A LEITURA POPULAR DA BÍBLIA LEITURA FEMINISTA E DE GÊNERO NA AMÉRICA LATINA
Exames: A LEITURA POPULAR DA BÍBLIA LEITURA FEMINISTA E DE GÊNERO NA AMÉRICA LATINA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: PrPauloBrito • 27/10/2014 • 388 Palavras (2 Páginas) • 405 Visualizações
A LEITURA POPULAR DA BÍBLIA
LEITURA FEMINISTA E DE GÊNERO NA AMÉRICA LATINA
1) Introdução: Contextualizando.
A pesquisa aborda a origem e o desenvolvimento da hermenêutica feminista e de
gênero na América Latina tendo como pano de fundo a Leitura Popular da Bíblia. O estudo
concentrou-se no trabalho de duas teólogas: Ana Maria Tepedino, católica, com enfoque
bíblico-eclesiológico e Elsa Tamez, metodista e biblista.
1.1) O Feminismo de 70 e seus ‘particulares’ – política e subjetividade.
O movimento feminista ecoou no Brasil no início da década de 70 como ‘um brado
retumbante’, entretanto, já na década de 30, podemos identificar um ‘pré-feminismo’ no
Brasil, marcado pela mobilização de mulheres em prol do sufrágio universal [1]. Este
movimento foi considerado por Céli Regina Jardim Pinto como uma tendência de feminismo
‘bem-comportado’[2]1
e teve como uma das principais artífices, Bertha Lutz, primeira mulher
a assumir a cadeira de deputada federal em junho de 1936.
A pesquisa focaliza o período a partir da década de 70, quando efetivamente vêm à
tona as questões relativas à mulher e a reflexão penetra nas áreas da Igreja, fazendo emergir -
dentro da esfera brasileira - a Teologia Feminista.
Segundo Cynthia Sarti, o feminismo no Brasil teve uma ‘coloração própria’ , pois já
em sua origem estava envolvido em uma ‘delicada relação com a Igreja Católica’. Através da
ação pastoral da Teologia da Libertação, desenvolveram-se organizações de mulheres, de
mães, associações de bairro, que fomentavam uma reflexão da condição da mulher na
sociedade e na Igreja, e se organizavam para reivindicar melhores condições de vida: escolas,
saneamento, creches, postos de saúde, etc. É necessário ressaltar que o feminismo no Brasil
surge em uma época de grande repressão política e de questionamentos sobre o autoritarismo;
estabelece-se num processo de luta, de confronto ao regime militar. Forma-se assim uma
aliança entre o movimento feminista, grupos de esquerda e a Igreja, que se posicionavam
contra o regime autoritário; determinados assuntos, como aborto, planejamento familiar,
sexualidade eram reservados a grupos de reflexão privada, e como diz Cynthia – ‘desacordos
sabidos eram evitados, pelo menos publicamente’. Esse momento político e histórico,
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