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RESUMO: O fim da influência (como fica o mundo quando o dinheiro muda de mãos)

Por:   •  5/5/2015  •  Resenha  •  1.632 Palavras (7 Páginas)  •  468 Visualizações

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Fundação Armando Alvares Penteado
Faculdade de Economia
Curso de Relações Internacionais

RESUMO: O fim da influência (como fica o mundo quando o dinheiro muda de mãos).

Marcela Carandina
31310288

São Paulo
2014

         O livro de  Stephen S. Cohen e J. Bradford DeLong visa enfatizar a saída do dinheiro, poder e da influência dos Estados Unidos, que durante muito tempo permaneceram como a grande potência mundial, contudo nos dias de hoje, grande parte de todo esse poder, dinheiro e influência estão se deslocando das ‘mãos’ dos americanos, e passaram a entrar em países que estão se desenvolvendo aceleradamente, em especial a China. Esses países obtém como estratégia de crescimento em comum, um direcionamento as exportações, no qual acumulavam riquezas devido aos superávits comerciais. Contudo posteriormente, os EUA, detentores de um padrão de vida elevado e do dinheiro, propiciavam o desenvolvimento a esses países por importarem muito mais do que exportarem. Entretanto com a crise, o dinheiro acabou, e os outros países que antes se mantinham pelo dinheiro provindo de suas exportações para o EUA, passaram a começar a perceber as diferenças na ascensão de novas economias.
        Nos anos passados, o  FMI  e Banco Mundial recomendavam a privatização e a liberalização como caminho de desenvolvimento. Em contrapartida a China foi uma exceção dessa tendência, deixando de lado o planejamento estatal e abraçando o capitalismo.   Por sua vez, o Brasil, citado no texto como exemplo, foi um dos países a seguir essas medidas , entretanto, o que parecia uma ação esgotada do governo de intervenção, vem sendo direcionada a um novo ‘’lemon socialism’’ , ou seja, uma nova intervenção do Estado na economia, pois mesmo que a medida adotada de liberalização tenha sido de grande importância no desenvolvimento empreendedor no mundo a fora, nos dias de hoje, há sinais de esgotamento desse movimento.
        Uma das consequências desse processo, foi a grande crise, que como efeito, promoveu perdas de empregos, patrimônios de pessoas, entretanto promoveu a demanda por commodities, especialmente pela China, a qual por sua vez utilizou da sua grande quantidade de Fundos Soberanos(acumulo de ativos investidos no mundo), acumulados pela grande quantidade de exportações no país, isso por sua vez acarretou na nossa não independência nos dias de hoje do interesse da China, a qual utiliza a manipulação da taxa de câmbio para a crescente acumulação de dinheiro, nos dias de hoje, a mesma possui 2,5 trilhões de dólares em reservas, dos quais 70% estão aplicadas em títulos do tesouro americano. Ao mesmo tempo, a transferência do dinheiro pra China, faz com que o EUA embora não retome sua condição de excepcionalidade, continuará se destacando em virtuosidade científica e poderio militar. Asssim, China e os Estados Unidos são economicamente codependentes, o produtor e o consumidor, o credor e o devedor.
        Para Cohen e DeLong, a única maneira propicia para deslocar saltos nas economias em desenvolvimento é: mover o trabalho da baixa produtividade para as atividades de tecnologia manufatureiras, pois é o único caminho de rápido crescimento que pode atravessar gerações.
        Entretanto os países que buscam crescer não podem apenas continuar a promover o crescimento exclusivamente das exportações, e como já dito, os EUA não tem mais capital e nem força para manter, por muito tempo, a sua condição importadora de recursos. Já que o sistema de livre mercado não dependia só da mão invisível, mas também de um fiador do sistema. Os americanos devem produzir mais, economizar mais e gastar menos.
        A China e outras nações dependentes devem, depender menos das exportações, consumir mais e, portanto, acumula menos poupança em dólares. A posição que indicava as intervenções em estruturas e localidades industriais,  se tornariam desfavoráveis e minimizadas como parte de uma grande negociação internacional de livre comércio entre governos, uma redução mútua e equilibrada de barreiras à política industrial.
        Sobre o dinheiro, vale ressaltar que o lote mantido por outros povos, nada mais é que papel moeda, ou seja, dinheiro sem valor. Os maiores lotes de grandes ativos em dólares americanos, não são em notas mas em dinheiro.
