Historia Da Igreja
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CAPÍTULO I
OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA.
I.1. A ORIGEM DA IGREJA
A igreja de Cristo sempre existiu na mente e coração do Pai, desde antes da
fundação do universo.
Efésios 1 : 4 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que
fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
I Pedro 1 : 20 O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da
fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;
O plano de Salvação estava traçado por Deus desde o eterno passado. O
sacrifício fora feito antes da fundação do universo, isto é, antes mesmo de ser efetuado
no calvário, o cordeiro já era conhecido pelo Pai.
O Novo Povo de Deus:
Surgiu dentro do antigo povo e como cumprimento das profecias do Antigo
Testamento.
Ao princípio a igreja é considerada como uma seita do judaísmo. At:24:5; 28:22.
Há um sobrepor dum sobre o outro. A igreja é formada dentro do ventre de Israel.
Embora nasce a Igreja em At:2, ela já está em formação desde o nascimento de Jesus
33 anos antes. Assim os dois tem vida própria e cedo distinguem-se um do outro,
embora ambos são chamados "o povo de Deus".
A igreja distingue-se de Israel de várias maneiras, mesmo que estas
características estão prefiguradas no Antigo Testamento: Ela é o corpo de Jesus Cristo
neste Mundo. Seus símbolos (batismo e ceia) são baseados no evento realizado uma
vez para sempre na morte de Jesus. Ela é universal, sem nenhuma base em raça ou
cultura
Em uma ordem lógica, podemos admitir que : Deus fundou a Igreja, Jesus Cristo
formou a Igreja e o Espírito Santo confirmou a Igreja. Assim, o projeto no coração de
Deus, a formação pelo ministério de Cristo e a confirmação, no dia de Pentecostes, pelo
poderoso derramamento do Espírito Santo.
I.2. A FUNDAÇÃO DA IGREJA
Efésios 3 : 9 E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os
séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;
A Igreja que antes era um mistério " oculta em Deus " fora revelada em Cristo,
tornando-se o " segredo de Deus " conhecido aos homens. A expressão " oculto em deus
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" indica que a igreja esteve sempre na mente de Deus, e vindo a ser conhecida pelo
ministério terreno de Jesus Cristo e o Espírito Santo.
A Igreja de deus, começou a formar e revelar-se no tempo, quando João Batista disse;
Eis o Cordeiro de Deus. João 1:36.
I.3. O NASCIMENTO DA IGREJA
A Igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de âmbito mundial,
no dia de Pentecostes, cinqüenta dias após a ressurreição, e dez dias depois da ascensão
do Senhor Jesus Cristo.
Na manhã do dia de Pentecostes.
- 120 seguidores de Jesus oravam reunidos
- Línguas de fogo desceram sobre eles
- Falaram em outras línguas
O tríplice efeito do Pentecostes
- Iluminou a mente dos discípulos
- Compreenderam que o Reino não era político
- Deveriam estar totalmente na dependência do espírito Santo
I.4. A PLENITUDE DO TEMPO
Gálatas 4 : 4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei,
A Palestina onde o cristianismo deu seus primeiros passos ocupava uma posição
geográfica privilegiada pois ocupava uma área onde era a encruzilhada das grandes rota
comerciais que uniam o Egito à Mesopotâmia, e a Arábia com a Ásia Menor. Por isso
vemos na história descrita no Velho Testamento, esta área tão cobiçada sendo invadida
por vários impérios.
A língua predominante na época era o grego. Uma língua universal, apesar do
império dominante ser o império Romana, que unia em um só governo boa parte do
mundo conhecido. Era um governo pacífico e próspero e suas cidades estavam em
progresso e viajar não era mais difícil pois muitas estradas foram construídas.
Apesar de haver muitas religiões e filosofias ( A política dos romanos era, em
geral, tolerante em relação a religião e aos costumes dos povos conquistados. ) o mundo
estava vazio espiritualmente, Assim o mundo estava pronto para a recepção de uma
nova religião.
Jesus nasceu dentro deste contexto e que biblicamente se conhece como
"plenitude dos tempos" Gl:4:4-5. A igreja, respondendo às ansiedades da época com a
revelação de Deus em Jesus, conseguiu rapidamente conquistar o Império.
Recomendamos a leitura de Gonzales, Justo. A Era dos Mártires. S.Paulo. Vida
Nova. p.1-30. Cairns, Earl; O Cristianismo Através dos Séculos. S. Paulo. Vida Nova,
p29-44.
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A "plenitude do tempo" não quer dizer que o mundo estivesse pronto a se
tornar cristão, mas quer dizer que, nos desígnios de Deus, havia chegado o momento de
enviar o seu filho ao mundo.
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CAPÍTULO II
A IGREJA APOSTÓLICA
II.1. O CRESCIMENTO DA IGREJA
Atos 5 : 14 E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres,
crescia cada vez mais.
Atos 6 : 7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número
dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
A arma usada pela igreja, através da qual a igreja crescia demasiadamente, era o
testemunho de seus membros. Enquanto aumentava o número de membros aumenta o
número de testemunhas, pois cada membro era um mensageiro de Cristo.
Os motivos desse crescimento foram :
- Perseveravam na doutrina dos apóstolos
- Perseveravam na comunhão e partir do pão
- Perseveravam na oração
- Possuíam temor
- Muitos sinais e maravilhas se faziam
- Muita alegria e sinceridade
Atos 2 : 41 - 47
A Igreja Pentecostal era uma igreja poderosa na fé e no testemunho, pura em seu
caráter, e abundante no amor. Entretanto, o seu defeito era a falta de zelo missionário.
Foi necessário o surgimento de severa perseguição, para que se decidisse a ir a outras
regiões.
II.2 A EXPANSÃO DA IGREJA
Atos 8 : 4 Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra.
Na perseguição iniciada com a morte de Estevão, a igreja em Jerusalém
dispersou-se por toda a terra. Alguns chegaram até Damasco e outros até a Antioquia.
Por qual motivo sobreveio então as perseguições ?
Marcos 16 : 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
A partir desta perseguição, os cristãos fugiam, porém pregavam o evangelho e
testemunhavam das maravilhas que Jesus operava.
Devido à natureza fragmentária dos dados, é possível darmos peso demais às
viagens missionárias de Paulo e da expansão que as acompanhou (Ásia Menor, Grécia,
etc.). Não temos, por exemplo, conhecimento de como ou por quem o evangelho chegou
a Alexandria ou a Roma. Também vemos uma congregação em Damasco antes da
conversão de Paulo (At:9:1-19), que certo historiador batista, sugere ter surgido a partir
de contatos com os discípulos na Galiléia. Alguns pensam que a missão paulina tenha
desabado logo após da sua morte.
