A Geografia das Religiões

Geografia da Religião

Existe um ramo da Geografia não muito conhecido chamado Geografia das Religiões  que tem como objetivo aplicar o tema da religião associado ao da geografia. A compreensão do fenômeno da fé e o entendimento da religiosidade na espécie humana são alguns dos aspectos buscados por este ramo da Geografia, abordando o papel do sagrado e do profano na organização espacial.

Antigamente já havia uma preocupação com a distribuição das diversas crenças combinadas com a sua respectiva frequência territorial, onde a religião se apresentava exclusivamente como produto da prática humana, e suas expressões faziam parte da cultura de cada um desses povos. Porém tal conceito trazia o problema do etnocentrismo (considerar a própria religião como a dominante), o que trouxe um certo descrédito a este tipo de análise da geografia das religiões.

Foi após o fim da Segunda Guerra Mundial que os geógrafos tiveram um maior interesse pela análise da religião no espaço social. Foi assim que surgiu a obra “Géographie et religions“, de Pierre Deffontaines, uma das pioneiras, publicada em 1948. Já na década de 70, Maximilien Sorre publicou artigos analisando as atividades religiosas e seus efeitos no espaço social.  Depois desses dois trabalhos, vieram Claude  Raffestin  e Paul Claval, autor de considerações sobre a combinação geografia e religião. Mais recentemente o geógrafo M. Buttner  fez considerações acerca da conveniência do estudo religioso e sua relação geográfica.

Essa relação entre Geografia e Religião nos permite associar as religiões a renda das famílias,  nível de escolaridade da população e também a distribuição geográfica da religião. Segundo Dados do Censo de 2010 sobre religião no Brasil, podemos observar um crescimento no números de evangélicos registrada desde o início da década de 90. Outro fator importante e a diferença na renda das famílias e na escolaridade entre católicos, evangélicos e espiritas. O que nos traz um fato interessante, os que possuem maior  escolaridade e maior renda são da religião espirita, por exemplo. Fatos que a Geografia da Religião ao longo dos anos nos permite analisar.

Conclusão

A importância e abrangência da Religião necessita de um estudo analise  geográfico, por isso apesar de a Geografia das Religiões não ser tão reconhecida, ela é de extrema importância. Visto que a religião é parte da vida de todo ser humano há uma necessidade de análise do espaço social para compreensão do fenômeno da fé. Por isso estudos feitos pela Geografia da Religião já não são tal desmerecidos como antigamente.