Espiritualidade No Ambiente De Trabalho

ESPIRITUALIDADE NO AMBIENTE DE TRABALHO

Michele Felix De Almeida Ricarte

Orientador: Profº MsC. Gilmar Dias

Faculdade Educacional da Lapa - FAEL

Curso de Pós-Graduação em Administração

Gestão de Pessoas

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RESUMO

Este artigo se debruçou sobre o tema espiritualidade no ambiente de trabalho, onde procura distingui-lo de religião e demonstrar que se pode encontrar sentido no trabalho. Traz os principais conceitos do termo espiritualidade e apresenta os motivos pelos quais as corporações necessitam implantar a espiritualidade no ambiente empresarial. Aponta também os principais benefícios que ela pode ocasionar em uma empresa. Por fim, se conclui que a espiritualidade tem lugar no ambiente corporativo e que suas contribuições são fundamentais para o bom convívio social das organizações, onde os desafios de mercado são cada vez maiores e as bases emocionais, espirituais e sociais são a cada dia mais limitadas.

Palavras-Chave: Espiritualidade; Religião; ambiente de trabalho.

ABSTRACT

This article addressed the theme of spirituality in the workplace, which seeks to distinguish it from religion and demonstrate that one can find meaning in the work. Brings the main concepts of the term spirituality and presents the reasons why corporations need to deploy spirituality in business environment. Also highlights the main benefits that it can bring about in a company. Finally, it is concluded that spirituality takes place in the corporate environment and that their contributions are essential to good social interaction of organizations, where the challenges of the market are bigger and the emotional, spiritual and social bases are more limited every day.

Keywords: Spirituality; Religion; Desktop.

INTRODUÇÃO

A globalização, juntamente com o capitalismo predatório, tem feito com que as empresas e funcionários busquem se reinventar para permanecer no mercado de trabalho. Uma das formas para conseguir este feito é através da espiritualidade, que entre os diversos conceitos apresentados, tem em comum o fato de ser um processo contínuo de aperfeiçoamento e busca de sentido no que se faz.

Após análise bibliográfica, foi possível identificar uma restrita literatura a respeito da espiritualidade no local de trabalho, principalmente na língua portuguesa, mesmo sendo este um assunto em pauta nas organizações desde 1992. A falta de divulgação sobre o assunto auxilia neste fato, havendo a necessidade de disseminação dos conceitos de espiritualidade nas empresas.

Em muitos artigos analisados observa-se o otimismo em relação à possibilidade de mudança do cenário atual, onde muitos já desistiram de acreditar que há esperança para o modo operário institucionalizado nas corporações contemporâneas.

Não se trata de religião ou crenças coletivas, mas nos valores pessoais intrínsecos, onde o amor e a compaixão são o centro do convívio, onde a paciência e tolerância fazem parte do relacionamento, onde a capacidade de amar e o contentamento andam lado a lado, havendo o encontro com a felicidade em sua forma mais pura e real.

Além de apresentar a espiritualidade como um meio para a plenitude no ambiente de trabalho, é válido a tentativa de demonstrar que não se pode trabalhar em equipe ou construir um ambiente de trabalho satisfatório, sem as características espirituais apresentadas.

CAPÍTULO 1 – ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO

Frequentemente há a associação entre religião e espiritualidade, contudo, trata-se de conceitos diversos. A espiritualidade é vista como consequência da religiosidade, entretanto, esta é uma visão da atualidade, pois Einstein a relacionava com a ciência, enquanto Sócrates, Demócrito e Aristóteles, por exemplo, viam como complemento da filosofia. (BARRETO; THOMPSON; FEITOSA, 2011). Dessa forma, não existe a obrigatoriedade da espiritualidade ter vínculo com a religião.

Kivtz (2007) afirmar que a religião é a maneira como se organiza a vivência da espiritualidade, ou seja, como ela se desenvolve.

Parte desta associação se deve ao fato de haver termos utilizados tanto pelos praticantes da espiritualidade quanto da religião, tais como a ética, crenças, desejos, contemplações, solidariedade, dentre outros. (BARRETO; THOMPSON; FEITOSA, 2011). Contudo, são conceitos que se relacionam não somente com a religião, mas que fazem parte de outros universos.

Barreto, Thompson e Feitosa (2011 apud Vasconcelos, 2008) destacam que não se pode duvidar que a religiosidade fomenta a espiritualidade, chegando a ser um dos caminhos para ela. Entretanto, é perfeitamente possível que uma pessoa seja espiritual sem a adesão de práticas religiosas.

De acordo com Gonçalves (2011) se for obrigatório à associação de espiritualidade com religiosidade, certamente haverá pessoas que se achará superior a outra devido sua religião, desejando, em muitos casos, convencer o outro de que se não for de determinada maneira, não haverá o encontro com a paz desejada.

Barreto, Thompson e Feitosa (2011) apresentam algumas semelhanças e diferenças entre a espiritualidade e a religião, onde se assemelham no fato de ambas se relacionarem com vidas embasadas em princípios e por acreditarem que a ética e moralidade são fontes de felicidade nesta vida terrena. Mas destoam em diversos pontos, como, por exemplo, no fato da religião ter um alvo amplo e genérico, enquanto a espiritualidade é algo individual, onde cada indivíduo se entroniza e busca o caminho do eu interior. Há de divergente também o fato da religião ser formada por um grupo, onde uns consolam os outros, enquanto a espiritualidade até pode ter o auxílio de um grupo, mas se concentra individualmente em cada vida.

A espiritualidade deve ser ampliada e estendida para além das tradições religiosas, devendo chegar inclusive às organizações profissionais. (GONÇALVES, 2011 apud BURACK, 1999). De acordo com Paulino, Vasconcelos e Lima (2011) as empresas visam a maximização dos lucros e resultados através da eficácia, entretanto, os responsáveis por estes resultados são seres