A Rivalidade armamentista da Inglaterra e da Alemanha
Por: Carolinabruna12 • 7/5/2018 • Trabalho acadêmico • 4.830 Palavras (20 Páginas) • 167 Visualizações
"Até aonde: chegará a rivalidade armamentista da Inglaterra e da Alemanha? Por que fracassam os esforços em favor da paz e por que é natural que fracassem?
[...] Se pretendemos que a Inglaterra tem a capacidade de sustentar a luta, uma vez que dispõe de recursos para isso, a Alemanha pode retrucar que também pode sustentá-la, porque conta com uma grande população [...]. No entanto, nenhum dos dois países concede passagem ao outro [...]. Duas soluções diferentes são propostas para resolver esse problema. A primeira, de uma minoria de pessoas, [...] consistiria em resolvê-lo mediante o desarmamento geral ou, pelo menos, a sua limitação recíproca. A se- [...]". (p. 59)
"[...] gunda, de um partido mais numeroso, [...] supõe que a situação atual de rivalidade, [...] está destinada a culminar em um conflito armado que reduza um dos contendores à clara inferioridade, resolvendo assim o problema, pelo menos durante algum tempo [...]. Essa segunda solução é tida em geral como uma das leis da vida, um desses rudes fatos da existência que o homem ordinariamente contempla e aceita no curso do seu cotidiano. E, nos dois países, os que aceitam a primeira solução são considerados incapazes de compreender as condições do mundo em que vivem; [...]." (p. 60)
"[...] Frederick Harrison, conhecido como o filósofo protagonista do pacifismo, declara que, se a Inglaterra perdesse para a Alemanha na rivalidade armamentista, "a fome, a anarquia social, o caos incalculável no mundo industrial e financeiro seriam resultados inevitáveis. [...] Como são vãs todas as belas palavras sobre a paz e a fraternidade quando estamos expostos ao risco de uma catástrofe indizível, de uma luta de vida ou morte pela existência da nação, da guerra mais cruel e devastadora", [...] De outro lado, ternos espíritos como o Professor Von Schulz Gacvcrnirz, que se expressa deste modo sobre o tema: "Precisamos da nossa marinha [a alemã] para reduzir a rivalidade comercial da Inglaterra a termos inócuos, [...] A marinha alemã é uma condição elementar da nossa própria existência independente, indispensável como o pão de cada dia, não só para nós como para os nossos filhos." [...]." (p. 61)
"[...] Alega um dos advogados da paz: "Naturalmente, não se pode negar que o roubo traz vantagens materiais para o ladrão. O que dizemos é que, se os meliantes dedicassem ao trabalho honrado o tempo e a energia que devotam a roubar-se mutuamente, seu ganho efetivo mais do que compensaria o butim ocasional." [...]." (p. 62)
"[...] Sabemos que no mundo, do modo como ele existe, em esferas distintas da rivalidade internacional, o trofeu da vitória cabe aos mais fortes, e os fracos só inspiram comiseração. O regime industrial e comercial abunda em crueldades tão bárbaras quanto a guerra - na verdade piores, mais lentas e refinadas, embora menos evidentes e suscetíveis de se imporem à imaginação. [...]." (p. 63)
"[...] Atividades pacíficas como a pesca e a navegação registram episódios tão brutais e impiedosos como a guerra.": Nossa administração pacífica dos países tropicais compromete e arrebata a vida de um bom número de homens e em não poucos casos provoca uma degradação moral tão profunda quanto a própria guerra, como acontece na Africa Ocidental.
[...] Se o homem comum está disposto, como sabemos que está, a arriscar a vida em todo tipo de profissões e ofícios perigosos, sem outro objetivo se não melhorar de situação ou enriquecer, por que o estadista haveria de recuar diante dos sacrifícios habituais impostos pela guerra, quando se trata de promover os vultosos interesses nacionais que lhe foram confiados? [...]." (p. 64)
"[...] não se pode discutir o direito que tem uma nação, em seu conjunto, de eliminar a competição de outras nacôcs usando suas forças e seus recursos coletivos. Na esfera da competição industrial, é fato que o "peixe maior" se aproveita de todas as fraquezas do "peixe menor" - da escassez dos seus recursos e até mesmo os seus problemas de saúde -para eliminá-lo. [...] Voltando ao nosso ponto de partida, o homem comum percebe que precisa aceitar o mundo como ele é, com a luta e a guerra, por cuja existência não é responsável. [...]." (p. 65)
"[...] Como se admite universalmente que a riqueza, a prosperidade e o bem-estar correm em paralelo com a força, o poder e a grande;~a nacionais, o cidadão inglês aspira a manter em toda medida do possível essa força, esse poder e essa grandeza e a não ceder sua posição enquanto isso for materialmente possível, por mais que se fale de altruísmo. [...].
Admitidas essas premissas, que são em todo o mundo os axiomas da política internacional, aceitos universalmente, quem ousará dizer que o cidadão inglês não tem razão?" (p. 66)
"[...] Se a Inglaterra pudesse amanhã conquistar a Alemanha, dominando-a completamente e eliminando por assim dizer a sua nacionalidade, melhoraria a condição do súdito britânico comum? E se a Alemanha pudesse conquistar a Inglaterra, isso traria alguma vantagem para os súditos alemães? [...]." (p. 67)
"[...] Um estadista tão "liberal" como é o Barão Karl von Stengel, delegado alemão à primeira Conferência de Haia, afirma o seguinte no seu livro: "Toda grande potência deve orientar seus esforços no sentido de exercer a maior influência possível, nao só na política européia, mas na mundial, uma vez que o poder econômico depende, em última análise, do poder político, e também porque a participação crescente no comércio global é uma questão vital para cada nação em particular." [...]." (p. 70 e 71)
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