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O conceito de a priori

Seminário: O conceito de a priori. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  9/11/2014  •  Seminário  •  449 Palavras (2 Páginas)  •  250 Visualizações

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A noção de a priori é uma noção epistémica, que caracteriza o modo como uma proposição é conhecida, o de ser conhecida independentemente da experiência. Ao introduzir a noção de conhecimento a priori, Immanuel Kant equacionou-a com a de necessidade estabelecendo a seguinte equivalência: uma proposição é conhecível a priori se, e somente se, for necessária. Foi preciso esperar por Saul Kripke, alguém que questionou tal conexão. Essa conexão foi praticamente refutada no clássico "Naming and Necessity", 1972. Contudo, ainda permanecem alguns resistentes. Mesmo que não aceitemos os argumentos de Kripke, também não se pode admitir a conexão sem argumentos, como até então se fazia. Em primeiro lugar, é preciso notar que a distinção entre conhecimento a priori e a posteriori é uma distinção epistémica acerca de modos de conhecer, ao passo que a distinção entre necessário e contingente é uma distinção metafísica acerca de tipos de verdade. 8

Em Kant, são a priori, ou seja, universais e necessárias, as formas ou intuições puras da sensibilidade (espaço e tempo), as categorias do entendimento e as ideias da razão.9 Claude Bernard afirma que ideia a priori é aquela que se apresenta sob a forma de uma hipótese cujas consequencias devem ser submetidas ao critério experimental.10 Após Kant, alguns filósofos têm considerado a relação entre "aprioricidade", analiticidade e necessidade de serem muito próxima. De acordo com Jerry Fodor, "o Positivismo, em particular, tinha como certo que verdades a priori devem ser necessárias..."11 No entanto, desde Kant, a distinção entre as proposições sintéticas e analíticas tinham se alterado ligeiramente. As proposições analíticas foram amplamente consideradas como sendo "verdadeiras em virtude de significados e independentemente do fato",12 enquanto proposições sintéticas não, deve-se realizar algum tipo de investigação empírica, olhando para o mundo, para determinar os valores-verdade de proposições sintéticas.

As definições desses termos por Kripke, no entanto, divergem de forma sutil daquelas de Kant. Levando em conta essas diferenças, a análise controversa de Kripke de nomear como contingente e a priori melhor se encaixam no quadro epistemológico de Kant, chamando-a "analítica a posteriori".13

Assim, a relação entre "aprioricidade", a necessidade e analiticidade não são fácil de se compreender. No entanto, a maioria dos filósofos, pelo menos, parecem concordar que, embora as várias distinções podem se sobrepor, as noções claramente não são idênticas: a distinção a priori/a posteriori é epistemológica, a distinção analítica/sintética é linguística e a distinção necessário/contingente é metafísica.14 15

A justificação a priori repousa em intuições racionais, ou idéias, mas há uma variedade de pontos de vista sobre a natureza dessas intuições ou insights. Há também muitas objeções à idéia de que intuições racionais fornecem qualquer tipo de justificação. Racionalistas pensam que pode haver um conhecimento a priori do mundo, enquanto empiristas negam isso. 16

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