A Importancia Do Dialogo Na Relação Pedagogica
Trabalho Escolar: A Importancia Do Dialogo Na Relação Pedagogica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rosiquesia • 7/10/2014 • 2.849 Palavras (12 Páginas) • 6.098 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO NA RELAÇÃO PEDAGÓGICA
Segundo Haidt (2003), é um processo interpessoal a construção do conhecimento, sendo a relação educando-educador o ponto principal deste processo interativo. Por não ser só o aluno o construtor do seu conhecimento esta relação não é unilateral. O aluno por meio desse processo interativo assimila e constrói conhecimentos, adquire hábitos, formas de se expressar, forma conceitos, assume e desenvolve atitudes, transformando e expandindo suas estruturas mentais.
De acordo com Haidt (2003), o professor, de certa forma aprende com seu aluno na medida em que consegue ter uma ideia clara de como ele entende e sente o mundo, e na medida em que começa a observar quais os conhecimentos, valores e desenvolturas que o aluno já trás de casa, de seu contexto familiar para a escola. Em consequência dessa relação, o professor pode passar a distinguir novas formas de imaginar o mundo, que são diferentes da sua. Pode também examinar com atenção as condutas, comprovar ou corrigir opiniões, desfazer preconceitos, mudar atitudes, modificar posturas.
Segundo Haidt (2003), o diálogo é fundamental na convivência interpessoal estabelecida por um processo de intercâmbio. De um lado está o professor com seu saber preparado, seu conhecimento cientificamente estruturado, com os ideais e valores formais aceitos e anunciados pela sociedade, sua forma de se comunicar na norma culta da língua e com seu grau de perspectiva em relação ao desempenho do aluno. Do outro lado está o aluno com seu saber sincrético e excessivo, não sistematizado, seu conhecimento baseado na experiência, com o jeito de falar favorável ao seu ambiente cultural, com os ideais e valores de seu grupo social e com certo nível de anseio em relação à escola e à vida.
Esse encontro do professor com o aluno poderá conceber uma condição de interação muito vantajosa para os dois, em que o conhecimento será formado em união ou, ao contrário, poderá se transformar num confrontar de circunstâncias pouco ou nada favoráveis para ambos podendo se transformar num duelo, segundo Haidt (2003).
É necessário que a relação professor-aluno tenha como embasamento o diálogo, para que haja um processo de intercâmbio que proporcione a construção coletiva do conhecimento. É através do diálogo que professor e aluno constroem juntos o conhecimento, atingindo uma síntese do saber de cada um, de acordo com Haidt (2003).
Segundo Haidt (2003), o diálogo é provocado por uma situação-problema unida à prática. O professor transmite seus conhecimentos, iniciando sempre das informações manifestadas anteriormente pelo aluno a respeito do assunto e das experiências por ele vividas. Assim, ambos têm capacidade de alcançar uma síntese esclarecedora da situação-problema que acarretou a discussão. Nesse momento de síntese, o conhecimento é sistematizado e preparado, sendo outra vez sobreposto a pratica, agora de forma estruturada.
Quando se refere ao diálogo na prática pedagógica, Nidelcoff se expressa assim: “O professor ao trabalhar com o problema das subculturas, busca captar toda a riqueza que as crianças trazem, para então aprender com elas. Assim compreende que ele e as crianças têm que se relacionar dentro de um intercâmbio de ensinar-aprender”. Ou seja, o professor não se relaciona com as crianças como se fosse o único que tem algo a ensinar, nem as vê como seres nulos que precisam aprender tudo Segundo Haidt (2003).
“se analisarmos etimologicamente o verbo francês que indica a ação de conhecer (connaître), perceberemos que é formado de duas partes (con-naître), que significa ‘nascer juntos’, isto é, nascer com alguma coisa ou com alguém. Portanto, o ato de conhecer é um nascimento partilhado, no qual dois seres renascem (...)”.
O que se destaca é que a construção do conhecimento é um processo social e não somente individual. Trata-se de uma reformulação partilhada, na qual professor e aluno ensinam e aprendem um com o outro. Nesse processo de conhecer e perceber a realidade, o diálogo é essencial, pois é por meio dele que acontecerá a interação entre o conhecimento popular de caráter empírico e o conhecimento cientificamente organizado, aceitando a criação de um novo tipo de conhecimento, capaz de entender a realidade a fim de modificá-la, segundo Haidt (2003).
Citado por Haidt (2003), Georges Gusdorf em seu livro Professores, para quê? Destaca a importância do diálogo no processo educativo. Ele preconiza uma pedagogia de incidência e do contato essencial, na qual a interação de duas existências é a relação mestre-discípulo. O diálogo é a própria essência dessa relação, que é uma relação de harmonia, uma mobilização e um reagrupamento de energias. Para ele a situação pedagógica é uma situação de encontro com a realidade e de convivência entre duas pessoas. É um diálogo aventuroso, um diálogo particular entre duas pessoas que se revelam e se mostram um ao outro.
Segundo os conhecimentos de Haidt (2003), os autores mostram-nos que o caráter do professor, na sua influência mútua com a classe e nas suas afinidades com cada aluno em particular, depende da atitude por ele tomada diante da vida e perante o seu fazer pedagógico. Essa atitude, é o reflexo de suas concepções, sejam elas conscientes ou inconscientes, sobre o homem, a educação e o mundo. Isso quer dizer que seu modo de imaginar o homem, enfrentar a educação e compreender o mundo vai refletir no modo como se relaciona com os seus alunos. De nada adianta ter conhecimento de novos métodos de ensino, utilizar recursos audiovisuais avançados, se enfrentam o aluno com um ser passivo e receptivo. Portanto, o modo de ensinar e de interagir com os alunos vai depender da forma como os idealizam e da maneira como encaram seu desempenho no processo de aprendizagem.
De acordo com Haidt (2003), quando o professor imagina o aluno como um ser ativo, que expõe com precisão ideias, desenvolve opiniões, resolve problemas de vida prática por meio da sua atividade mental, estabelecendo, assim, seu próprio conhecimento, sua relação pedagógica muda. Não é mais uma relação unilateral, onde o professor transmite oralmente os conteúdos já concluídos a um aluno passivo que os memoriza.
Segundo Haidt (2003), deve-se permitir que o aluno desempenhe sua atividade mental sobre os objetivos e até mesmo uma ação afetiva sobre a construção do seu próprio conhecimento, sobrepondo seus esquemas cognitivos e assimiladores à realidade a ser estudada e ampliando o seu
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