A INTERPRETANDO A NARRATIVA BÍBLICA
Por: Marcelo Cabral Pontes • 4/5/2017 • Relatório de pesquisa • 1.842 Palavras (8 Páginas) • 2.184 Visualizações
INTERPRETANDO A NARRATIVA BIBLICA
INTRODUÇÃO:
As Narrativas são historias contadas por pessoas, a bíblia contém um grande numero de narrativas. O fracasso da critica da forma e da redação fez o interesse da critica literária crescer, com isso a critica narrativa ganhou um proporção grande no momento atual. Entretanto precisamos compreender que a critica narrativa por si só não consegue resolver o problema da interpretação, junto com a crítica da forma e da redação o resultado terá mais êxito. A crítica da narrativa é uma das escolas mais eficaz que surgiu nos últimos tempos
“A narrativa é o tipo de literatura mais usada na Bíblia. Aproximadamente 40% de todo o Antigo Testamento é narrativo. Somado ao fato de que o Antigo Testamento compõe ¾ de toda a Bíblia, a narrativa torna-se a literatura mais comum na Escritura. Os seguintes livros no Antigo Testamento são compostos em grande medida ou inteiramente de narrativas: Gênesis, Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Daniel, Jonas e Ageu. Além disso, Êxodo, Números, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Jó contêm grandes partes narrativas. No Novo Testamento a maior parte dos Evangelhos e quase a totalidade de Atos também são narrativas. Narrativas são histórias, mas para evitar qualquer comparação ou semelhança com histórias humanas, os estudiosos usam a palavra “narrativa” para se referir a História de Deus, que é totalmente verídica, crucialmente importante e frequentemente complexa. É maior e mais gloriosa do que qualquer história ou epopéia humana. O Espírito Santo foi sábio ao inspirar tão grande parte da Bíblia em forma narrativa, pois essa literatura serve bem ao propósito da revelação de Deus. Isso porque as pessoas gostam naturalmente de narrativas, isto, de histórias. O propósito da narrativa bíblica é mostrar Deus agindo em sua Criação e entre seu povo. Estas narrativas o glorificam e nos ajudam a entendê-lo, assim como a amá-lo e servi-lo e nos apresenta a História da Salvação. Toda narrativa tem um narrador (quem conta a história), personagens (aqueles que interagem na história), cenários (locais onde a história acontece), tempo (ambientação da história) e enredo (como a história é contada e seus conflitos).”.
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<http://www.igrejaevida.com.br/index.php/treinamento/14-aula-8-narrativas-do-antigo-testamento 05/04/2016> 09h50min.
A crítica da fonte, da forma, da redação e da narrativa são ferramentas para estudar a narrativa bíblica, essas quatro escolas são muito importante, pois cada uma delas tem uma participação valiosa na interpretação dos textos trazendo uma sutileza significativa e esclarecedora à compreensão do texto em analise. Falaremos dessas quatro escolas em parte:
1. CRITICA DA FONTE
Sua discussão estar em torno da autoria do Pentateuco no Antigo Testamento e na interrelação literária dos Evangelhos, depois de controlar a autoria do Antigo testamento no período de um século a JEDP (O corpus deuteronômico) perdeu espaço e com isso a autoria mosaica ocupou uma posição quase unanime entre os estudiosos e críticos. As duas visões sempre vão afirmar junto com a crítica da narrativa, que os cincos livros (Pentateuco) são uma organização única que se mantém relacionadas por enredos, cenas e elementos estruturais etc.
No Novo Testamento o evangelho foram propagados e conservados oralmente, os discípulos de Jesus esperavam a vinda do mesmo para aquele momento e não houve entre eles a necessidade de registrar os testemunhos apostólicos naquele momento, com o passar dos anos e mortes das testemunhas e dos apóstolos que se viu a necessidade de preserva em forma escrita à mensagem de Jesus, nesse período nasce a tradição oral. Broadus David hale em introdução ao estudo do Novo Testamento pagina 56 afirma:
"A pregação e ensino dos apóstolos e outros lideres da igreja, logica e naturalmente, dariam uma forma fixa às narrativas acerca da vida de Jesus. Essa "tradição fixa" explicaria a relação estreita dos sinópticos. As diferenças são explicadas como sendo contribuições de pessoas individuais, aumentando a informação mais geral, que pertencia Á Igreja como um todo. Então também o proposito de cada autor deve ser tido em mente, à medida que ele reuniu e colecionou seu material”.
Porém existe uma grande dificuldade em determinar qual a natureza básica dos sinópticos, os pais da Igreja criam que os evangelhos foram escrito independentes um do outro, isso foi perdendo espaço no século IV quando ficou conhecido que os sinópticos eram interdependentes. Agostinho com isso foi levado a crer que Mateus era a fonte primaria dos evangelhos, pois no século II o livro de Mateus era o mais conhecido e estava sempre em primeiro lugar em toda a lista dos evangelhos, esse ponto de vista de Agostinho perdurou até 1835 quando Karl Lanch comprovou a primazia de Marcos, Criando assim a teoria de dois documentos. Broadus David hale em introdução ao estudo do Novo Testamento pagina 56 e 57 afirma:
1. Mateus reproduz 90 por cento do assunto de Marcos, em linguagem grandemente idêntica à de Marcos. Lucas faz o mesmo, por bem mais que a metade de Marcos.
2. Numa seção media que ocorre nos três evangelhos, a maioria das palavras reais usadas por marcos é reproduzida por Mateus e Lucas. Seja alternadamente ou por ambos juntos.
3. A ordem relativa de incidentes e seções em Marcos é, em geral, apoiada tanto por Mateus como por Lucas; onde um deles abandona Marcos, o outro geralmente encontrado apoiando-o.
4. O caráter primitivo de Marcos é mostrado ainda: (a) pelo uso de expressões que poderiam causar ofensa, que são omitidas ou atenuadas nos outros dois Evangelhos; (b) pela rudeza do estilo e gramatica, e a preservação de palavras aramaicas.
5. Pela maneira como o material de Marcos e o que não é de Marcos são distribuídos em Mateus e Lucas, respectivamente, parece que cada um tinha diante de si o material de Marcos, num único documento e confrontava-se com o problema de combinar este com material de outras fontes.
6. Comparando Mateus e Marcos em material comum a cada, vê-se que Mateus apresenta, invariavelmente, a narrativa mais curta, dai, Mateus reduziu Marcos, ao invés de vice-versa.
A teoria dos dois documentos é a resposta para o problema dos sinópticos, mais ainda não responde todas as perguntas, pois existem versículos em Mateus e Lucas que teve sua origem em Marcos e outros não, com isso chega à conclusão que existe um terceiro documento que chamamos de "Q".
A teoria dos documentos Múltiplos é realmente aceita, pois parece ser a explicação mais logica dos problemas dos sinópticos, basicamente esses documentos seriam: Marcos (o material partilhado pelos três sinópticos), "Q" (Material que não é de Marcos, partilhado por Mateus e Lucas), "M" (material encontrado somente em Mateus) e "L" (Material encontrado somente em Lucas). Por falta de provas de outros documentos muitos estudiosos não questionam esta ideia.
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