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CULTURA ESTRATEGICA NA AFRICA DO SUL

Por:   •  1/4/2021  •  Resenha  •  3.965 Palavras (16 Páginas)  •  258 Visualizações

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PAPER

Cultura Estratégica na Indústria de Defesa Sul-Africana:

Da Legitimação do poder da minoria branca à indústria de exportação de produtos de defesa

ARTHUR PETRONIO DE C BRITO

RIO DE JANEIRO

2021


RESUMO[pic 1][pic 2][pic 3][pic 4][pic 5][pic 6][pic 7][pic 8]

A África do Sul, país que sofreu um regime de segregação, iniciado oficialmente em 1948, que paulatinamente ocasionou uma série de revoltas e manifestações contra o sistema político, bem como a condenação internacional pela assembleia Geral das Nações Unidas, impondo um embargo comercial e de armamentos na África do Sul, que perdurou até o fim da política racista em 1994. Após o embargo da ONU, verificou-se que a produção industrial de artigos de defesa e armamentos foi aumentada, com a retórica de proteção ao regime e da soberania frente a ameaças externas que pudessem influenciar na política interna daquele país. Notou-se que o embargo mundial ocasionou um aumento exponencial em relação ao PIB de gastos em defesa, tanto em armas como em pesquisa e desenvolvimento (P&D) como também no domínio da área nuclear, e que ao final da década de 80 havia transformado o país em uma verdadeira “máquina de guerra”, sendo um dos maiores produtores de armas entre os países em desenvolvimento. O aumento da produção de armamentos e seu apreciável nível de evolução tecnológica das Forças Armadas sul-africanas deveu-se sobretudo a iniciativas governamentais na estruturação de instituições estatais e privadas de fomento à industria, à inovação em pesquisa e desenvolvimento, subsidiando com recursos estatais a descoberta de novas tecnologias. Mas durante a transição para a democracia, entre 1989 e 1994, a indústria de defesa sofreu cortes dramáticos  em seus orçamentos, os níveis de força da tropa foram diminuídos  e foram implementadas várias medidas de desarmamento, inclusive o desmonte nuclear. Após a democratização em 1994, o país passa por um período de severos cortes nos gastos com a defesa, modificando a própria concepção acerca de segurança nacional e da política externa. Em 2001 foi marcado um ponto de inflexão na indústria de defesa Sul-africana, o orçamento de defesa aumentou , impulsionado pelos Pacotes de Defesa Estratégica (SDP) e os Projetos da Indústria de Defesa (DIP) que possibilitaram a formação de parcerias entre empresas locais e as maiores empresas internacionais de vendas de equipamentos de defesa. África do Sul conseguiu remodelar sua indústria de defesa, voltando-a para a exportação de produtos de ponta capazes de competir em mercados de países de primeiro mundo.

Palavras-chave: África do Sul, Indústria de Defesa, Embargo da ONU, apartheid


ABSTRACT

South Africa, a country that underwent a regime of segregation, officially launched in 1948, which gradually led to a series of revolts and demonstrations against the political system, as well as international condemnation by the United Nations General Assembly, imposing a trade and South Africa, which lasted until the end of racist politics in 1994. Following the UN embargo, it was found that the industrial production of defence and armament articles was increased, with the rhetoric of regime protection and sovereignty front to external threats that could influence the internal politics of that country. It was noted that the global embargo resulted in an exponential increase in defence spending, both in weapons and in research and development (R & D), as well as in the nuclear area, and that by the end of the country into a true "war machine", being one of the largest arms producers among developing countries. The increase in arms production and its considerable level of technological evolution in the South African Armed Forces was mainly due to government initiatives in structuring state and private institutions to promote industry, innovation in research and development, discovery of new technologies. But during the transition to democracy, between 1989 and 1994, the defence industry suffered dramatic cuts in its budgets, troop strength levels were reduced and a number of disarmament measures, including nuclear dismantling, were implemented. After democratization in 1994, the country went through a period of severe cuts in defence spending, modifying its own conception of national security and foreign policy. In 2001, a turning point in the South African defence industry was added, the defence budget increased, driven by the Strategic Defence Packages (SDP) and the Defence Industry Projects (DIP), which enabled the formation of partnerships between local companies and the largest international defence equipment sales companies. South Africa has been able to reshape its defence industry, turning it into the export of state-of-the-art products capable of competing in markets of first world countries.

Keywords: South Africa, Defence Industry, UN embargo, apartheid

1 INTRODUÇÃO  

África do Sul, oficialmente República da África do Sul, é um país localizado no extremo sul da África, entre os oceanos Atlântico e Índico,com 2.798 quilômetros de litoral. É limitado pela Namíbia, Botsuana e Zimbábue ao norte; Moçambique e Suazilândia a leste; e com o Lesoto, um enclave totalmente rodeado pelo território sul-africano. Multiétnico, o país possui 70% da população composta por negros, bem como as maiores comunidades de europeusindianos e mestiços da África.  

Apesar de constituir a imensa maioria da população, os não-brancos sul-africanos, enfrentaram um regime político-social segregacionista perpetrado pela minoria branca que compunha a elite do páis.

No início da década de 1960, o governo decidiu expandir as indústrias relacionadas à defesa diante do crescente isolamento internacional como resultado do apartheid e crescente resistência no mercado interno e na região. Nessa fase, a produção de armamentos estava em grande parte nas mãos da indústria privada.

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