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Artigo - Antonio Roberto

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Por:   •  11/9/2013  •  827 Palavras (4 Páginas)  •  491 Visualizações

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Publicado Coluna Bem Viver do Jornal Estado de Minas

“Antônio Roberto, do ponto de vista do comportamento qual o papel da religião, de Deus e da fé na vida das pessoas? Nádia estudante PUC Minas”

Primeiramente temos que distinguir entre religião e religiosidade. A religiosidade é fundamental pois é a religação do homem com Deus, com o Universo, com o Cosmo, com o todo, com o outro e consigo mesmo. É uma tendência natural do ser humano. É um impulso básico para o Infinito. Pessoas que têm uma ligação com o infinito, com o desconhecido viverão com maior abundância, maior amor ao próximo.

A religião, por outro lado, é a posse de rituais e crenças religiosas. A religião é uma escolha e um caminho para a religiosidade, um meio para se entrar em contato com a divindade. Em si ela não é essencial e, sim, o impulso de ligação com Deus. A religião passa a ser importante na medida que facilita tal ligação. Todos os rituais, sons, palavras, mantras, cheiro de incenso, velas criam um clima propício para o contato com o eu interior e com o Eu cósmico.

A falta de religiosidade tem trazido graves conseqüências nas relações pessoais e sociais. O grande dom espiritual são os valores encarnados por essa espiritualidade, tais como solidariedade, amor, alegria, celebração, esperança. Na medida em que falta esta espiritualidade faltam também esses valores. Aí acabam prevalecendo nos relacionamentos os valores ditados pela nossa sociedade, como competição, cobiça, esperteza, violência, ciúme.

A violência aparece quando desrespeitamos o outro. Todo ato de violência é uma invasão ao espaço de alguém. É o não consentimento do outro como indivíduo, como alguém que é outro, que não eu. E isso tem a ver com os valores disseminados por uma cultura de competição que privilegia o prazer imediato acima de tudo.

De repente quero dinheiro, então destruo alguém. Quero o carro do outro, simplesmente tomo. Quero um filho, vou a maternidade e roubo um bebê. O prazer em si é bonito e sagrado. Todos os buscamos, mas não pode ser a qualquer preço. Há hora para adiar o prazer ou abrir mão dele em função da realidade. A verdadeira religiosidade nos ensina a conjugar o material com o espiritual, o imediato com o depois, o prazer com a realidade. E entre todos esses valores o principal deles é o amor, com todos os seus ingredientes de alegria, encantamento, serenidade, paciência e paz. Pessoas, que se dizem religiosas e não são amorosas na verdade não o são.

Ter uma religião é fácil. Basta entrar para uma delas, pagar o dízimo e freqüentar os rituais. Ser religioso é mais difícil porque supõe um caminho de crescimento na tolerância, no respeito a todos os seres, na honestidade com a realidade, no amor real a Deus.

Como entender a guerra entre religiões, cada uma matando em nome do seu Deus?

É que lhes falta a religiosidade. Uma pessoa amorosa não mata em nome do amor. O apego excessivo aos sinais exteriores da religião, às vezes, atrapalha o crescimento espiritual, infantilizando-nos na relação com Deus e tornando-nos, cada vez mais supersticiosos.

Uma forma infantilizada, por exemplo, de nos ligarmos a Deus é vê-lo apenas como Protetor, a quem recorremos

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