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Os primeiros agentes da expansão missionária provavelmente foram os
convertidos do dia de Pentecostes (At:2:9-11) que levaram o evangelho consigo quando
voltaram para casa. AS regiões alistadas no texto já indicam a larga gama de países do
mundo de então.
Uma segunda leva de "missionários" foram aqueles que foram espalhados por
toda parte na perseguição que seguiu o martírio de Estevão At:8:4. Estes foram
pregando na Fenícia, no Chipre e na Antioquia, mas sempre aos helenistas. Um dos
convertidos de Chipre e de Cirene (Líbia) pregaram aos helenos (gregos) em Antioquia.
Como resultado da evangelização do eunuco por Filipe surgiu a Igreja na Etiópia:
At:8:26-39.
Parece ser evidente que Paulo não foi o único missionário trabalhando fora da
palestina.
Além das viagens de Barnabé e Marcos (At:15:39), há referência a outros em
Rm:15:19-20. No período apostólico de expansão do evangelho, o NT relata a presença
de crentes nos seguintes lugares sem nos indicar quem o levou ou como ouviram:
Roma, Bitínia, Mísia, Pontus, Capadócia (1aPe1:1), Tiro, Sidom, Puteoli (perto de
Nápoles). Tudo isso parte da obra missionária paulina.
Expansão no Império Romano Leste
Nos dados fragmentários que temos podem ser observado algumas regiões. Na
Fenícia a fé cedo parece ter sido mais forte do que na própria Palestina. Entretanto é
provável que aqui, como em quase todo o império, o cristianismo era um fenômeno
urbano, desenvolvendo-se especialmente nas cidades costeiras. Tiro possuía uma igreja
muito forte.
Na Síria se desenvolveu duas comunidades cristãs: a de fala grega que teve seu
início em Antioquia e que se expandiu nas comerciais às cidades de fala grega na Síria.
Embora a igreja de Antioquia possa ter sido bilíngüe desde cedo, a comunidade de fala
siríaca teve seu núcleo principal ao leste na cidade de Edessa. Foi de aqui que expandiu
o cristianismo siríaco. A força da igreja na Síria pode ser constatada pela presença de
20 bispos seus no Concílio de Nicéia em 325.
Na Ásia Menor, foi área de trabalho de pelo menos dois apóstolos, Paulo e João,
o cristianismo tinha sido adotado mais largamente do que qualquer outra região grande
do Império até o fim do III século. Seu crescimento maior parece ter sido nas cidades
onde a cultura local estava desintegrando-se diante do impacto da cultura que chegava a
greco-romana. Nas cidades helênicas era menor e nas cidades onde a educação helenista
era desconhecida era quase inexistente.. A carta de Plínio ao imperador Trajano na
segunda década do II século atesta a larga expansão do cristianismo nas cidades e até no
quadro rural de Bitinia.
Expansão no Império Romano Africano
Quanto ao Egito a tradição faz de Marcos o missionário que lá plantou o
evangelho.
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Sabemos que Apolo era de Alexandria, mas não sabemos se converteu-se lá ou
se voltou para lá após sua conversão. Até o fim do segundo século a igreja já estava
forte. Já incluía várias linhas teológicas, das quais uma das mais fortes foi o
gnosticismo. Em Alexandria se desenvolveu mui cedo a famosa escola catequética em
que teve entre seus professores Clemente e Orígenes. Já neste período traduções de
porções das Escrituras foram feitas em línguas indígenas dando condições para o
desenvolvimento da Igreja Copta.
A costa do norte da África o cristianismo se alastrou cedo especialmente nas
regiões da Líbia, Tunísia, e Algeria. O progresso do cristianismo nesta região parece ter
sido muito rápido, especialmente no III século. É de aqui que surgiu Tertuliano,
Cipriano e, mais tarde, Agostinho. A igreja parece ter sido mais forte nas cidades e
entre a população que falava latim.
Expansão no Império Romano Europeu
Na Itália. O evangelho chegou a Roma antes de Paulo, mas talvez não muito
antes da agitação que resultou na expulsão dos judeus sob Cláudio (41-54) por causa
dum certo "Chrestus. Cf. At:18:1-3. Até 250 a igreja em Roma cresceu sobremaneira.
Uns calculam 30.000 membros; outros acham que foram muito mais. Até meados do
III século na Itália havia cerca de 100 bispos. Com a expansão rápida do cristianismo
que ocorreu nas últimas décadas daquele século, calcula-se que quase toda a cidade no
centro-sul e na Sicília tinham um núcleo de cristãos. A penetração do norte da Itália foi
bem mais lenta e veio da Dalmacia e regiões ao leste.
A Espanha, embora romanizada antes da África, foi muito mais lenta em receber
o Evangelho. Cedo no III século o cristianismo parece firmemente estabelecido no sul,
nas cidades costeiras.
Avanço do Cristianismo ao Leste A-lém dos Limites do Império Ro-mano
A tradição indica que Tomé foi aos Partos e a Índia; Mateus a Etiópia;
Bartolomeu a Índia e André aos citos.
Edessa estava localizada nas grandes rotas comerciais que corriam entre as
montanhas da Armênia ao norte e os desertos da Síria ao sul. Até o fim do II século
estava fora do império romano e dentro da esfera da influência dos Partos. A sucessão
de bispos remonta a fins do II século. Embora centro de cultura grega, o cristianismo
de Edessa era siríaco. No início do III século poucas cidades continham mais crentes
que Edessa. Até o fim do século parece que ela estava predominantemente cristã.
Edessa parece ter sido o ponto donde o evangelho penetrou mais na Mesopotâmia e
até os limites da Pérsia.
As antigas religiões da Babilônia e da Assíria estavam em desintegração e não
ofereceram muita oposição ao cristianismo. A oposição surgiu principalmente do
zoroastrismo que mais tarde se tornou a religião do Estado persa (meados do III século).
Os primeiros convertidos aparecem cerca de 100 a.D. Até o fim do primeiro
quartel do III século havia mais de 20 dioceses na Mesopotâmia.
No leste o cristianismo não só não teve os mesmos êxitos que conseguiu no
império, como também eventualmente quase desapareceu. Isto possivelmente se deva a
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três razões: A política religiosa dos Sassanidas (dinastia persa) que favoreceu o
zoroastrismo.
A forte hierarquia de este com o apoio da monarquia levantou uma forte
resistência ao cristianismo. Também o próprio êxito do cristianismo no império, após
sua adoção por Constantino, o tornou a religião do inimigo principal dos persas. E por
último, a forma herética em que o cristianismo foi pregado.
