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Michel

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Por:   •  18/3/2015  •  1.171 Palavras (5 Páginas)  •  147 Visualizações

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“Reconheço que o Michel vem exercendo um papel importante na conciliação do PMDB. Ao contrário de outros vices, pela discrição, experiência política e o perfil conciliador, ele conquistou um peso específico e importante no partido e nas decisões do governo”, diz o senador Pedro Simon (PMDB-RS), independente e peemedebista histórico. Em várias ocasiões Simon se insurgiu contra a ala governista do partido, da qual Temer é um dos idealizadores.

Tanto cacife obriga que nenhuma decisão relevante na relação com o governo deixa de passar por Temer. É dele também a costura que garantiu o acordo que levou a presidência da Câmara ao decano Henrique Eduardo Alves (RN) e Renan Calheiros (AL) à presidência do Senado. A contrapartida é o aval que garante a ele, mais uma vez, a vaga na dobradinha pela sucessão presidencial.

O PMDB também acumula, por força do acordo, cinco pastas importantes na Esplanada (Minas e Energia, Agricultura, Aviação Civil, Turismo e Previdência) e, ainda, a possibilidade de agregar um sexto ministério, o da Integração Nacional, desocupada pelo ex-ministro Fernando Bezerra com o racha que separou o PSB da base aliada. O nome de consenso costurado por uma articulação de Temer junto aos senadores e deputados numa eventual reforma em janeiro é o do senador Vital do Rego (PMDB-PB).

Conciliação

Aos 73 anos, filho de libaneses, caçula de uma família de oito irmãos, seis mandatos de deputado federal (de 1987 a 2011), líder em várias legislaturas e presidente da Câmara por três vezes (1997, 1999 e 2009), o grande desafio desse paulista de Tietê, católico, professor de direito e advogado, é tirar do PMDB a fama de partido paroquial e fincar a bandeira da legenda justamente em sua base eleitoral, o disputadíssimo Estado de São Paulo.

Se a chapa nacional está consolidada – conforme ele mesmo não se cansa de repetir – o trabalho de maior fôlego agora é unir o partido em torno do empresário Paulo Skaf, que se impôs como candidato depois que outro pupilo de Temer, o deputado Gabriel Chalita, caiu em desgraça por suspeitas de corrupção.

Michel Miguel Elias Temer Lúlia, ou simplesmente Michel para os peemedebistas, entrou na política durante o governo de Ademar de Barros como chefe de gabinete do então secretário de Educação, Ataliba Nogueira. Em 1983, no governo Franco Montoro, já filiado ao PMDB dois anos antes, virou procurador-geral do Estado de São Paulo. Um ano depois, foi nomeado secretário de Segurança Pública, cargo que voltaria a exercer em 1992, já na gestão do ex-governador Luz Antônio Fleury Filho, com a missão de debelar uma das maiores crises da segurança pública paulista, deflagrada com a chacina dos 111 presos do Carandiru.

“Era um momento muito difícil. Com habilidade e espírito de conciliação, ele pacificou a segurança. O Temer é extremamente leal, correto e hábil articulador político”, derrama-se em elogios o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho. A primeira medida de Temer como secretário foi chamar a sociedade civil a participar da política de segurança, o que acabou resultando no único episódio que se tem notícias de uma reação voluntarista. Numa reunião com o Conselho da Polícia Civil, um dos “cardeais” chegou a ameaçar que pediria demissão caso os interesses da polícia fossem misturados aos grupos de direitos humanos.

“Pois se o senhor formalizar o pedido de demissão, eu aceitarei”, reagiu o então secretário, numa das raras ocasiões em que alterou a voz. O cardeal silenciou-se. Depois, a amigos, ele confidenciou que seu jeito cerimonioso às vezes levava as pessoas a confundir com frouxidão.

Quando Temer assumiu a segurança, em 1992, as tropas de choque da PM haviam chegado ao auge da matança de civis em alegados conflitos de rua: 1.421 mortes. Além de reforçar as corregedorias, ele adotou duas singelas medidas para inibir os excessos: a perícia deveria fazer o exame residuográfico (que mede a presença de pólvora) nas mãos das vítimas para confirmar se ela reagiu a tiros à ordem policial; os agentes envolvidos em conflitos sairiam das ruas e, depois de tratamento psiquiátrico, seriam remanejados para áreas administrativas. No final do ano seguinte, as estatísticas registravam 377 mortos de civis, uma drástica redução e a comprovação das suspeitas de que grande parte dos conflitos, na verdade, era execução de supostos criminosos.

A atuação na segurança levou Fleury a nomeá-lo Secretário de Governo, cargo

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