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A RELIGIÃO E A FILOSOFIA

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Por:   •  1/10/2014  •  654 Palavras (3 Páginas)  •  287 Visualizações

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Religião e filosofia

O que tem a filosofia a ver com a religião? Essa é uma pergunta importante e cuja resposta não é óbvia ou simples. Ao

longo da história do pensamento humano, vemos cooperação e competição entre ambas as áreas. Em um certo sentido, a

cooperação e a competição pressupõem a mesma concepção: a de que compete à razão filosófica provar a veracidade das

idéias religiosas, ou, dito de outra maneira, que compete à razão filosófica determinar se religião e superstição são a

mesma coisa ou se são coisas distintas e separáveis.

Posta a questão dessa maneira, temos duas respostas possíveis: ou a filosofia apresenta provas de que a religião é

verdadeira, ou a filosofia apresenta provas de que a religião não é verdadeira. Se for o primeiro caso, dizemos que há

entre ambas cooperação; se for o segundo, que há competição. E, quando se fala em provas, isso significa que qualquer

pessoa racional deve concordar com o argumento; mesmo que não seja um argumento demonstrativo ao estilo da

matemática (um cálculo bem feito dá um único resultado, e o sujeito que não percebe o resultado ou não concorda com

ele é incapaz. Um exemplo simples: 3x3=9, e não faria nenhum sentido alguém dizer: “Para você, para mim é 8”), o

argumento deveria ser cognitivamente convincente. Aquele que não concorda com a conclusão, ou não compreende o

argumento, ou está agindo de má-fé.

Onde, porém, buscar tais provas? Historicamente, têm sido elas buscadas no raciocínio abstrato, na análise e na

comparação de idéias, na experiência sensorial, no senso comum, nas explicações científicas, no sentimento moral.

Diversos os pontos de partida, similaridade no modo de argumentar. Parte-se de elementos geralmente aceitos e, se for

o caso, de verdades evidentes ou necessárias (que não podem ser negadas), aplicam-se as regras básicas do raciocínio

lógico, dedutivo ou indutivo, alcançando-se uma conclusão, tal como se faz nos raciocínios comuns ou nos científicos.

Se o propósito é mostrar que a filosofia justifica a religião e prova a existência de Deus (ou da realidade última), temos

os argumentos ontológicos, teleológicos, cosmológicos, morais. Se o propósito é mostrar que a filosofia refuta a religião

e prova que Deus não existe, temos os argumentos do mal, os argumentos evidencialistas etc.

Exemplo do primeiro tipo: observamos que a natureza exibe ordem e finalidade, como se fosse uma grande

máquina, na qual as partes se ajustam umas às outras perfeitamente, de forma a fazer o todo funcionar. Na nossa

experiência, sempre

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