II.3 A ERA SOMBRIA
A última geração do primeiro século, a que vai do ano 60 ao 100 AD, chamamos
de "Era Sombria", em razão de as trevas da perseguição estarem sobre a igreja, e a
falha de muitas informações sobre este período.
Razões das Perseguições da Igreja
Ao longo dos primeiros três séculos do cristianismo havia tanto competição
entre as religiões como o espírito de tolerância. Embora nunca tomaram recursos de
armas para se defenderem, os cristãos foram o único elemento social perseguido por
período prolongado
A falta de participar em festas e ritos idolatras dos templos bem como sua
hostilidade a outras religiões levou o mundo da época consideram os cristãos de ateus
e inimigos dos deuses. Também os cristãos passaram a se reunir de noite e em segredo
e começaram a mostrar afeição uns pelos outros. Ao mesmo tempo celebravam a ceia
do Senhor (comer o sangue e o corpo de Jesus) deu margem às acusações de
antropofagia ou canibalismo.
Assim durante década foi lhes atribuído as seguintes acusações: ateísmo,
licenciosidade e canibalismo.
O cristianismo chocou as sensibilidades dos filósofos e mais educados
justamente pelo entusiasmo de seus adeptos. Pior, entraram em conflito com os
vendedores de ídolos e os comerciantes da idolatria. Trouxe assim contra eles a má
vontade duma classe poderosa.
O Paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objetos de adoração
que iam surgindo, enquanto o Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de
adoração.
A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os aspectos da vida. As
imagens eram encontradas em todos os lares, e até em cerimônias cívicas, para serem
adoradas. Os cristãos, é claro, não participavam dessas formas de adoração. Por essa
razão o povo considera os cristãos como " Anti-social e ateus que não tinham deuses.
A adoração ao Imperador era considerada como prova de lealdade. Havia
estátuas dos imperadores reinantes nos lugares mais visíveis para o povo adorar. Os
cristãos recusavam-se a prestar tal adoração.
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As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas. De praticarem atos
imorais e criminosos, durante a celebração da Santa Ceia, eram vetada a entrada dos
estranhos.
O Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não havia distinção entre
seus membros, nem em suas reuniões, por isso foram considerados como " niveladores
da sociedade ", portanto anarquistas, perturbadores da ordem social.
Perseguição sob Nero
Nero chegou ao poder em 54, todos os que se opunham à sua vontade, ou
morriam ou recebiam ordens de se suicidar.
Assim estavam as coisas quando em 64 AD aconteceu o incêndio em Roma.
Diz-se que foi Nero, quem ateou fogo à cidade, Contudo essa acusação ainda é
discutível. Entretanto a opinião pública responsabilizou Nero por esse crime. Afim de
escapar dessa responsabilidade, Nero apontou os cristãos como culpados do incêndio de
Roma, e moveu contra eles tremenda perseguição. O fogo durou seis dias e sete noites e
depois voltou a se acender em diversos lugares por mais três dias.
- Milhares de cristãos foram torturados e mortos.
- Muitos serviram de iluminação para a cidade, amarrados em postes e ateado fogo.
- Muito foram vestidos com peles de animais e jogados para os cães.
- Nesta época morreram :
- Pedro - Crucificado em 67
- Paulo - Decapitado em 68
- Tiago - Apedrejado depois de ser jogado do alto do templo
Além de matá-los fê-los servir de diversão para o público.
A Perseguição sob Domiciano
No ano 81 Domiciano sucedeu ao imperador Tito que invadira destruíra
Jerusalém no ano 70. Com a destruição de Jerusalém Domiciano ordenou que todos os
judeus deviam enviar à Roma as ofertas anuais, que eram enviadas a Jerusalém, estes,
por sua vez não obedeceram, o que desencadeou a segunda perseguição, não somente
aos judeus mas também aos cristãos.
Durante esses dias milhares de cristão foram mortos, especialmente em Roma e
em toda a Itália. Nesta época o apóstolo João, que vivia em Éfeso, foi preso e exilado na
ilha de Patmos, foi quando recebeu a revelação do Apocalipse.
Promoveu uma perseguição muito severa em Roma e na Ásia Menor, as duas
onde o cristianismo parece ter se expandido mais até então. Esta perseguição parece
ter acontecido um pouco antes da sua morte. Envolveu a morte do cônsul Flávio
Clemente e sua esposa Flávia Domitila.
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Trajano (98-117)
Proibiu as sociedades secretas, inclusive o cristianismo.
II.4. AS PERSEGUIÇÕES IMPERIAIS
Este período vai da morte do Apóstolo João, ano 100 AD até o Edito de
Constantino, ano 313 AD.
O fato de maior destaque na História da Igreja neste período foi, sem dúvida, as
perseguições realizadas pelos Imperadores Romanos. Estas perseguições duraram até o
ano 313 AD, quando Constantino, o primeiro Imperador Romano, " cristão ", fez cessar
todos os propósitos de destruir a Igreja.
A de ressaltar que durante este período houve épocas em que as perseguições
foram mais amenas.
No início do segundo século, os cristãos já estavam radicados em todas as
nações e em quase todas as nações, e alguns crêem que se estendia até a Espanha e
Inglaterra. O número de membros da comunidade cristã subia a muitos milhões. A
famosa carta de Plínio ( Governador da Bitínia - hoje Turquia ) ao Imperador Trajano,
declara que os templos dos deuses estavam quase abandonados, enquanto os cristãos em
toda parte formavam uma multidão, e pertenciam a todas classes , desde a dos nobres, a
até a dos escravos.
Os Perseguidores
Imperador Trajano 98 a 117 AD - Estabeleceu a Lei, que sendo cristão acusado de
qualquer coisa e não negar fé, será castigado, não tendo acusação estão livres. Mandava
crucificar e lançar às feras.
Imperador Adriano 117 a 138 AD - Morreu em agonia, gritando, " Quão desgraçado é
procurar a morte e não encontrar ".
Imperador Marco Aurélio 161 a 180 AD - Mandava decapitar e lançar às feras.
Apesar de possuir boas qualidades como homem e governante justo, contudo foi
acérrimo perseguidor dos cristãos. Opunha-se, pois, aos cristãos por considerá-los
inovadores. Milhares foram decapitados e devorados pelas feras na arena. Os
Imperadores acima mencionados, foram considerados como os " bons imperadores ",
nenhum cristão podia ser preso sem culpa definida e comprovada. Contudo, quando se
comprovava acusações e os cristãos se recusavam a retratar-se, os governantes eram
obrigados, a por em vigor a lei e ordenar a execução.
Comodus (180-193) Foi o imperador mais favorável aos cristãos que todos os
anteriores.
