada à busca do bem estar social e
econômico. Ainda este, condizente com a manutenção de igualdade e superação de
relações de poder assimétricas, significativo a suplantação da condição de
subdesenvolvimento e manutenção social, inserida dentro dos limites do pensamento
oligárquico de tradição autoritária- quando não ditatorial associada à conjuntura de
afrouxamento dos laços do imperialismo e semi-imperialismo na reprodução da ordem de
dependência. Fruto disto constrói-se a ideologia Peronista, provinda de Juan Domingo
Perón. Perón, da qual fora conhecido e reconhecido até hoje, nasceu em 1895 provindo de
família parte Espanhol, vivendo pelos pampas Argentinos. Presidente por três vezes da
Argentina e de origem militar, ao qual ingressara aos 16 anos, tornou-se um dos políticos
mais importantes do país atendendo especialmente as camadas mais carentes. Ficando
aclamados por seus feitos direcionados a estes e seu sentimento nacionalista libertário.
Casando com Eva Perón (1945 até 1952) consagrou o peronismo. Assim como no Brasil,
alastrou-se o movimento Getulista, porém com muito mais intensidade popular, e
mobilizações ferrenhas, o peronismo dominou o país. O peronismo organizou um tipo de
Estado que tinha uma forte base de apoio da massa trabalhadora. Isto não é difícil de
entender se repararmos na ação política desenvolvida por Perón, que intentou cooptar o
movimento operário argentino. Propagou no território argentino um modelo de movimento
operário, organizado baseado numa burocracia sindical forte, ligada diretamente ao Estado,
fomentando assim um novo fator de poder.
2.0 PRIMEIROS MANDATOS DE PERÓN E PERONISMO CLÁSSICO 1946-1955
Em um momento de reconstrução de um futuro político econômico após as transformações
do início do século XX - Duas Guerras Mundiais e Crise de 29 teorias nacionais
desenvolvimentistas pautando: substituição de importações, concessão de benefícios
coletiva e distribuição de renda, começam a aflorar na América Latina. Tornou-se um
importante e poderoso mecanismo de integração das massas populares a vida política
regional, favorecendo o desenvolvimento econômico e social, exercendo uma forma de
organização política ótima oferecendo maior espaço a representatividade as classes
usualmente excluídas.
O peronismo Clássico ou movimento de nacional justicialismo surge como um fenômeno
cultural que até os dias de hoje influencia os rumos da política nacional argentina e a lógica
de integração regional do país no continente sul americano. A construção de um projeto
sócio político de perfil antioligárquico, implementando um modo inovador de fazer política na
Argentina, com base na participação de trabalhadores e sindicatos a partir de estratégias do
poder, levou a consolidação política hegemônica dentro de visão nacional de Estado um
caráter populista ao governo, uma vez mais democrático, surgido em 1945 e liderado por
Juan Domingo Perón. Integrado por correntes muito diversas.
O movimento peronista surgiu num contexto nacional marcado por mudanças nas
condições do desenvolvimento econômico estabelecendo um nexo orgânico entre cultura e
política, explicado pela crise do racionalismo positivista e a difusão de novas “filosofias de
vida”, idealistas e irracionalistas. Política e cultura tornaram-se aspectos complementares
de uma nova cultura política necessária a nova constituição social de regime e reformismo,
que exaltava o valor criativo da ação social em beneficio do país e com o compromisso de
atendimento as superação das desigualdades sociais. Considerando a política uma via para
materializar a formação integral do homem, criando novas realidades históricas, formando
uma “nova sociedade para um novo mundo”.
Um dos objetivos principais do peronismo foi a diminuição das desigualdades e a busca de
uma conciliação de classes que evitasse os conflitos sociais. Até a década de 1950, o
governo justicialista de Perón desenvolveu sua política com sucesso, mas, a partir destas
datas, as dificuldades e a perda de apoios debilitaram ao movimento peronista, que exibiu
desde então uma tendência mais acentuada para o autoritarismo. Para 1952, duas más
colheitas consecutivas provocaram a diminuição da capacidade exportadora, que, junto ao
acréscimo da inflação e da especulação, determinaram uma crise econômica, agravada
pela falta de reservas do Banco Central e pelo endividamento exterior.
A Heterogeneidade de mobilização social na formação e consolidação de uma matriz
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