A Cronologia de Cristologia
Por: edilsonfiuza • 25/9/2019 • Relatório de pesquisa • 13.873 Palavras (56 Páginas) • 321 Visualizações
I - Heresiologia (Seitas e Heresias)
A – Introdução
A experiência religiosa é um dado comum a todos os povos, a todas as idades, a todas as civilizações. As religiões marcaram profundamente a historia dos povos, bem antes do aparecimento das religiões universais e das religiões salvacionistas, ou no âmbito destas.
Sistemas religiosos desaparecem, outros vieram a aparecer, e ainda outros surgirão, ao capricho do fluxo e refluxo das grandes civilizações.
O campo religioso não engloba todas as partes da vida em sociedade. Para o conjunto da população mundial, estima-se em 15% o numero de pessoas que não pertencem a nenhuma religião e em 3,8% o número de ateus, ou seja, de indivíduos que se opõem a qualquer forma de crença ou pratica religiosa. Além disso, a experiência religiosa, por apresentar-se como uma questão de foro intimo – individual ou coletivo – comporta aspectos não quantificáveis, inacessíveis à observação cientifica. Enfim, a percepção do divino mais disseminada no Ocidente, herdeira das crenças monoteístas e da filosofia grego-romana, é dificilmente adaptável às abordagens do universo religioso das outras sociedades.
B – As religiões[1]
As religiões são um fenômeno universal que permite aos homens explicar o que não compreendem, o que lhes causa medo: a vida, a morte, o sofrimento. Correspondem, portanto, ao desejo de influir no curso dos acontecimentos apelando, por meio de orações, artifícios e sacrifícios, às forças misteriosas que são consideradas responsáveis por eles. Entre as varias religiões do mundo, há as chamadas politeístas (do grego polys, vários, e theós, deus), que praticam o culto de mais de uma divindade, e outras, chamadas monoteístas (do grego monos, único) que só reconhecem a um único deus.
As religiões politeístas são as mais numerosas e também as mais antigas. Geralmente reconhecem divindades “especializadas” (deuses ou deusas da Fertilidade, da Guerra, do Amor), como ocorria, por exemplo, na Antiguidade egípcia, grega e romana. Esses deuses são o tema de inúmeras historias legendárias, cujo conjunto forma uma mitologia.
As grandes religiões monoteístas, por ordem de antiguidade, são o judaísmo, cristianismo e o islamismo. Para estas não pode haver pluralidade: Deus é o único responsável por todos os aspectos do Universo visível e invisível.
1 – Questões de vida e de morte
A fé religiosa é baseada em um conjunto de crenças derivadas de uma “revelação” original e que compromete a vontade. Essas crenças perpetuam-se de geração em geração por meio da tradição. Quase sempre estão expressas em textos sagrados (o Livro dos Mortos, dos egípcios, a Bíblia, o Corão, os Vedas). Quase sempre esses textos também relatam a vida e as virtudes dos profetas e santos que fizeram florescer a religião. Além dos dogmas (crenças fundamentais), definem uma moral, conjunto de leis e proibições que os fiéis devem observar no caminho da salvação de sua alma.
E, com efeito, tanto faz tratar-se do antigo paganismo (do latim paganus, camponês) como das crenças atuais, as religiões falam-nos sempre da existência de outra vida após a morte. Essa crença relativa à imortalidade da alma pode expressar-se de diferentes maneiras: segundo os hindus, sob a forma de reencarnação em outro corpo; conforme os cristãos, pela existência de outra vida extraterrena após a morte do corpo.
2 – O Culto
O sentimento do sagrado (respeito e adoração à divindade) se traduz por um culto, que implica a prática das cerimônias (missas, procissões, sacrifícios) organizadas por sacerdotes a quem se atribuem poderes particulares.
Ritos e cultos dão lugar a manifestações extremamente variadas, que originaram quase todas as formas de expressão artística: canto, dança, poesia, pintura, musica, arquitetura, escultura, etc.
Algumas religiões, chamadas animistas identificam as divindades com os elementos naturais (ventos, rios, vulcões, fogo), aos quais rendem cultos especiais; é o caso, por exemplo, do xintoísmo japonês. As vezes representam os deuses sob formas humans ou de animais, por meio de pinturas ou esculturas (ídolos) que são adoradas como a real personificação do poder divino. Por fim, cabe acrescentar que a maior parte das civilizações construiu, para a glória de seus deuses, edifícios grandiosos (templos, igrejas, catedrais), nos quais realizam suas atividades religiosas.
3 – A religião e a sociedade
As religiões tem sido um fator fundamental na evolução da humanidade: em torno delas se constituíram todas as civilizações, e em seu nome muitos se odiaram e até se exterminaram.
Os que sempre detinham a autoridade religiosa sempre se viram rodeados de grande respeito, por isso, as religiões dominaram durante séculos as instituições políticas.
Alguns soberanos da Antiguidade (os faraós egípcios, os imperadores romanos) eram adorados como divindades. Os reis cristãos, que se faziam chamar de “monarcas por direito divino”, deviam submeter-se à autoridade suprema do Papa, representante de Deus na terra; com isso a Igreja Católica Romana conquistou um imenso poder.
Embora o materialismo represente uma corrente muito forte nas sociedades modernas, a influencia da religião continua sendo sensível ainda hoje na educação, no comportamento e nas regras morais da maior parte das pessoas. A cada dia, porem, parece crescer o numero de indivíduos que se declaram ateus (que negam a existência de qualquer divindade). Essas pessoas são representadas principalmente pelos que seguem a filosofia materialista.
C – Definições
Heresia: do latim haeresis, concepção errônea em matéria de fé a respeito de um elemento essencial das revelações, ou recusa voluntária em admitir uma verdade definida pelos magistrados. Idéia, opinião ou pratica que se opõe as idéias ou opiniões geralmente admitidas ou desrespeita a religião.
- Oposição direta a uma verdade considerada como formalmente revelada.
- Negação obstinada de uma verdade considerada como de fé divina, ou seja, um dogma.
- Duvida manifestada a propósito de um dogma.
Seita: palavra formada a partir da raiz latina sequi, “seguir”. Grupo separado de uma religião instituída. Mais precisamente, grupo que pratica o sectarismo e age de forma intolerante. O termo seita é de emprego delicado. Inicialmente, designava os membros de uma Igreja considerados dissidentes. Nada autoriza a qualificar como seita todos os movimentos religiosos novos ou todos os grupos minoritários. Os sociólogos estabeleceram quatro critérios para caracterizar uma seita:
- A acesso ao grupo é seletivo.
- O modo de governo ou administração repousa sobre o carisma de um fundador.
- O ensinamento dispensado é de tipo doutrinal.
- Os valores e as instituições da sociedade ambiente são vigorosamente condenados.
Ao contrario, o acesso aos grupos religiosos constituídos a partir do modelo das igrejas é aberto a qualquer pessoa e sua forma de administração é colegiada. De fato, se as seitas exibem, por um lado, preocupações religiosas, por outro lançam-se às vezes largamente a atividades pararreligiosas.
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