Imperador Severo 193 a 211 AD - Mandava decapitar e lançar às feras. Iníciou uma
terrível perseguição que durou até à sua morte em 211 AD. Possuía uma natureza
mórbida e melancólica; era muito rigoroso na execução da disciplina. Tão cruel fora o
espírito do imperador, que foi considerado por muitos como o anticristo.
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Imperador Décio 249 a 251 AD - Décio observava com inveja o poder crescente dos
cristãos, e determinou reprimi-lo. Via as igrejas cheias enquanto os templos pagãos
desertos. Por conseqüência, mandou que os cristãos tinham que se apresentar ao
Imperador para comunicar e religião. Quem renunciava recebia um certificado, que não
renunciava era considerado criminoso e conduzidos às prisões e sujeitos às mais
horrorosas torturas.
Galenius (260-268) Não houve mais perseguições até o período de Dioclesiano
Imperador Diocleciano 305 a 310 - A última, a mais sistemática e a mais terrível de
todas as perseguições deu-se neste governo. Em uma série de editos determinou-se que :
- Todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. - Todos os templos construídos em
todo o império durante meio século, fossem destruídos. - Todos os pertencentes as
ordens clericais fossem presos. - Ninguém seria solto sem negar o Cristianismo. - Pena
de morte para quem não adorasse aos deuses. Prendiam os cristãos dentro dos templos e
depois ateava fogo. Consta que o imperador erigiu um monumento com esta inscrição "
Em honra ao extermínio da superstição cristã ".
Os Principais Mártires
Inácio Provável discípulo de João, bispo em Antioquia, foi condenado no ano 107 AD
por não adorar a outros deuses. Foi morto como mártir, lançado para as feras no
anfiteatro romano, no ano 108 ou 110 enquanto o povo festejava. Ele estava disposto a
ser martirizado, pois durante a viagem para Roma escreveu cartas às igrejas
manifestando o desejo de não perder a honra de morrer por seu Senhor
Policarpo Bispo em Esmirna, na Ásia Menor, morreu no ano 155. Ao ser levado
perante o governador, e instado para abandonar a fé e negar o nome de Jesus, assim
respondeu: " Oitenta e seis anos o servi, e somente bens recebi durante todo o tempo,
Como poderia eu agora negar ao meu Salvador ? Policarpo foi queimado vivo.
Justino Mártir Era um dos homens mais competente de sue tempo, e um dos principais
defensores da fé. Seus livros, que ainda existem, oferecem valiosas informações acerca
da vida da igreja nos meados do segundo século. Seu martírio deu-se em Roma, no ano
166.
Os Efeitos Produzidos pelas Perseguições
As perseguições produziram uma igreja pura pois conservava afastados todos
aqueles que não eram sinceros em sua confissão de fé. Ninguém se unia à igreja para
obter lucros ou popularidade. Somente aqueles que estavam dispostos a ser fiéis até a
morte, se tornavam publicamente seguidores de Cristo.
A Igreja multiplicava-se. Apesar das perseguições ou talvez por causa delas, a
igreja crescia com rapidez assombrosa. Ao findar-se o período de perseguição, a igreja
era suficientemente numerosa para constituir a instituição mais poderosa do império.
Não entanto era suficiente para criar o problema dos lapsos (aqueles que caíram). Por
outro lado, o fato de serem de curta duração criou as condições pelas quais "o sangue
dos mártires foi a semente da Igreja" As perseguições universais, mostraram que a
igreja estava "gorda" nestes séculos, a perseguição intensa, universal e demorada
arrasou a Igreja. Muitos negaram a fé, outros tantos forma exilados do império.
Mesmo assim a lista daqueles que deram sua vida pela fé nas perseguições de Décio a
Dioclesiano foi muito grande. A Igreja conseguiu sobreviver e crescer ainda mais
devido à relativa paz de 40 anos entra as duas perseguições e o Edito de Milão.
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O problema dos "lapsos" (caídos) foi muito agudo nos séculos II e III. Hermas
(O Pastor) e Cipriano (De Lapsis) escreveram tratados sobre a questão. O que se deve
fazer com os que negaram a fé e queimaram incenso a efígie de César? A Igreja
elaborou algumas respostas: A igreja de Roma em geral foi indulgente com os lapsos,
recebendo-os de volta com a simples confissão de seu pecado. Existia um rigor contra
os lapsos, eles não teriam mais direito de fazer parte da Igreja. Hermas ( que escreveu o
livro O Pastor) representa uma posição mediadora que aceita uma única queda. Os
lapsos seriam aceito de volta, mas não mais para o lugar de líderes. Os lapsos seriam
membros de "segunda classe" na Igreja. Embora Cipriano é muito duro com
os lapsos, ele os chama a um abundante arrependimento para demostrar sua tristeza e
aflição, sem desesperar da misericórdia de Deus. Apenas estes seriam recebidos de
novo na Igreja.
Apesar de considerarmos as perseguições o fato mais importante da História da
Igreja, no segundo e terceiro séculos, contudo, fatos interessantes aconteceram neste
período que devem ser observados. Vejamos :
O Cânon Bíblico
Os escritos do Novo Testamento foram terminados, entretanto a formação do
Novo Testamento com os livros que o compõem, como cânon, não foi imediata.
Algumas Igreja aceitavam somente alguns livros como inspirados e outra igrejas livros
diferentes.
Gradualmente os livros do Novo Testamento, tal como usamos hoje,
conquistaram a proeminência de escritura inspirada.
O Crescimento e a Expansão da Igreja
O crescimento e a expansão da Igreja foi a causa da organização e da disciplina.
A perseguição aproximou as Igrejas e exerceu influência para que elas se unissem e se
organizassem. O aparecimento da heresias impôs, também, a necessidade de se
estabelecerem alguns artigos de fé, e, com eles, algumas autoridades para executá-las.
Outra característica que distingue esse período é sem dúvida, o desenvolvimento
da doutrina. Na era apostólica a fé era do coração, uma entrega pessoal a vontade de
Cristo. Entretanto no período que agora focalizamos, a fé gradativamente passara a ser
mental, era uma fé do intelecto, fé que acreditava em um sistema rigoroso e inflexível
de doutrinas. O credo Apostólico, a mais antiga e mais simples declaração da crença
cristã, foi escrito durante esse período.
Nesta época surgiram três escolas teológicas. Uma em Alexandria, outra na Ásia
Menor e outra na África. Os maiores vultos da historia do Cristianismo passaram por
essas escolas: Orígenes, Tertulianao e Cipriano
II.5. SEITAS E HERESIAS
Juntamente com o desenvolvimento da doutrina teológica, desenvolviam-se
também as seitas, ou como lhes chamavam, as heresias na igreja cristã. Os cristãos não
só lutaam contra as perseguições , mas contra as heresias e doutrinas corrompidas.
