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Teoria Da Inflação Inercial

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Por:   •  26/2/2015  •  2.335 Palavras (10 Páginas)  •  809 Visualizações

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Capítulo 13: Teoria da inflação inercial e políticas de estabilização

Plano Cruzado

Plano Bresser

Maílson da Nóbrega – da política do feijão-com-arroz ao Plano Verão

13.1 A tentativa de decifrar a inflação brasileira – o diagnóstico da inflação inercial

Início da transição democrática em 1985: grave crise econômica com diagnóstico de causas

impreciso e parcial.

A dívida era o aspecto mais aparente da crise econômica. Porém, muitos consideraram

superada até mesmo a crise da dívida quando o Brasil, a partir de 1983, ajustou seu balanço

de pagamentos.

Após dois ajustamentos com efeitos recessivos (1981 e 1983), o ajuste de fluxo das contas

externas foi finalmente alcançado. A inflação, porém, ao invés de baixar, como esperava o

governo, dadas as políticas ortodoxas adotadas sob orientação formal do FMI, subiu do

patamar de 100% ao ano para 200% em 1983 apesar da forte recessão de então.

A inflação estabilizou-se inercialmente, nesse novo nível até o final de 1985.

A partir de 1984 o grande problema deixa de ser a balança comercial e o controle da

inflação torna-se o centro das preocupações. 22

Os instrumentos ortodoxos de controle fiscal e política monetária não pareciam surtir os

efeitos esperados.

Teoria da inflação inercial: uma interpretação alternativa do processo inflacionário, segundo

a qual a solução do problema, embora difícil, não era tão custosa quanto a teoria ortodoxa

apontava.

Grande influência do pensamento de Ignácio Rangel:

– A inflação tem origem em pontos de estrangulamento na oferta de

certos bens em linha com o pensamento estruturalista;

– Ênfase na inflação como um mecanismo de defesa da economia, ou

seja, uma forma de moderar os ciclos econômicos e manter elevada a taxa de

investimento;

– O poder de monopólio das grandes empresas e, em particular dos

grandes intermediários de bens agrícolas, era tal que, na recessão, o processo

inflacionário era acelerado para acomodar suas demandas e impedir a

diminuição de sua renda.

Lacuna nas teorias convencionais e na teoria de Rangel: a estabilidade da inflação em

determinados patamares. Fenômeno este particularmente visível na economia brasileira.

Problema básico: a defasagem nos aumentos de preços das empresas que resultava no

repasse automático da elevação de custos para os preços, independentemente da demanda.

A essa característica somava-se o processo de formação de preços numa economia

oligopolizada, margem fixa ou mark up, que não leva necessariamente a um aumento da

taxa de inflação, mas à manutenção dos níveis de inflação em um determinado patamar.

Bresser e Nakano (1983) distinguem os fatores:

– aceleradores: aumento da quantidade nominal de moeda acima do

aumento da renda (análise ortodoxa), excesso de demanda (keynesianos),

estrangulamentos na oferta e efeitos propagadores dos aumentos setoriais de

preços (estruturalistas) etc.;

– mantenedores: conflito distributivo, ou seja, esforço dos agentes

econômicos para manter sua participação na renda agregada;

– sancionadores: moeda e déficit público. A moeda é estritamente

endógena e a inflação inercial é um incentivo ao déficit público e ao

financiamento inflacionário de despesas. 23

13.2 Uma nova estratégia de combate à inflação – as propostas de choque

heterodoxo e de moeda indexada

Controlar a inflação dependeria de políticas administrativas, ou seja, políticas de rendas e

controle de preços.

Em agosto de 1984, Francisco Lopes propõe o chamado choque heterodoxo, no qual defende

um amplo congelamento de preços.

Os economistas ortodoxos adotaram a estratégia retórica de associar heterodoxia com

populismo econômico, especialmente porque os dois principais choques fracassaram em

razão de políticas populistas.

André Lara Resende propôs em 1984 a estratégia de moeda indexada, na qual uma reforma

monetária permitiria por algum tempo a convivência de duas moedas. Dessa forma os

agentes poderiam redefinir seus contratos na nova moeda.

Em novembro de 1984 André Lara Resende e Pérsio Arida publicam o artigo “Inertial

inflation and monetary reform” que seria a base do Plano Real.

Segundo a proposta “Larida”, para os agentes econômicos que adotassem a nova moeda, os

ajustes de preços na moeda antiga passariam a ser diários e sincronizados. Desse modo,

posteriormente, quando a reforma monetária eliminasse a moeda antiga, a âncora nominal

representada

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