        A divida compromete principalmente a China e outros governos que tem o dinheiro. Vender a dívida faria o dólar cair e com isso acabaria com o valor de suas reservas internacionais investidas em titulo americano e consequentemente prejudicaria seus maciços sectores a base de exportação, e a alternativa que os autores expõe é a troca de obrigações de dívidas, por participações em empresas americanas. Contudo isso não é feito. O fluxo oposto de comércio pelo qual os EUA compraram muito mais do que venderam, resultou em acumulo de dólares no exterior, e essa emissão fara que o dólar desvalorize. Isso por sua vez, fez com mesmo não tão desejado, houvesse uma aproximação sino-americana. Em um mundo em que as grandes questões econômicas internacionais envolvem a remoção das barreiras não tarifárias, a contínua expansão do comércio mundial, a transferência da tecnologia e o uso de instituições internacionais para administra e controlar o risco sistêmico, promover a separação dos fundos soberanos de riqueza e considerações ‘políticas’ foi uma aposta feita para expandir a globalização, e como  resultado dessa aposta, ocorreu o esgotamento do sonho neoliberal (que por sua vez surgiu da economia mista, posteriormente a Segunda Guerra Mundial – economia que evitava destruição, desperdício e ineficiências do planejamento central do governo burocrático, sendo a mão invisível do mercado apoiada e ajudada pelo governo), fazendo com que a gestão de fundos soberanos de riqueza não foque mais apenas em maximizar os retornos ajustados pelos riscos. Por sua vez, esses fundos passaram a ser instrumentos de investimentos dos governos em vez de instrumentos do sector privado.
        A esperança dos neoliberais era reduzir as funções essenciais do governo e, assim construir algo muito mais utópico, evitando barganhas política,  a corrupção clandestina, a ineficiência burocrática, e o impacto na economia mista social-democrata e do bem-estar do estados nos incentivos e na moral dos patrões e trabalhadores. O neoliberalismo baseia-se na ideia de que, se pudermos transformar o sistema de modo que os agentes econômicos interessados encontrem os incentivos corretos,  então o governo não precisa se envolver.
        Em virtude, o dinheiro traz o poder a uma nação, não só pode comandar , ou pelo menos, influenciar o comportamento de outras. O dinheiro ao longo do tempo traz o poder de propagar ideias e conceitos, formas, normas, modos de comportamento que saem da cultura do Estado, penetrando em outras culturas. E depois da primeira Guerra Mundial, os EUA se mantinham em posição do superior aos grandes, todos queriam ser como os americanos, contudo, com essa perca de influência, poder e dinheiro, a América será cada vez menos a origem dessas novas tendências, mesmo que se mantenham modernos, o moderno não será mais essencialmente americano.
        Os autores questionam de onde vem o acúmulo de riquezas, e a resposta está em três correntes: o petróleo, os excedentes de exportação e os fundo do socialismo limão. Além disso os autores, enfatizam que a única possibilidade de alcançar industrialização e crescimentos rápidos é com grandes exportações, e para isso o Estado deve ter uma disposição de importar por parte de outros países, taxa de câmbio que mantenha a moeda baixa possibilitando assim exportação em larga escala, ou seja, um subsidio de base ampla.
        A China foi um exemplo do que aconteceu, seu crescimento foi resultado de uma transformação em larga escala rápida, vinda de grandes exportações . Porém para que a política de moeda depreciada se mantivesse, eles restringiram a capitação de empréstimos de curto prazo, e os estrangeiros que queriam beneficiar-se deveriam importar bens de capital além de construir fábricas.
        Diferentemente nos EUA, no qual pelo menos metade do crescimento econômico é resultado de um processo tecnológico na forma de inovação. E dentre eles que no mercado obtivesse informações privilegiadas se beneficiava.
        Todo esse dinheiro das novas economias, teve origem do fato de que governantes do mundo inteiro persistiram na sua ideia de manter dólares em seus tesouros e bancos centrais. Era comum o argumento de que se não tivessem dólares o suficiente para superar uma crise financeira, então precisariam aumentar as taxas de juros e desestimular as importações a fim de que o superávit das exportações sobre as importações se tornasse maior.
        Na crise atual, todos os países industrializados tem uma quantidade de ‘’grandes limões’’, e para que se assegure sua sobrevivência em um país, deve-se espremer os limões de outros ao máximo, e assim por diante.  A criação de grandes empresas nacionais em multinacionais complica a política industrial, pois a mesma não teria como intervir em apoio a indústrias falidas ou ‘’grandes limões’ . Os grandes sucessos na política industrial foram alcançados por países que não tiveram de inventar seu futuro, mas apenas emparelhar-se com os mesmos.
        Por sua vez, o perigo não é os países com dinheiro comprarem as empresas americanas, mas sim fazer desaparecer a ‘rentabilidade do acionista’. O verdadeiro perigo tem a ver com o destino dos efeitos de transbordamento causados pela difusão da inovação. O poder da fusão, é o exemplo mais claro do setor do futuro, dando continuidade a visão da imaginação, inventividade e velocidade, são atributos de máxima importância.

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