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A Sociologia Como Passatempo Intelectual

Por:   •  13/4/2020  •  Resenha  •  552 Palavras (3 Páginas)  •  239 Visualizações

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Luíza Gomes Borges

BERGER, Peter. “A sociologia como passatempo intelectual” (cap.1) in: Perspectivas Sociológicas: Uma visão humanística. 25 Edição. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 9-77.

        Berger inicia o texto tratando da importância que um sociólogo tem na sociedade e quais são suas atribuições. O autor é bastante enfático sobre a distorção de imagem e da autoimagem dos sociólogos no primeiro capítulo de seu livro. O campo de estudo da Sociologia não necessariamente é empenhado em resolver os problemas das pessoas, mas visa estudá-los e entendê-los, de forma isenta e afastada de envolvimento. Berger cita Max Weber que coloca isso muito bem em sua obra quando classifica a Sociologia como “isenta de valores”.

        A imagem do sociólogo é muitas vezes confundida com um tomador de estatísticas da sociedade e de seus comportamentos, tentando definir tendências de grupos de maneira mais formal e evitando o empirismo para parecer mais profissionalmente produtivo. Na realidade o sociólogo é muito mais do que isso: é um estudioso que procura descobrir as implicações dos acontecimentos empregando para isso rigorosos meios científicos. Descobrindo estas implicações busca então obter uma visão mais ampla dos valores das instituições e da sociedade.

Em paralelo com isso tudo, o sociólogo investe muito tempo, estudo e esforço com o objetivo de construir e testar uma metodologia que possa estender suas descobertas a outros campos da sociedade. Um sociólogo, no exercício de sua função, mostra os fatos como eles são e não como ele ou as pessoas interessadas em sua investigação gostariam que fossem. Ele diz o que tem que ser dito, não o que as pessoas querem ouvir.

No segundo capítulo, Berger começa a tratar sobre a Sociologia como forma de pensamento. A Sociologia é uma forma de consciência crítica, moderna e ocidental, que tem como objetivo de estudo a sociedade, o social, a interação, inter-relação e reciprocidade na grande variação de relações humanas.

Faz-se necessário refletir sobre o que é “sociedade”, um termo de linguagem tão comum que não se limita a critérios quantitativos, mas pode ser determinado por um grupo de pessoas específico ou grupos mais restritos em que essas pessoas possuem prestígio e privilégio, por exemplo. Os sociólogos definem “sociedade” como um grande complexo de relações humanas, um sistema de interação que é analisado e entendido como uma entidade autônoma.

Max Weber define a sociedade como um complexo de fatos sociais, segundo o qual uma situação “social” é aquela que as pessoas orientam suas ações uma para as outras. A trama de significados, expectativas e conduta acaba por resultar na orientação mútua que constitui o material de análise sociológica.

Comparando o trabalho do economista com o do sociólogo, pode-se verificar que o economista atentará a processos puros da atividade econômica (alocação, distribuição, bens e serviços escassos numa sociedade), examinando os mesmos processos o interesse primordial do sociólogo será a grande variedade de relações e interações humanas.

Com isso é possível perceber que o que a perspectiva sociológica faz é “olhar além das fachadas”, ou seja, envolve um processo de ver além das estruturas sociais de versões oficiais, conhecendo assim sua realidade e os mecanismos que movem os fatos sociais e seus problemas. O problema sociológico é sempre a compreensão do que acontece em termos de interação social ou da situação social em seu todo.

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