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Os Direitos Humanos e Pessoas com Deficiência

Por:   •  1/11/2022  •  Resenha  •  541 Palavras (3 Páginas)  •  171 Visualizações

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Maria Clara Richa Villarinho Cavalcante - 1812950

01 de Junho de 2022

Administração - Puc Rio

Tema: Direitos Humanos e Pessoas com Deficiência

Palestrante: José Renato

Hoje, dia 01/06, tivemos uma apresentação muito relevante acerca do tema Pessoas com Deficiência. O palestrante foi um rapaz com deficiência auditiva que nos aproximou de diversas questões acerca dos desafios enfrentados por esta comunidade. Ao longo do debate, 3 principais pontos me chamaram bastante atenção e irei destacá-los brevemente nos parágrafos a seguir, com base nas palavras compartilhadas por José.

O primeiro aspecto trazido pelo palestrante está ligado às diversas nomenclaturas utilizadas para se referir ao grupo em debate. No século passado, por exemplo, eram perfeitamente aceitáveis adjetivos como "inválidos", "excepcionais" e até "defeituosos". Hoje em dia ainda é comum escutarmos "portador de deficiência" e "pessoa com necessidades especiais", vistas como tentativas de amenizar o estigma e o olhar negativo gerado pelas palavras. O palestrante nos atentou sobre a expressão correta a ser utilizada: Pessoas com deficiência (termo adotado pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006), principal referência internacional sobre esse assunto). José nos explicou ainda que esta expressão não disfarça a existência de uma diferença. Por outro lado, favorece a consciência de que, em alguns casos, é necessário um tratamento desigual para que a gente promova equidade. E esses são os motivos pelos quais ela foi escolhida.

Outra questão muito relevante ao meu ver, foi em relação à diversidade de comunicação desse grupo. O palestrante iniciou diferenciando os dois tipos de surdos: surdos sinalizantes e surdos oralizados. Logo em seguida, chamou atenção para a amplitude dos surdos oralizados e para a falta de visibilidade dos mesmos. Por não fazerem uso das Libras para se comunicar (optando por fazer usos de diferentes tecnologias e/ou leitura labial), as pessoas tendem a menosprezá-los ainda que representem a grande maioria de pessoas que apresentam algum grau de perda auditiva.

Aprofundando ainda mais os debates acerca das tecnologias utilizadas, foi trazida a visão de que Libras não é a língua natural do surdo; não há isso de língua natural. Libras nada mais é do que uma das tecnologias que podem ser usadas por este grupo, assim como qualquer outro idioma ou código usado na comunicação. Há surdos que se dão melhor com Libras, outros com a oralização, outros que são bilíngues. O fato é que, se a sociedade só oferece Libras, está excluindo aqueles que falam portugues e precisam de legenda.

Antes de ser impactada por esta palestra, eu, assim como grande parte da sociedade, associava a surdez com a obrigatoriedade da pessoa saber Libras, ou de não falar, ou de não ouvir ou não saber se comunicar. Graças ao debate riquíssimo, entendi que essas são generalizações baratas que não cabem nos dias atuais e degrinem o movimento de diversidade dos surdos. José Renato foi bastante esclarecedor e ampliou muito a minha concepção de acessibilidade para comunidade surda. Vale ressaltar que, como ouvinte, muito distante desta pauta, foi um privilégio poder escutar a experiência de vida trazida pelo palestrante e toda a riqueza de conteúdo apresentada através dos slides. Por fim, não posso deixar de mencionar que acho importantíssimo que mais pessoas tenham acesso a essas informações, portanto, recomendaria sem dúvidas a palestra para colegas, amigos e familiares.

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