Criacionismo E Evolucionismo

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa visa tratar sobre o Criacionismo e o Evolucionismo. Entretanto, não quer se configurar em um estudo minucioso acerca de ambas as teorias, mas apresentar, a partir dos principais aspectos de cada uma, alguns dos seus possíveis pontos de convergência e divergência, na tentativa de responder às seguintes questões: Criacionismo e Evolucionismo: a aceitação de uma exclui automaticamente a outra? Porque pensa-las é importante para a humanidade?

O primeiro problema surge por que ambas são teorias que buscam explicar a origem de tudo (do mundo, da vida, do homem, etc.). O tema da “origem” é um dos mais abordados em todos os tempos, não apenas pela Filosofia e Teologia, mas também por diversas outras áreas do conhecimento humano, o que lhe confere o status de temática com grande relevância para a humanidade.

Por detrás destes questionamentos está a necessidade que o homem tem de responder às suas indagações acerca da sua origem e do seu destino (De onde vim? Para onde vou?). Sabemos que responder a todos esses questionamentos não se constitui em uma tarefa fácil. Por isso, nos munimos de algumas bibliografias de autores que estudaram sobre ambas as teorias, a saber: sobre a narrativa da criação, contida na Tradição Escrita da Igreja (Sagrada Escritura) e a teoria evolucionista, contida na obra On the origin of specieis (A origem das espécies), de Charles Darwin, de 1859.

Por fim, porém não menos importante, queremos também, com esta pesquisa, relacionar a possível comunicação, coexistência e complementação entre o Criacionismo e o Evolucionismo, com a história e caminhada do povo de Israel. Para tanto nos munimos dos pronunciamentos de autoridades eclesiásticas e de argumentos expostos em sala de aula, no que tange aos conteúdos da disciplina História de Israel, ministrada pelo Professor Ms. Fernando Cunha.

CRIACIONISMO E EVOLUCIONISMO

Por Criacionismo compreendemos a teoria ou crença que afirma que o universo e a vida foram criados, sem recurso à matéria preexistente por uma entidade superior (Criação de Deus). Entretanto, existem vários tipos de Criacionismo, mas a idéia central é a mesma, isto é, em geral os criacionistas acreditam na explicação do início do mundo e da vida dada no Antigo Testamento, no Livro do Gênesis, pois a Torá e a Bíblia são abertas com os dois primeiros capítulos do Gênesis, que narram as origens do mundo, do homem e os primeiros feitos deste.

Na narrativa da criação o hagiógrafo traça a seguinte disposição lógica e sistemática do ato criador de Deus: a) Obra de criação - Indica que Deus criou a matéria primordial em estado confuso, o caos primitivo (Gn 1,1-2); b) Obra de distinção - Estabelece as três regiões do mundo que a cosmologia judaica admitia (Região do céu (1,3-5), Região das águas (1,6-8) e Região da terra (1,9-13)); c) Obra de ornamentação - mostra como Deus, nos três dias seguintes, deu a cada região os seus habitantes ou a sua ornamentação; d) Obra de consumação - O autor sagrado refere que Deus se repousou de todas as suas obras e abençoou o sétimo dia de descanso (Gn 2,1-3).

Da narrativa da criação passemos a observar o monoteísmo de Israel, o exílio e a teologia explícita da criação. Foi no exílio que Israel começou a discutir com as idéias de seus vizinhos orientais acerca da criação, na base de suas próprias idéias sobre a história e sobre Seu Deus. Pela perda da prática religiosa, a fé na eleição de Israel devia naturalmente entrar em crise, pois foram derrubadas as colunas da fé: o templo, a realeza e o país. À situação de crise que daí resultou, tentaram superá-la “teologicamente”, por uma troca de perspectivas: da história (eleição) e da conservação do mundo, para os primórdios e para o ato da criação. Estes dois temas condicionaram a interpretação de que a infidelidade de Israel para com YHWH abriu a porta para o caos invadir o cosmo. Sendo assim, para o restabelecimento da ordem há novamente necessidade de um ato criador de YHWH, na luta contra o caos. A partir do exílio, Israel pôde expressar o tema “eleição” com a terminologia “criação”.

Por Evolucionismo compreendemos a teoria sobre a origem das espécies desenvolvida por Charles Darwin, um dos mais importantes cientistas contemporâneos, juntamente com Lamarck, que afirmou que todo ser vivo é fruto de uma evolução, isto é, que ao longo do tempo sofre variações, mutações, um processo evolutivo.

Darwin desenvolveu a sua teoria sobre a origem das espécies pela seleção natural , ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida. Suas idéias inicialmente suscitaram polêmicas, mas pela evidencia acumulada ao longo dos anos confirmaram o núcleo central de suas teorias: a mutação gradativa das espécies por meio da seleção natural. Para melhor explicar o seu pensamento utiliza a imagem da árvore, chamada árvore da vida ou árvore filogenética com a qual retrata o processo evolutivo das espécies. Cada ponto de ramificação indica um ancestral comum que se desdobra em dois descendentes, e isso não significa que homem evoluiu dos macacos, como afirmam erroneamente a maioria das pessoas, mas que tem um ancestral comum aos dos primatas.

Lamarck em sua teoria afirma que os seres vivos sofrem alterações e adquirem características diversas em conseqüência do ambiente em que vivem. A teoria se fundamenta em dois aspectos: O uso e desuso: Para se adaptar ao ambiente modificado, os seres vivos devem alterar o grau de uso dos seus órgãos e o seu uso consecutivo produz crescimento e o seu desuso prolongado provoca a sua redução. Da transmissão dos caracteres adquiridos: as alterações criadas pelos diferentes graus de uso dos órgãos se transmitem hereditariamente. Isso significa que o seu uso pode causar desenvolvimento e o seu desuso, ao contrário