A Sexualidade

Escola Diocesana de Pastoral catequética

Introdução à Teologia

Professor: Pe. João Batista Lourenço.

Conteúdo Programático

Introdução à Disciplina

Conceito de teologia

A origem do termo

Os diferentes usos do termo na História

Aa natureza da linguagem teológica

Teologia dedutiva

Teologia indutiva

A fonte de toda Teologia

Teologia Bíblica

Tarefas da teologia: articulação com a pastoral e a espiritualidade.

Introdução à Disciplina

Todo saber tem seu mistério. E no mistério deve-se ser iniciado. O saber teológico vê-se envolvido, mais do que qualquer outro, por véu misterioso, por tratar-se, em última análise, de conhecimento a respeito do mistério dos mistérios: Deus.

Falar de Deus na perspectiva teológica não é simplesmente proferir um discurso religioso, direcionado a esta ou àquela religião. É bem mais que isso. É discursar acerca de algo superior, que não se prende a uma doutrina, a um templo, a uma era nem a uma ideia ou conceito, por isso, qualquer tentativa de limitar a compreensão humana de Deus está fadada ao fracasso.

O estudante de teologia não pode, em hipótese nenhuma, ter a pretensão de se tornar um exímio conhecedor do mistério insondável que envolve as questões relacionadas com Deus. O que ele deve e pode esperar é se aproximar mais do mistério, deixar-se envolver por ele e entender alguns itens diretamente ligados às questões da fé e da religião.

A teologia sistematiza alguns conceitos, investiga algumas formas de entender o Absoluto e coloca muitas indagações acerca da vida humana na iminência da transcendência, do infinitamente aberto ao ilimitado, na dimensão do Sagrado sem, entretanto, abrir mão da realidade palpável.

Não se estuda teologia fora do contexto histórico. Ela acontece no cotidiano das pessoas, na história, na vida comum. Por isso mesmo necessita ser pensada e vista não simplesmente como uma ciência, mas principalmente como atitude.

Por que devemos estudar teologia

Sendo Deus a causa primeira de todas as coisas, devemos estudar sua relação com o Universo e com os homens. Isto tem implicações e impactos diretos em nossa vida. Uma das maiores razões para se estudar teologia é o valor do conhecimento sobre Deus. Qualquer outra categoria de conhecimento é um meio para um fim, mas o conhecimento de Deus é um fim digno em si mesmo. E, visto que Deus Se revelou através da Escritura, conhecer a Escritura é conhecê-lo e isto significa estudar teologia.

Contudo, devemos lembrar que conhecer sobre Deus não é o mesmo que conhecer a Deus. Porém, antes de conhecer a Deus temos que conhecer sobre Ele. A Primeira Carta de São João afirma:” Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.”. ( 1João 4:7-8).

Objetivo da Teologia

O objetivo da Teologia é o estudo detalhado dos fatos a respeito de Deus e as relações entre Deus e o Universo e a exibição destes fatos em uma unidade organizada e conectada entre si.

Quando definimos a teologia como uma ciência estamos indicando seu objetivo. A ciência não cria nada , apenas descobre. A Bíblia é, para o teólogo, o que a natureza é para o cientista, isto é, um conjunto de fatos desordenados ou parcialmente ordenados. Deus não achou necessário escrever a Bíblia numa forma sistemática, portanto, é nossa tarefa juntar estes fatos e coloca-los sob forma de um sistema lógico.

A existência de Deus

Quase todas as pessoas têm de certo modo uma intuição acerca de Deus. De que existe um Ser Supremo ou algo semelhante. Qual é a razão desta convicção? Para responder a esta questão algumas respostas têm sido dadas:

 O conhecimento de Deus é inato, ou seja, já nascemos com essa noção de que Ele existe;

 Revelação do próprio Deus.

O conhecimento inato é o conhecimento com o qual já nascemos, independente da experiência de vida de cada um, isto se deve à nossa constituição racional e moral. Não é obtida por meio de nenhum conhecimento ou estudo.

Podemos verificar isto em Romanos quando o apóstolo Paulo nos diz que os gentios não cristãos conheciam a Deus, porém, não o honraram como Deus nem lhe deram graças (Rom 1:21). Dia ainda que mudaram a verdade de Deus em mentira (Rom 1:25). Isto implica em que estes homens conscientemente rejeitaram as verdades de Deus, sabiam de sua existência, mas resolveram rejeitá-lo. Isto é tão verdade que em Romanos 1:19, Paulo nos diz que Deus se manifestou a estes homens.

A Bíblia também nos diz sobre o fato de alguns negarem este senso interno e inato da existência de Deus. O salmo 14, 1 nos dá claramente esta ideia, inclusive chamando estas pessoas de insensatas e tolas. A raiz desta negação reside no pecado, também inato ao ser humano.

Esta consciência interna e inata na vida das pessoas às vezes pode se manifestar em momentos de perigo ou morte iminente. Imaginemos uma pessoa em um desastre que negou a Deus a vida toda e, neste momento, passa a chamar a Deus, implorando por sua vida.

Na vida de um cristão este senso interno, a consciência de que Deus existe, se torna muito mais forte e distinta como nos diz a Bíblia em Romanos 8:15-16, onde, além de o reconhecermos como Deus, também o reconhecemos como nosso Pai.

A revelação de Deus

O conhecimento de Deus só é possível por causa da sua revelação. Se Ele não tivesse se revelado a nós, jamais saberíamos quem Ele é. A revelação é o ato de Deus pelo qual Ele se mostra ou comunica verdade à nossa mente; pelo qual Ele torna manifesto às suas criaturas aquilo que não pode ser conhecido de nenhuma outra maneira.

Esta revelação de Deus está presente nas Sagradas Escrituras e na natureza. A Bíblia toda explicita a existência de Deus. O primeiro verso do livro das origens já nos apresenta o que Deus fez