História das Religiões
Por: ronald_adao • 30/5/2016 • Trabalho acadêmico • 3.194 Palavras (13 Páginas) • 336 Visualizações
AVM Faculdade Integrada
Especialização em Ciências da Religião
Ronald Portal Adão
História das Religiões
Belém-Pará
2016
A História das Religiões sempre fora marcada pela busca incessante por parte do homem, por respostas às questões relacionadas a sua origem e existência. As tradicionais inquietações que sempre estiveram nas mentes humanas: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Temos uma alma imortal? Existe uma inteligência suprema e eterna que arquitetou e criou toda a matéria existente n universo? Existe vida após a morte do corpo físico?
Essas são, de fato, indagações que tem pavimentado a vida de muitas pessoas, principalmente para aquelas que acreditam no transcendente. Buscar a prefeita compreensão a respeito de nossas origens e destino final, sem dúvida, constitui um dos maiores desafios de toda comunidade cientifico-religiosa, afim de desvendar o maior mistério de todos. A despeito de todas as teorias que envolvem esta questão, a ciência da religião, neste contexto, transforma-se em um elemento vital para que possamos chegar as conclusões tão almejadas. Portanto, nosso ponto de partida será o conhecimento das teorias, segundo cada sistema religioso a ser estudado.
Inicialmente, precisamos compreender o significado do termo religião. Dentre os vários conceitos de religião, encontramos o que afirma que esta A palavra originada do latim religio concernente à junção do prefixo re e o verbo – ligare, o que significa a religação, a reconciliação ou reconexão do corpo com o espírito. Segundo Friedrich Max Müller, importante estudioso do tema, a religião tem a sua origem na ideia de infinito, entendendo ele por infinito o que, no espaço e no tempo, fica além da percepção ou fora do alcance dos sentidos do homem primitivo. “O homem vê até certo ponto e, ali o seu olhar se quebra; mais precisamente onde o seu olhar não vai além, impõe-se a ele, quer quebra, quer não, a percepção do ilimitado, do infinito”.
Afinal o ilimitado, o infinito é o que fica doutro lado da montanha cujo cimo não foi atingido; é o que através da planície a vista não alcança ou se perde no horizonte; é o mar na sua imensidão intransponível ou o rio que segue o seu curso e desaparece na selva impenetrável.
A ideia de infinito nem é inata no homem nem mesmo tem fundo místico, tem sentido sensualista conforme expôs Max Müller “a religião, não é senão um desenvolvimento da percepção dos sentidos, do mesmo modo que a razão”.
Para efeitos didáticos trabalharemos com as principais manifestações religiosas do planeta, buscando abordar os aspectos fundamentais de cada uma, evidenciando suas congruências. Questões concernentes a salvação, relações sociais, costumes, festas, são alguns dos elementos comuns as mais diversas religiões existentes no mundo.
Um detalhe que chama atenção é o fato de que todos estes sistemas possuem características próprias, mas o elo de ligação entre elas é justamente a concepção de que existe o transcendente, o metafisico, o “algo além”. Destarte este elemento comum, existem muitas divergências entre as religiões, o que em muitos casos se manifestam através do ódio religioso, que tem ceifado milhares de vida em todo o mundo.
Entre os principais pontos a se destacar em cada religião estudada, observamos as crenças sobre salvação e ordem social. As informações apresentadas se referem as três maiores religiões monoteístas do mundo, o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.
Um tema que intriga consideravelmente os estudiosos são as doutrinas salvificas, que estão ligadas as concepções a respeito de uma possível vida eterna, por outro lado existe a contestação de tal possibilidade, isto variará de acordo com as declarações doutrinárias de cada sistema.
No Cristianismo, a salvação da alma se constitui em um processo desencadeado inicialmente pelo arrependimento e confissão de pecados, passando pela Fé, culminando com a conversão e aceitação de Jesus Cristo, como seu Senhor e Salvador pessoal, buscando viver em novidade de vida, orientada pelos preceitos da Bíblia Sagrada dos cristãos, resultado da fusão da Bíblia Hebraica com os textos escritos em grego pelos autores divinamente inspirados por Javé. Segundo os cristãos, esta salvação se tornou viável e somente é possível mediante a aceitação do sacrifício expiatório de Jesus Cristo, o filho unigênito de Javé, de acordo com as escrituras, no Evangelho de João, Capítulo 3, Versículo 16:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Fonte: Bíblia On Line. Almeida Corrigida e Fiel)
O Islamismo, religião de origem semita, fundada pelo profeta Maomé também acredita em uma vida após a morte e isso se expressa em seu livro sagrado, o Alcorão, que se constitui na revelação divina ao profeta Mohamed pelo Arcanjo Gabriel. Para o islã a salvação, ao contrário do cristianismo, não se baseia em Fé, e está mais focada em obras humanas e total observância dos princípios islâmicos.
No Judaísmo, não encontramos elementos identificadores de uma ideia em relação a salvação e de uma possível vida após a morte. É um sistema baseado em uma vida pautada nas obras humanas e na obediência na Lei de Deus, numa perspectiva um tanto imediatista, ou seja, esperando por resultados nesta vida e não em uma suposta vida eterna.
Outro ponto importante que merece ênfase, é a forma pela qual as religiões compreendem a questão da ordem social.
Para os budistas, todos os seres humanos devem ser fieis cumpridores das leis e devem respeitar as autoridades tradicionais. O cristianismo católico teve forte influência e ligações na idade média, estabelecendo que a ordem social vigente na época, seria divinamente ordenada. Paralela a controvertida atuação da igreja crista católica no período medieval, a Bíblia Sagrada Cristã, confirma que todos seus os seguidores de Jesus Cristo, devem ser submissos as autoridades, respeitar as leis civis e orar por todas as autoridades, pois estas são constituídas por Deus, segundo o texto da Carta do Apostolo Paulo de Tarso, aos Romanos no Capitulo 13, Versículos 1 e 2:
1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.
2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.
(Fonte: Bíblia On Line. Nova Versão Internacional – NVI)
Agora, destacaremos de forma sintetizada, as características de cada sistema religioso estudado, afim de que possamos obter as informações elementares de cada uma e assim chegarmos ao entendimento da maneira pela qual elas podem inferir em nosso conceito e visão sobre a questão da religiosidade de modo geral.
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