CONGRESSO DE VIENA: O ANTES E O DEPOIS QUE MUDARAM A HISTÓRIA MUNDIAL
Por: Nathália Freitas • 24/11/2016 • Ensaio • 1.169 Palavras (5 Páginas) • 846 Visualizações
CONGRESSO DE VIENA: O ANTES E O DEPOIS QUE MUDARAM A HISTÓRIA MUNDIAL
Nathália Freitas (14/0048464)[1]
A humanidade tem uma constante necessidade de se manter no controle das situações que lhe são apresentadas, independente de suas consequências. O que muitas vezes acontece, ao longo da história, são os conflitos de interesses que podem levar a grandes acontecimentos que marcam a vida das pessoas e até mesmo de países inteiros. Podemos dizer que uma das maiores demonstrações de divergência de interesses, e também de busca por imposição de poder, foram as Guerras Napoleônicas, que resultaram em uma grande devastação da Europa no início do século XIX e mudou a forma de viver de uma população que vivia sob o Antigo Regime. Resultou-se dessa guerra o que chamamos de Congresso de Viena, onde o destino de todo um continente e suas colônias foi discutido, trazendo a tona interesses que se conectavam ou divergiam, além da formação de alianças para fins em comum. A importância dessa série de acontecimentos é incontestável para podermos entender como a história mundial foi norteada, além de tentar dizer como ela seria se não tivessem acontecido, e como decisões podem impactar o futuro de quase todo o mundo.
Como sabemos, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial foram grandes protagonistas da mudança social e econômica que se abateu na Europa. A Revolução Francesa veio de encontro com o Antigo Regime para subjuga-lo e mudar a percepção de um mundo que vivia sob o governo de absolutistas que faziam o que bem entendiam. Víamos, a partir de então, o crescimento de um pensamento contemporâneo.
A noção mofada de soberania real é substituída pela renovada ideia de soberania popular. A velha ordem política assentada na realização dos desígnios divinos (o monarca como “eleito de Deus na Terra”) sai de cena, entrando no seu lugar um ordenamento fundado na capacidade racional do homem de intervir na história de maneira autônoma. (MAGNOLI (org.), 2008)
Da mesma forma, a Revolução Industrial inglesa veio para mudar os parâmetros da vida europeia, visando no lucro e bens materiais. Ou seja, vemos que a sociedade tendia cada vez mais a evoluir e romper com o conservadorismo do Antigo Regime. As guerras que carregam o nome de Napoleão surgem com o intuito de alcance de poder; Napoleão desejava conquistar a Europa e mantê-la sob o mesmo regime: o seu. Independente da vontade pessoal e/ou política de Napoleão Bonaparte, as Guerras Napoleônicas traziam uma ideologia política, baseada na Revolução Francesa, onde se espalhou um sentimento de “nacionalismo libertário” nos países conquistados. Dizemos então, que o Código Napoleônico, que continha um claro pensamento liberalista, quebra com a ideia de “O Estado sou eu” que os reis absolutistas mantiveram de pé por tanto tempo.
Entretanto, Napoleão encontrou seu limite em 1815 na Batalha de Waterloo, onde foi definitivamente derrotado. Um problema foi colocado nas mãos da Europa pós-guerra: qual o destino que se deve tomar agora? Estabeleceram, então, o chamado Congresso de Viena para definir a paz e dar um norte para o povo europeu. Esperasse uma “balança de poder” entre as potências vencedoras, porém, assim como disse Chapman (1998), não se tinha em termos claro como deveria parecer essa balança, e esse pode ter sido um dos maiores problemas do Congresso. Assim como disse anteriormente, pessoas tendem a ter opiniões e desejos divergentes, e as potências não tinham entre si um acordo claro de interesses. Pode ser que a única coisa em comum que realmente partilhavam, era o interesse em abolir qualquer chance da França ou qualquer outro país de tentar dominar a Europa novamente, e também de restaurar as dinastias anteriores à guerra. Ainda assim, podemos ver claramente desejos de expansão desses próprios países que temiam a soberania externa: Áustria queria terras na Itália, a Prússia na Alemanha e Rússia na Polônia e sudeste europeu. A França não se manifestou muito, visto que seu desejo mais forte era não ser severamente punida, e a Grã-Bretanha visava assuntos muito mais a frente de seu tempo: liberalismo.
Entretanto, liberalismo não era algo almejado pela maioria do Congresso. Assim, surgiu a da Santa Aliança, formada entre Áustria, Prússia e Rússia, com objetivos de garantir que os ordenamentos do Congresso de Viena fossem respeitados, mas para principalmente reprimir qualquer movimentação liberalista e que fosse contra o absolutismo. Desejavam até ter mais acesso a colonização na América, para garantir que as colônias americanas continuassem sob a posse dos países europeus e devessem lealdade a eles. Porém era uma missão fadada ao fracasso, visto que os pensamentos liberais, bem como nacionalistas e socialistas, já estava se espalhando mundo a fora, e dificilmente poderia ser contido.
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