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A APOSTILA ESCATOLOGICA

Por:   •  20/10/2022  •  Abstract  •  2.795 Palavras (12 Páginas)  •  108 Visualizações

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A Crucificação: Uma Visão Médica

Por Dr. C. Truman Davis

Eu me tornei interessado muitos anos atrás nos aspectos físicos da paixão, ou sofrimento de Jesus Cristo quando eu li relatos da crucificação no livro de Jim Bishop, “O dia em que Cristo Morreu.” Eu subitamente percebi o que eu havia entendido da Crucificação mais ou menos garantido por todos estes anos --- que eu havia ficado calejado sobre seu horror por causa de tanta familiaridade com os detalhes medonhos. Finalmente, me ocorreu como um médico, que eu nem mesmo sabia a causa imediata da morte de Cristo. Os escritores do evangelho não ajudaram muito neste ponto. Como a crucificação e o flagelamento eram tão comuns no seu  tempo, eles indubitavelmente consideraram uma descrição detalhada supérflua. Por essa razão é que nós só temos palavras concisas dos evangelistas: “Pilatos, tendo flagelado Jesus, liberou-o para ser crucificado... e eles o crucificaram.”

A despeito do silêncio dos relatos do evangelho sobre os detalhes da crucificação de Cristo, muitos têm visto este assunto como passado. Em meu estudo pessoal do evento a partir de um ponto de vista médico, eu estou endividado especialmente com o Dr. Pierre Barbet, um cirurgião francês que fez uma pesquisa histórica e experimental e escreveu extensivamente sobre o tópico.

Um exame atento para examinar o infinito sofrimento psíquico e espiritual do Deus Encarnado na expiação dos pecados dos homens caídos está acima do escopo deste artigo. No entanto, os aspectos anatômicos da paixão de nosso Senhor nós podemos examinar em alguns detalhes. Ao quê o corpo de Jesus de Nazaré resistiu durante aquelas horas de tortura?

O método da Crucificação

Esta questão leva primeiro ao estudo da prática da crucificação por si mesma – que é, a tortura e execução de uma pessoa pela fixação numa cruz. Aparentemente, o primeiro uso sabido da crucificação foi entre os persas. Alexandre e seus generais trouxeram a prática da crucificação para o mundo Mediterrâneo, para o Egito e para Cartago. Os romanos evidentemente aprenderam a técnica dos cartaginenses e, como tudo o mais que os romanos fizeram, eles rapidamente a desenvolveram para um grau mais alto de eficiência e habilidade de leva-la a termo. Uma quantidade de autores romanos, incluindo Lívio, Cícero e Tácito comentam sobre isso.

Muitas inovações e modificações são descritas na literatura antiga. Apenas umas poucas têm alguma relevância aqui. A porção mais alta da cruz, ou madeiro, podia ter o braço cruzado, ou patíbulo, ligado dois ou três pés abaixo do seu topo. Esta é a que nós comumente conhecemos hoje como a forma clássica da cruz, chamada usualmente de Cruz Latina.

A forma comum usada nos dias de Jesus, entretanto, era a cruz tau, estruturada como a letra grega Tau ou como a letra T. Nesta cruz o patíbulo era colocado num entalhe no topo das madeiras. Existe uma excelente evidência arqueológica que este foi o tipo de cruz que Jesus foi crucificado.  [pic 1]

O poste vertical da cruz, entretanto, era geralmente fixado permanentemente no chão no lugar da execução. O homem condenado era forçado a carregar o patíbulo, aparentemente pesando 110 libras, da prisão ao lugar da execução. Sem nenhuma prova bíblica ou histórica, entretanto, os pintores da Renascença e os medievais têm nos dado nossa imagem de Cristo carregando a cruz inteira. Muitos pintores e a maioria dos escultores de crucifixos também cometem um erro, mostrando os pregos atravessando as palmas. A história Romana conta e trabalhos experimentais têm mostrado que os pregos foram atravessados entre os pequenos ossos dos antebraços e não através das palmas. Pregos através das palmas escorregariam entre os dedos quando suportassem o peso do corpo humano.

Um título ou pequeno cartaz estabelecendo o crime da vítima, era usualmente carregado à frente da procissão e depois era pregado à cruz sobre a cabeça. Este cartaz com seu veredicto, pregado no topo da cruz teria dado de alguma forma a característica da forma latina de cruz.


Suando gotas de sangue

A paixão física de Cristo começa no Getsemane. Dos muitos aspectos de seu sofrimento inicial, aquele que é de particular interesse fisiológico é o suar sangue. Bastante interessante, é que o médico Lucas é o que tem um interesse particular no suar sangue é o único evangelista que menciona esta ocorrência. Ele diz: “E estando em agonia, e seu sangue gotejante caindo sobre o chão.” (Lc 22:44 – American Version)

Toda a atenção imaginável tem sido usada pelos estudiosos modernos para explicar o fenômeno do suor de sangue, aparentemente sob a impressão errada de que simplesmente não ocorre. Um grande esforço pode ser economizado consultando a literatura médica. Considerado muito raro, o fenômeno de hematidrose, ou suar sangue, é bem documentado. Sob um grande stress, os capilares finos das glândulas sudoríparas, podem romper-se, então misturar sangue com suor. Este processo sozinho pode produzir fraqueza e um possível choque. Embora a traição de Jesus e a sua prisão sejam importantes porções da história da paixão, o evento seguinte é que é significante de uma perspectiva médica em seu julgamento junto ao Sinédrio e Caifás, o Sumo Sacerdote. Aqui, o primeiro trauma físico foi infligido. Um soldado golpeou Jesus na face por permanecer em silêncio quando questionado por Caifás. Os guardas do palácio então o vendaram, zombaram dele para identifica-los enquanto cada um passava por ele, o socava, e o golpeava na face.

Perante Pilatos

Cedo da manhã, esmurrado e escoriado, desidratado, e esgotado por uma noite sem dormir, Jesus foi levado através de Jerusalém para o Pretório, para a Fortaleza Antônia, a sede do governo do Procurador da Judéia, Pôncio Pilatos. Nós somos familiarizados com a ação de Pilatos em tentar transferir responsabilidade para Herodes Antipas, o tetrarca da Judéia. Jesus aparentemente não sofreu nenhum maltrato às mãos de Herodes e retornou a Pilatos. Foi então, em resposta ao clamor da multidão, que Pilatos ordenou que soltassem Barrabás e condenassem Jesus para a flagelação e a crucificação.

Existem muitas divergências entre as autoridades sobre flagelamento como um prelúdio para a crucificação. A maioria dos escritores romanos deste período não associam as duas. Muitos estudiosos acreditam que Pilatos originalmente ordenou que Jesus fosse flagelado como sua punição total e que a sentença de morte por crucificação veio apenas em resposta à zombaria da multidão de que o Procurador não estava defendendo César propriamente contra este sonhador que clamava ser o Rei dos Judeus.

É duvidoso que os romanos de alguma maneira atentassem em seguir a lei judaica no assunto da flagelação. Os judeus tinham uma lei antiga proibindo mais que quarenta chibatadas. Os fariseus, sempre garantindo que a lei fosse estritamente guardada, insistiram que apenas 39 chibatadas fossem dadas. No caso de um erro de contagem, eles estavam tranqüilos de permanecerem com a lei.

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