Os Gnósticos Do grego "Gnósis = Sabedoria, Conhecimento" Acreditavam que
Deus Supremo é espírito absoluto e causa de todo bem, enquanto a matéria é
completamente má criada por um ser inferior que é Jeová. O propósito é então escapar
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deste corpo que aprisiona o espírito. Afim de chegar a libertação, é necessário que
venha um mensageiro do reino espiritual. Cristo. Cristo portanto não era matéria,
possuía somente a natureza divina.
Os Ebionitas Do hebraico que significa "Pobre" eram judeus-cristãos que
insistiam na observância da lei e dos costumes judaicos. Rejeitavam as cartas escritas
por Paulo. Eram considerados como apostatas pelo Judeus não convertidos.
Os Maniqueus De origem persa, foram chamados por esse nome, em razão de
seu fundador Ter o nome de Mani. Acreditavam que o universo compõe-se do reino das
trevas e da luz e ambos lutam pelo domínio do homem. Rejeitavam a Jesus, porém
criam em um "Cristo celestial".
Marcion
Nativo de Porto, foi a Roma perto de 138 e se tornou membro da Igreja de
Roma. Não conseguiu leva a igreja a aceitar seu ponto de vista, assim que organizou os
seus seguidores numa igreja cismática e expandiu a obra até ter congregações em
quase todas as províncias. Embora talvez não seja correto chamar Marcion de
gnóstico, ele compartilhou vários de seus pontos de vista: judaísmo é mau. Jeová não
é o mesmo Deus do NT. Baseou-se quase que exclusivamente em Paulo. Contrastou a
imoralidade e crueldade do AT., com a espiritualidade, misericórdia, bondade e alta
moral do NT.
Embora conceba o nascimento, vida e morte de Jesus como apenas aparente,
Marcion insiste na obra redentora de Cristo como necessária para a salvação dos
homens. O marcionismo achou fácil aceitação na Mesopotâmia e na Pérsia e
sobreviveu lá durante alguns séculos.
Montanismo
É uma reação às inovações que foram introduzidas nas igrejas pelo gnosticismo
e paganismo em geral às custas da fé e da moral. Foi organizado na Frígia entre 135 e
160 por Montano com Priscila e Maximinia (profetizas do movimento) em resposta a
uma iluminação do Paracletos, para proclamar o estabelecimento do reino de Cristo e
pregar contra o mundanismo das igrejas. Algumas das doutrinas desenvolvidas ( e
pelas quais foram rejeitados) tornaram-se ensino básico da Igreja católica 2 séculos
depois: exaltação da castidade e viuvez; divisão dos pecados em mortal e venial,
exaltação do martírio.
Tornou-se o precursor do cristianisno ascético. Suas doutrinas em geral eram as
mesmas do cristianismo católico. Reivindicaram ter recebido revelações divinas
enquanto em estado de êxtase. O espírito lhes dava a interpretação ascética de certas
passagens bíblicas. O montanismo é uma explosão de profetismo, dando importância
especial a visões e revelações. Tem caráter essencialmente escatológico. Para eles o
período do Parácletos (Espírito Santo) se iniciou com Montano. A nova Jerusalém será
inaugurada para o reino de 1.000 anos. Assim que é necessário viver em continência e
prepara-se para tanto. Nenhum dos que escreveram contra o montanismo vê neles uma
heresia. Ao contrário vê nele "tendências arcaicas"
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O Novacionismo
Foi o montanismo reaparecendo numa outra época, sem as reivindicações
proféticas que desapareceram. Novaciano foi condenado em 251 por um concílio
romano que reunia 60 bispos. Após a perseguição de Décio, quando muitos negaram a
fé, Novaciano liderou os que queriam muito rigor para os que cairam. Este movimento
cismático encontrou muita recepção na África e na Ásia Menor, onde absorveu o que
restou dos montanistas. Sua doutrina era igual à das igrejas católicas. Foi apenas a
questão de disciplina que questionavam: condições para ser membro da igreja e perdão
de certos pecados específicos. Enquanto Cipriano admitia a reconciliação dos caídos
"após uma penitência severa e prolongada: . Novaciano considerava que
"reconciliação alguma lhe pode ser concedida" Para Novaciano a igreja se identificava
com um pequeno grupo de espirituais que estava em conflito obrigatório com a cidade
terrena. Crendo que as igrejas católicas eram apóstatas, os novacianos rejeitaram as
ordenanças delas. A crença na regeneração batismal era quase universal nesta época.
Os novacianos deram tanta importância à necessidade do batismo ser ministrado por
pessoa devidamente qualificada que rebatizavam os que vieram das igrejas católicas.
Os Donatistas
Como os montanistas e novacionistas, estavam preocupados principalmente com
questões de disciplina. O movimento surgiu após a perseguição de Diocleciano e
especificamente em relação ao que entregaram as Escrituras as autoridades. Os
donatistas insistiram numa disciplina eclesiástica rigorosa e numa membresia pura.
Rejeitaram ministros indignos (os "lapsi"traidores). O donatismo não trata dos
caídos em geral e sim apenas da sorte dos bispos que teriam consentido na entrega das
Escrituras imposta pelo primeiro edito de Dioclesiano. O simples fato de estar em
comunhão com um dos culpados bastava para contrair mancha e tornar-se traídos,
apóstata. Todos os sacramentos administrados ou recebido pelos "traditores"eram
considerados nulos. Quanto a regeneração batismal, foram além dos católicos, crendo
que a natureza humana de Cristo também precisava ser purificada pelo batismo.
Naturalmente rebatizaram os católicos que vieram a eles como condição de comunhão.
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CAPÍTULO III
A IGREJA IMPERIAL
III.1. DE CONSTANTINO, 313 AD ATÉ À QUEDA DE ROMA EM 476 AD.
No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era
terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e
morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à coroa estavam em
guerra.
Os dois rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino. Constantino
afirmou ter visto no céu uma cruz luminosa com os seguintes dizeres: "Por este sinal
vencerás". Constantino ordenou que seus soldados empregassem para a batalha o
símbolo que se conhece como " Labarum ", e que consistia na superposição de duas
letras gregas, X e P.
Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exercito de
Majêncio e este morreu afogado caindo nas águas do rio. Após este vitoria Constantino
fez aliança com Licínio e posteriormente com Maximino os outros dois pretendentes a
coroa.
