Conjuntura

Para entender essa questão podemos fazer a seguinte análise: imagine que um exportador de café que vende uma quantidade do produto para o exterior por U$ 10 mil por mês. Supondo que a taxa de câmbio em que o dólar seja R$ 2,00, ou seja, uma moeda desvalorizada. Suas despesas são em reais e, ao fazer a troca de moedas, o exportador terá R$ 20 mil em mãos.

Vamos supor uma valorização do Real, de tal forma que seja possível comprar U$ 1,00 com R$ 1,00. Tendo que pagar as contas do mês anterior, inclusive os custos da produção, o exportador terá que cobrar U$ 20 mil pela mesma quantidade de café. O produto fica mais caro no mercado internacional, com mais chance, assim, de perder para os concorrentes. Com o Real forte o poder de compra é maior. Mas com o concorrente mais barato pode-se perder o consumidor ou abaixar o preço também, perdendo lucro.

A teoria econômica convencional afirma que desvalorizar a moeda de um país pode ser algo bom para sua economia, dado que uma moeda mais fraca gera uma taxa de câmbio mais desvalorizada, o que estimula a produção industrial e consequentemente as exportações e o emprego. Isso geraria um crescimento econômico, conclui-se que, caso um país queira vivenciar um crescimento econômico mais acelerado, a desvalorização da moeda seria uma medida necessária (Shostak, 2012). No entanto, segundo Zamberlam (2009), ára muitos economistas, as exportações dependem muito pouco, senão nada, da taxa de câmbio. Elas seriam em função muito mais do crescimento e do preço internacional do que de nossas exportações.