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Cultura Sul Matogrossense

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Por:   •  30/1/2014  •  6.214 Palavras (25 Páginas)  •  930 Visualizações

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A formação cultural do sul-matogrossense está associada à diversidade das tradições trazidas pelos migrantes e pelos imigrantes, mas algumas predominaram e deram uma característica muito peculiar às manifestações artísticas locais. E a música e a culinária se constituíram nos principais componentes da 'genética' de Mato Grosso do Sul, que fez de Campo Grande o centro de toda efervescência. Cultural.

Mato Grosso do Sul é um desses estados de identidade mestiça, que se afirma sobretudo pela música e suas comidas. As músicas associadas a polcas, guarânias e rock embalam um cardápio plural e exótico na culinária que nasceu híbrida, com produtos e preparos portugueses, indígenas, africanos, asiáticos e hispânicos.

Em Mato Grosso do Sul é possível reunir, numa única mesa, o sobá da região central, o porco no rolete apreciado ao norte, a sopa paraguaia comum no sul. a linguiça típica do sudoeste, o peixe a pantaneira na telha do lado oeste e o arroz com gariroba e frango ao molho pardo com quiabo e pimenta malagueta, além do arroz com pequí herdados dos vizinhos mineiros e goianos. No café da manhã tem que ter o tradicional quebra-torto - um verdadeiro almoço, onde se inclui de tudo, da linguiça ao ovo frito, com sopa paraguaia, chipa, lambreado (bife com ovo e farinha de mandioca) e ensopado de batata e carne.

Alguns pratos, no entanto, têm a preferência em todas as regiões - chipa (pão de queijo frito ou assado), churrasco com mandioca e "sopa" paraguaia, que na verdade é um bolo de queijo, milho e cebola, iiguaria indispensável na mesa dos sul-mato-grossenses. Tudo isso depois de uma sessão de tereré, a bebida mais popular no Paraguai.

A influência da culinária paraguaia tem razão de ser. O estado abriga 300 mil paraguaios, dos quais 80 mil concentrados em Campo Grande, região central, de onde essa cultura se espalha e impregna nos costumes sul-mato-grossenses, pois é cada vez mais aceita pela população.

O tereré se toma na guampa, mas não é chimarrão. Tem que ser supergelado, ao contrário do mate gaúcho, servido quente, na chaleira. Outros dois costumes 'importados' são a chipa e a sopa paraguaia. No auge da ferrovia, a cada estação os passageiros disputavam as vendedoras de chipa. Hoje ela é vendida nas ruas, em feiras e até pontos de ônibus.

A gastronomia sul-mato-grossense reflete toda mestiçagem que existe no Estado. Se o tereré virou uma instituição, a chipa é frequente na mesa e a sopa paraguaia apreciada pela maioria, mesmo realçada com a regionalidade que altera mas não muda a essência do prato.

No Sul de MS é perfeitamente normal ligar o rádio e ouvir o apresentador falando em guarani, ir à padaria para comprar chipa e á tarde compartilhar de uma rodada de tereré bem gelado com amigos. Em dias de calor escaldante, não há quem recuse o programa. Ao entardecer já virou coisa corriqueira as famílias e amigos irem para frente das casas tomarem a bebida e jogar conversa fora. Mesmo nas repartições públicas, escritórios e empresas particulares o tereré é apreciado, do patrão ao empregado.

Assim como o tereré virou instituição em Mato Grosso do Sul, o sobá vindo dos descendentes japoneses de Okinawa também é prato obrigatório nos restaurantes e é largamente consumido nas feiras livres da Capital, sempre às quartas-feiras e sábados.

Música - Da época de ouro da música paraguaia à viola de Almir Sater, a música sul-mato-grossense tem muito a ver com o Pantanal e sofreu muita influência da viola do cocho na fronteira com a Bolívia e, sobretudo, do violão e da harpa. Não se faz festa em Mato Grosso do Sul sem uma dupla de paraguaios tocando harpa e violão. Mesmo não tendo destaque na grande mídia, a música do Paraguai influenciou demasiadamente os compositores regionais.

Artistas como Paulo Simões, Geraldo Roca, Geraldo Espíndola e Almir Sater flertam com guarânias, polcas e chamamés, misturam o guarani com o português e utilizam fatos da história como inspiração. Daí a referência em suas letras sobre ‘a fronteira em que o Brasil foi Paraguai’. Influenciados por esta trupe, surge a polca-rock levando ao extremo a fusão dos ritmos paraguaios com ska, reggae, funk, blues e rock’n roll.

Outro costume que vem do Paraguai é o sapucai. A palavra quer dizer grito em guarani e são aqueles urros que se dá quando começa uma música agitada. Em MS bastam os primeiros acordes de uma polca paraguaia para alguém puxar os gritos.

Os paraguaios usavam o sapucai também como sinais na lida do gado. Em Assunção, diz-se que o sapucai vem de antes, quando os índios guaranis partiam para as batalhas, o que os soldados paraguaios também faziam nas sangrentas batalhas que tiveram com brasileiros, uruguaios e argentinos na Guerra do Paraguai.

Municípios sul-mato-grossenses como Ponta Porã, Porto Murtinho, Miranda, Bela Vista, Jardim e Maracaju foram tomados dos paraguaios após a guerra. Até a cidade de Nioaque, que fica a 200 km de Campo Grande, tudo era Paraguai, esta é a verdade. Por isso, nem podia ser diferente: o sul-mato-grossense é o brasileiro mais paraguaio do país.

Integração - A pluralidade, especialmente da música, porém, é a grande motivadora da integração de culturas. Durante todo ano o estado promove essa integração, por meio de festivais e festas regionais. Os grandes festivais como o das Águas do Pantanal e o Festival América do Sul, onde se encontram a música, dança, artesanato e preocupações comuns em relação ao desenvolvimento econômico e social, além do meio ambiente, já que essa convergência se dá no coração do Pantanal

No calendário cultural estão o Festival de Inverno de Bonito, que associa arte com o meio ambiente, o Banho de São João, que marca a religiosidade do povo de Corumbá, Festa Junina, que mantém a tradição dos paulistas que povoaram o nordeste do Estado, a Festa da Lingüiça, em Maracaju, o Porco no Rolete, em São Gabriel do Oeste, Festa do Peixe, em Corumbá, e em Dourados e Itaquiraí, num outro extremo de Mato Grosso do Sul.

Artesanato indígena

O molde da cultura em Mato Grosso do Sul

Da agricultura de subsistência ao manejo do gado no Pantanal, dos rituais de caça e pesca ao artesanato. As atividades dos índios em Mato Grosso do Sul têm significado econômico e ganham incentivos do poder público. A presença é tão forte que Campo Grande tem até uma "aldeia urbana" - um núcleo de casas de alvenaria, mas com arquitetura semelhante a uma oca.

O principal parque leva o nome de "Nações Indígenas" e alí está o Museu da História Natural. Na entrada, os visitantes passam por um piso de vidro que reflete um cocar,

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