Em 323 AD, Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o
Cristianismo foi então favorecido. Os templos das Igrejas foram restaurados e
novamente abertos em toda parte. Em muitos lugares os templos pagãos foram
dedicados ao culto cristão. Em todo o império os templos pagãos eram mantidos pelo
Estado, mas, com, a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas e ao
clero cristão.
O Domingo foi proclamado como dia de descanso e adoração. Como se vê, do
reconhecimento do Cristianismo como religião preferida surgiram alguns bons
resultados, tanto para o povo como para a igreja:
- As perseguições acabaram
- A crucificação foi abolida
- Templos restaurados e muitos construídos
- O infanticídio foi reprimido
- As lutas de gladiadores foram proibidas
Apesar de os triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao
povo, contudo a sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato
trouxe, maus resultados para a igreja.
- As Igrejas eram mantidas pelo Estado e seus ministros privilegiados, não pagavam
impostos, os julgamentos eram especiais.
- Iniciou-se as perseguições aos pagãos, ocorrendo assim muitas conversões falsas.
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- Todos queriam ser membros da Igreja e quase todos eram aceitos. Homens
mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, todos desejavam postos na Igreja, para, assim
obterem influência social e política.
- Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos
espirituais e menos sinceros do que no passado.
- Aos poucos as festas pagãs tiveram seus lugares na Igreja, porém com outros nomes.
A adoração a Vênus e Diana foi substituída pela adoração a virgem Maria. As imagens
dos mártires começaram a aparecer nos templos, como objeto de reverência.
No ano 363 AD todos os governadores professaram o Cristianismo e antes de
findar o quarto século o Cristianismo, foi virtualmente estabelecido como religião do
Império.
A Fundação de Constantinopla
O Imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava
intimamente ligada à adoração pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava
uma capital sob os auspícios da nova religião. Na nova capital, a igreja era honrada e
considerada, não havia templos pagãos.
Logo depois da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império. As
fronteiras eram tão grande que um imperador sozinho não podia defender seu vastíssimo
território.
As Controvérsias
A Primeira Controvérsia Apareceu por causa da doutrina da Trindade. O Presbítero
Ario de Alexandria defendia a tese de que Jesus era superior aos homens porém inferior
ao Pai, não admitia a existência eterna de Cristo. Seu principal opositor foi Atanásio
também de Alexandria afirma a unidade de cristo com o Pai e sua divindade.
Constantino não teve êxito em resolver a questão por isso convocou o concílio
de Nicéia em 325 AD onde a doutrina de Ário foi condenada.
A Controvérsia de Apolinário Apolinário era Bispo em Laodicéia quando declarou
que a natureza divina tomou lugar da natureza humana de Cristo. Este Heresia foi
condenada no Concílio de Constantinopla em 381 AD.
A Controvérsia de Nestor Nestor era sacerdote em Antioquia quando se opôs a
aplicação do termo " Mãe de Deus ", a Maria, afirmou que as duas natureza de Cristo
agiam em harmonia. No Concílio de Éfeso em 433 Nestor foi banido e suas obras foram
queimadas e aprovado o termo " Mãe de Deus "
O Desenvolvimento do poder na Igreja Romana
Roma reclamava para si autoridade apostólica. A Igreja de Roma era a única que
declara poder mencionar o nome de dois apóstolo como fundadores, isto é, Pedro e
Paulo. A organização da Igreja de Roma e bem assim seus dirigentes defendiam
fortemente estas afirmações. Neste ponto há um contraste notável entre Roma e
Constantinopla. Roma havia feito os imperadores, ao passo que os imperadores fizeram
Constantinopla.
Além disso Roma apresentava um Cristianismo prático. Nenhuma outra igreja a
sobrepujava no cuidado para com os pobres, não somente com os seus membros , mas
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também entre os pagãos. Foi assim que em todo o ocidente o bispo de Roma,
começou a ser considerado como autoridade principal de toda a igreja.
Foi dessa forma que o Concílio Calcedônia, na Ásia Menor, no ano 451 AD,
Roma ocupou o primeiro lugar e Constantinopla o segundo lugar.
O Cristianismo Vivo
O Cristianismo dessa época decadente ainda era vivo e ativo. Devemos
mencionar aqui alguns bispos e dirigentes da igreja nesse período que contribuíram para
manter vivo o Cristianismo.
Atanásio ( 296 - 373 ) Foi ativo defensor da fé no início do período. Já vimos como ele
se levantou e se destacou na controvérsia de Ário; foi escolhido bispo de Alexandria.
Cinco vezes exilado por causa da fé, mas lutou fielmente até o fim.
Ambrósio ( 340 - 397 ) Foi eleito bispo enquanto ainda era leigo e nem mesmo
batizado. Converteu-se posteriormente, repreendeu o próprio imperador (Teodósio) por
causa de um ato cruel e mais tarde o próprio imperador o tratou com alta distinção. Foi
autor de vários livros.
João Crisóstomo ( 345 - 407 ) " Boca de ouro " em razão de sua eloqüência
inigualável, foi o maior pregador desse período. Chegou a ser bispo em Constantinopla.
Entretanto, sua fidelidade, zelo reformador e coragem, não agradava à corte. Foi exilado
e morreu no exílio.
Jerônimo ( 340 - 420 ) Foi o mais erudito de todos. Estudou literatura e oratória em
Roma. De seus numerosos escritos, o que teve maior influência foi a tradução da Bíblia
para o latim, obra que ficou conhecida como Vulgata Latina, isto é, a Bíblia em
linguagem comum, até hoje usada pela Igreja católica Romana.
Agostinho ( 354 - 430 ) O nome mais ilustre desse período, bispo em Hipona na África.
Escritor de vários livros sobre o Cristianismo e sobre a própria vida. Porém a fama e a
influência de Agostinho estão nos seus escritos sobre a teologia cristã, da qual ele foi o
maior expositor, desde o tempo de Paulo.
III.2. CONTROVÉRSIAS TRINI-TÁRIAS E CRISTOLOGICAS
No fim do II Século e no III começam aparecer divergências de interpretação
dentro da própria Igreja. As três grande linhas de interpretação posterior (Ásia Menor,
Roma e Alexandria) já começaram aparecer nos pais apostólicos. Movimentos
gnósticos estão presentes em toda a Igreja no fim do II e início do III século. Só foi
possível contorná-los após a exclusão de seus grandes líderes. Com a ascensão de
Constantino, conhecido como o "imperador cristão", o palco estava pronto para uma
série de conflitos teológicos que duraria do IV até o VIII século. Estas controvérsias
começaram como discussão da relação de Jesus Cristo a Deus Pai e terminaram
tentando explicar a relação entre as duas naturezas de Cristo. As primeiras são
chamadas de "trinitárias"; as últimas, "cristológicas".
