O entrave da Turquia: Politico ou Cultural

O entrave da Turquia na UE: político ou cultural?

Felipe Júnio sabino  Sousa  ^[1]

Com a multipolarização pós-guerra fria, a cooperação internacional tem dado um olhar mais abrangente e menos duro em vista das posições políticas ideológicas, a supranacionalidade da União Europeia é um exemplo dessa cooperação. Como um dos objetivos de sua criação, barrar a nacionalidade existente nos países após a segunda guerra, promover o desenvolvimento e o livre comercio; A união europeia ainda tem como entrave várias questões ideológicas e, muitas vezes, culturais, para admissão da entrada de novos países ao bloco. A Turquia, por exemplo, encontra se em um entrave, mais há quem diga que o principal problema da Turquia, está tampouco relacionada aos problemas políticos ideológicos, mas sim pela diferença cultural existente.

Muitos são os valores impeditivos que barram a entrada da Turquia na União Europeia, sendo um pais sem pratica democrática a reforma constitucional, um direito igualitário, a liberdade de imprensa e a proteção das minorias religiosas são atitudes importantes para que a Turquia se junte a supranacionalidade do Bloco em questão. A Turquia tem feito muito nos últimos anos para conquistar o olhar europeu, segundo David Cameron, é errado fazer da Turquia uma proteção que guarde o campo, mas não usufrua da tenda, sendo uma tristeza que o processo de entrada tenha sido frustrado.

Dessa forma, observa se que a Europa tenha feito pouco para ajudar a entrada dessa país ao bloco, e um grande problema dessa ajuda se encontra no apoio da França e da Alemanha, que segundo estes, a Turquia não se encontra pronta para se tornar Europa da mesma forma que os europeus não estão prontos para recebe-los. Mas qual seria o empecilho que faz com que esses dois países sejam contra a sua entrada, e até se negarem a ajudar a orientar a Turquia no processo de transformação?

Para Huntington, a política mundial estaria entrando em uma fase onde a nova orientação das relações internacionais seria voltada para as diferenças culturais entre as civilizações, nascendo então um conflito entre nações de diferentes culturas, o que ele chamou de choque de civilizações. Logo, poderia se dizer que o que define a posição de um país, ou a posição em que este será colocado, terá relação direta a sua identidade cultural.

Os países da Europa se sustentam na evidência de que a Turquia tem um baixo desenvolvimento econômico e um fraco desempenho no que tange os direitos humanos, porém, o grande entrave para o apoio da entrada da Turquia está nas diferenças culturais existentes, os países europeus são cristãos, enquanto a Turquia, muçulmana. Além disso, a aversão ao islamismo anda em constante crescimento, principalmente nos últimos anos, por conta do crescimento indesejado de refugiados e a carga de preconceito existente na comparação da religião islã com o terrorismo.

Nesse sentido, grandes partes dos europeus não aceitam um estado muçulmano (Turquia), na entrada da União Europeia, o que é um grande entrave para sua entrada, que tem se estendido há anos. O que fortalece essa tese é a ideia apoiada por Huntington que mostra como as organizações multicivilizacionais (política ou econômica) tem sido menos eficiente que os países de mesma civilização. O que mostra que as organizações são mais eficientes quando seus membros compartilham de uma mesma cultura.

        Concernente a isto, o interesse da Turquia na entrada desse bloco tem sido amenizado, tanto pelo governo, quanto pela própria população onde mais de 99% da população se declara muçulmana. Devido a esse entrave cultural, é natural, se considerarmos a ideia de aproximação cultural de Huntington, que a Turquia se afaste de países ocidentais e se aproxime dos países orientais como o Irã e a Síria, por exemplo.

...