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TEMAS DE POLÍTICA MONETÁRIA

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Por:   •  12/5/2014  •  8.874 Palavras (36 Páginas)  •  262 Visualizações

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TEMAS DE POLÍTICA MONETÁRIA

KEYNESIANA*

I fí™ o o 00 29 07 » o Fernando J. Cardim de Carvalho

1 - O modelo keynesiano e seus críticos

Emmeados dadécadade 60, o keynesianismo como métodode intervençãodo governo

na economia viveu seu apogeu nos Estados Unidos, com a Administração Johnson. Seus

críticos, dentre os quais o mais importante foi Milton Friedman, ainda obtinham reduzido

eco, seja na academia, seja no mundo político, para sua acusação de que os keynesianos

desconlieciam a influência de fatores monetários na determinação do estado da economia,

justificando seu lema de que a moeda importa! {money mattersl).

Vista de hoje, a crítica pareceria realmente infundada. Nessa mesma época, Okim

definia o que se podia considerar a sabedoria convencional a respeito da visão

keynesiana da inserção da moeda e da política monetária na operação macroeconômica

do seguinte modo:

"The keynesian model of short-run incometleteimination provides a clear

specifícation of the way in which central bank Instruments affect the levei

of output. A change in the volume of money alters the rate of interest so as

to equate the demand for cash with the supply; the change in interest affects

the levei of investment; tlie change in investment has a multiplied effect on

equilibrium income (...) In the keynesian model, the central bank is assumed

to fix the supply of money, while flie publicas demand for money depends

on income and interest, as expressed in the liquidity preference function. In

the world ofthe model, a single homogeneous eaming asset is available to

the public as an altemative to cash. The yield requiied to induce the

appropriate demand for the eaming asset relative to zeroyielding cash

depends on the supply of money relative to income. Thus, when the central

bank alters the volume of money, it affects the rate of interest" (OKUN,

1967, p.l43).

Este trabalho serviu de base para a conferência que constitui uma das provas do concurso para Professor

Titular de Economia da UP^/FEA, realizado em setembro de 1993, Agradeço as críticas e os

comentários feitos na ocasião pelos Professores Antônio Banos de Castro, José Oilega, Paulo Haddad,

Eleutério Prado e Fernando Holanda Barbosa, que não são, porém, responsáveis pelo resultado final.

Entre os que sempre negaram com veemência essa impressão de que a visão keynesiana predominante

subestimava a importância de fatores monetários estão Tobin, principalmente, e Modigliani. Por outro

lado, vários autores de linhagem keynesiana, como Godley e Cripps, do Departamento de Economia

Aplicada da Universidade de Cambridge, aceitaram a validade da crítica a postetioii. Na verdade, o

próprio Tobin acabou por aceitar parcialmente o argumento, ainda que confinando sua validade aos

keynesianos britânicos.

["O modelo keynesiano de determinação da renda no curto prazo prove uma

especificação clara do modo pelo qual instrumentos do Banco Central

afetam o nível de produto. Uma variação do volume de moeda altera a taxa

de juros de modo a equacionar a demanda de dinheiro com sua oferta; a

mudança no juro afeta o nível de investimento; a variação no investimento

tem um efeito multiplicado sobre a renda de equilíbrio (...) No modelo

keynesiano, assume-se que o Banco Central fixe a oferta de moeda, enquanto

a demanda do ptiblico por moeda depende da renda e do juro, expressa

na fiinção preferência pela liquidez.. No mundo do modelo, um único ativo

pagante homogênio está disponível para o público como alternativa ao

dinheiro. O rendimento requerido para induzir a demanda apropriada pelo

ativo pagante em relação à moeda que nada rende depende da oferta de

moeda em relação à renda. Assim, quando o Banco Central altera o volume de

moeda, ele afeta a taxa de juros."]

A construção é conceitualmente clara, valendo-se de mecanismos sabidamente

constituintes do modelo da Teoria Geral de Keynes. Haveria poucos, entretanto, que

tião compartilhariam da impressão ou da certeza de que a moeda era um elemento

secundário, se não da análise original de Keynes, pelo menos de seu desenvolvimento

no Pós-Guerra.' Como mostrou Leijonhufvud em seu esmdo seminal das diferenças

entre a economia keynesiana e a economia de Keynes, a visão keynesiana de política

econômica assumiu realmente um caráter fiscalista, relegando a moeda e a política

monetária a um papel secundário. Se, teoricamente, se reconheciam canais pelos quais

a moeda poderia afetar a operação real da economia, geralmente em concordância com

o descrito acima por Okun, esses efeitos, contiKlo, eram vistos como relativamente

irrelevantes,

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