O Concílio de Níceia
Este concílio reuniu 318 bispos por um período de 3 meses para resolver as
diferenças entre Alexandre e Ário. Segundo Ário, presbítero de Alexandria, somente
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Deus Pai seria eterno não gerado. O Logos, o Cristo preexistente, seria mera criatura.
Criado a partir do nada, nem sempre existiria. O Cristo existiria num tempo anterior à
nossa existência temporal, mas não era eterno. Por outro lado estavam Alexandre e o
jovem Atanásio que afirmava que o Logos era eterno e era o próprio Deus que apareceu
em Jesus.
Deus é Pai apenas porque é o Pai do Filho. Assim o Filho não teria tido começo
e o Pai estaria com o Filho eternamente. Portanto, o Filho seria o filho eterno do Pai, e
o Pai, o Pai eterno do Filho.
A cristologia de Ário foi rejeitada pelo concílio de Nicéia afirmando que a igreja
acreditava em: "um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus; gerado do pai, unigênito da
essência do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus,
gerado não feito, consubstancial com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas no
céu e na terra; o qual , por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e
encarnou e foi feito homem" "todos os que dizem que houve um tempo que ele não
existiu, ou que não existiu antes de ser feito, e que foi feito do nada ou de alguma outra
substância ou coisa, ou que o Filho de Deus é criado ou mutável, ou alterável, são
condenados pela Igreja Católica".
Controvérsia Cristológica
A questão do relacionamento entre o Filho e o Pai foi resolvida em Nicéia.
Porém isto gerou novos questionamentos, agora em torno do relacionamento entre as
naturezas humanas e divina de Cristo. Em geral os teólogos ligados a Alexandria
salientaram a divindade de Cristo, enquanto que os relacionados a Antioquia, a sua
humanidade, às expensas de Sua deidade. A controvérsia se iniciou no ensino de Paulo
de Samosata, bispo de Antioquia. Este ensinava o que se chama de adocionismo ou
monarquismo dinâmico. Jesus era um homem "energizado"pelo Espírito no batismo e
assim exaltado à dignidade divina. Apolinário de Laodicéia foi o primeiro a negar
formalmente que Jesus teve uma alma racional. No seu lugar estava o divino Logos.
O Concílio de Calcedônia (451) definiu a cristologia afirmando que Jesus Cristo
era: "perfeito em divindade e perfeito em humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro
homem, de alma racional e corpo, da mesma substância com o Pai segundo a divindade;
e da mesma substância conosco segundo a humanidade, semelhante a nós em todos os
aspectos, sem pecado, gerado do Pai antes de todos os tempos segundo a divindade..."
III.4. OS HISTORIADORES DA IGREJA
Eusébio de Cesaréia (260-340). Escreveu sua História Eclesiástica onde apresenta a
história da Igreja desde seu início até 324. A sua Crônica começa com Abraão e vai a
323. Deu estrutura cronológica para toda a história medieval. Escreveu a Vida de
Constantino onde louva o imperador. Foi acusado de ser semi-ariano.
Socrates. Nasce em Constantinopla e escreveu a história da Igreja de 305 até 439. É um
autor não crítico, ignorava a Igreja no oeste. Ele apresenta uma coleção inestimável de
dados e documentos.
Sozomen. Foi criado em Gaza mas viveu em Constantinopla após 406. Apresenta a
história de 323 a 439. Foi educado para ser monge. Dá destaque ao monarquismo em
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detrimento de outros dados como a verdadeira filosofia cristã. A biografia é a
principal força de sua história.
Os "Teólogos" da Igreja
Atanásio(298-373) Assistiu o Concílio de Nicéia, mas aparentemente não foi um
grande luminário lá.
Após a morte de Cirilo, Atanásio foi eleito bispo de Alexandria em 328. Durante seu
bispado foi exilado 5 vezes por Constantino e seus sucessores. Sua força se tornou tão
grande, que os últimos dois mandatos do exílio não podiam ser cumpridos. Nesse
período a ortodoxia nicena já havia triunfado sobre o arianismo. Sua vida pode ser
dividida em 3 etapas: Antes de Nicéia até 325; luta contra o arianismo 325-361 e
período de vitória da ortodoxia, 361-373
João Crisóstomo (345-407). foi um grande expositor e orador. Ao princípio advogou
segundo seu treino em direito. Após seu batismo em 368 se tornou monge. Com a
morte da sua mãe em 374 seguiu uma vida extremamente ascética até 380. foi ordenado
em 386 e se tornou patriarca de Constantinopla em 398. Foi banido em 404 por ter
denunciado as vestimenta extravagantes da imperatriz, bem como a colocação de uma
estatueta dela em prata na Igreja ao lado de Santa Sofia. Morreu no exílio em 407.
Ainda existem 604 dos seus sermões. A leitura destes sermões mostra a força da sua
pregação sem o acréscimo da personalidade de seu autor. A grande maioria destes
sermões versam sobre as epístolas de Paulo.
Procurava levar em consideração o contexto e aplicar aos dias dele o sentido literal do
texto.
Teodoro de Mopsuéstia (350-428). Foi príncipe dos exegetas da antiguidade. em
contraste com os alexandrinos, ele com Crisóstomo procuravam proclamar o sentido
natural do texto. Foi defensor, pelo menos em parte, de Nestório. Defendeu
insistentemente a integridade da humanidade de Cristo.
Basílio de Cesaréia (329-379) foi instalado na sé de Cesareia em 370. Logo em seguida
começou uma série de negociações teológicas, primeiro com Atanásio e depois com o
papa Dâmaso para promover a reunião das igrejas cismadas pela controvérsia sobre a
Trindade. Graças a sua obra de organizador e legislador criou uma nova concepção da
instituição monástica. Colocou como ideal o quadro dos cristãos em Jerusalém (At:2-4)
e destacou daí a obediência ao superior.
Gregório de Nissa (331-395). Irmão mais novo de Basílio, foi um estudante da Bíblia e
de Orígenes. Foi eleito bispo em 371. Tornou-se o defensor mais avançado do credo de
Nicéia. Foi o primeiro a procurar estabelecer por considerações racionais a totalidade
das doutrinas ortodoxas. A filosofia se tornou uma auxiliadora da teologia. Embora
divergiu de Orígenes, especialmente em cosmologia, na maior parte aceitou o ensino
deste no que podia acomodá-lo à fé explícita da Igreja.
Gregório de Nazianso (330-390). Foi eleito bispo em 372, junto com os dois
anteriores, procurou reconciliar as 2 proposições de Atanásio: a identidade de essência
entre Pai e Filho com a distinção de pessoalidade entre Pai e Filho. Os 2 Gregório
também procuravam salvar a reputação de Orígenes para a ortodoxia. Assim adotaram
a doutrina de Orígenes que rezava que o Logos uniu-se com a natureza sensível pela
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mediação de uma alma humana racional. Acrescentaram que o Logos tomou todas as
partes da natureza humana em comunhão consigo e as permeava.
Jerônimo (347-419). Foi o autor da Vulgata que ele insistiu traduzir do grego (NT) e
hebraico (AT), salvo os Salmos que já foram traduzidos da Setuaginta (LXX).
Jerônimo introduziu dois outros elementos à Igreja ocidental que tiveram grandes
repercussões lá. Introduziu a vida ascética a Europa ocidental. A importância disto só
pode ser avaliada à luz da forma que a Igreja toma na Europa medieval. Introduziu
também Orígenes ao Oeste. Por causa de uma tradução tendenciosa por parte de Rufino,
Jerônimo fez uma tradução ao pé da letra de Orígenes. Mais tarde ficou embaraçado de
ter seu nome ligado a Orígenes. Condenou a doutrina deste, mas sempre admirou seu
estilo de escritor. Além de suas traduções da Bíblia e de Orígenes, Jerônimo é famoso
por seus comentários nas Escrituras. Seu primeiro (388) comentário foi sobre
Eclesiástes, seguido no mesmo ano por Gálatas, Efésios e Tito. Três anos depois
publicou um sobre 5 dos profetas menores. De 397 até 419 completou os profetas
menores, bem como Jonas, Daniel, Isaias, Ezequiel e Jeremias. E do NT apenas
Mateus.
Ambrósio de Milão (340-397). Foi um grande administrador eclesiástico; pregador e
teólogo. Foi a pregação de Ambrósio que trouxe Agostinho ao evangelho. Era
governador imperial da área ao redor de Milão quando o bispo da cidade morreu em
374. O povo unanimemente queria que Ambrósio aceitasse ser bispo. Crendo ser isto
a vontade de Deus, renunciou ao seu cargo político, distribuiu seus bens aos pobres e,
após sua eleição, iniciou um estudo intensivo das Escrituras. Foi um grande pregador
apesar de sua exposição ser desfigurada pela interpretação alegórica das Escrituras.
Resistiu ao imperador Teodósio, não permitindo-o participar da Ceia até que humilde e
publicamente se arrependesse do massacre dos tessalonicenses. Aparentemente foi
Ambrósio que introduziu o cantar de hinos na Igreja Ocidental.
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CAPÍTULO IV
A IGREJA MEDIEVAL
IV.1. DE ROMA EM 476 AD ATÉ A QUEDA DE CONSTANTINOPLA, 1453 AD.
* PROGRESSO PAPAL
O termo "papa", significa simplesmente "papai", sendo, portanto, um termo de
carinho e respeito, este termo era usado para qualquer bispo, sem importar se ele era de
Roma. Como Roma era, pelo menos de nome, a capital do Império, a igreja e o bispo
desta cidade logo se viram em posição de destaque.
Quando os bárbaros invadiram o Império, a igreja de Roma começou a seguir
um rumo bem diferente Constantinopla. No Ocidente, o Império desapareceu, e a igreja
veio a ser a guardiã do que restava da velha civilização. Por isto, o papa, chegou a Ter
grande prestígio e autoridade.
Porém, enquanto que no Oriente duvidava-se de sua autoridade, em Roma e
vizinhanças esta autoridade se estendia até além dos assuntos religiosos. Tudo isto nos
mostra que em uma época em que a Europa estava em caos, o papado preencheu o
vazio, proporcionando certa estabilidade.
O período de crescimento do poder papal começou com o pontificado de
Gregório I, o Grande, e teve o apogeu no tempo de Gregório VII, mais conhecido por
Hildebrando. Hildebrando reformou o clero que se havia corrompido, elevou as normas
de moralidade de todo o clero, exigiu celibato dos sacerdotes, libertou a igreja da
influência do estado, podo fim à nomeação de papas pelos reis e imperadores.
Hildebrando impôs a supremacia da igreja sobre o Estado.
* ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO PAPADO
A autoridade monárquica do papa, é fruto de um longo processo. De um bispo igual aos
outros, o de Roma passa a ser o primeiro entre os demais e finalmente cabeça
incontestável da Igreja. Vários papas de grande envergadura, dos quais devemos citar:
Inocêncio (402-417); Celestino (422-432); Leão I (440-461); e Gregório I (590-604).
1. Até Constantino Os antigos autores católicos tenham insistido que a Igreja de Roma
foi fundada por Pedro e que tenha tido uma linha de papas, vigários de Cristo, desde
então. Oscar Cullmann, teólogo protestante, examina detalhadamente a questão de
Pedro ter estado em Roma. Conclui que estava lá e lá foi martirizado. Nega entretanto
que tenha fundado a Igreja ou passado seus direitos aos bispos subseqüentes.
A lista dos primeiros bispos consta destes nomes: Lino, Cleto ou Anacleto,
Clemente (91-100), Evaristo, Alexandre (109-119), Sixto I (119-127), Telesforo (127-
138), Higino (139-142), Pio I (142-157), Aniceto (157-168), Soter (168-177), Eleutero
(177-193). Estas datas são aproximadas e temos poucas informações do seu pontificado.
Vitor (193--202). Parece ser o primeiro a procurar estabelecer a autoridade papal além
das fronteiras de sua igreja.
Cipriano. Bispo em Cartago durante o pontificado de Cornêlio e Estevão,
contribuiu bastante para fortalecer a autoridade do bispo de Roma. Defendeu as
reivindicações petrinas (Mt:16:18) sem entretanto colocar o papa sobre os demais
bispos.
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Estevão (253-257). Procurou forçar as demais igrejas a seguir o costume romano
quanto ao cálculo da data da páscoa.
Um outro elemento que contribuiu para fortalecer a posição de Roma neste
período foi a crescente prática das igrejas rurais ou de pequenas cidades serem
relacionadas a alguma igreja em cidade grande ou incorporadas num sistema diocesano.
Esta prática começou no II século como resultado do sistema missionário das igrejas
mães.
2. De Constantino a Gregório Magno
A oficialização da Igreja trouxe em seu bojo rápido desenvolvimento
hierárquico. Constantino se considerava bispo e até bispo dos bispos em coisas formais
e até doutrinárias. Sem sua permissão não se pode reunir um sínodo.
Roma surge como árbitro entre as igrejas. No conflito entre os arianos e
Atanásio, este contribuiu para fortalecer Júlio por ter recorrido ao bispo de Roma,
pedindo que convocasse um concílio. Esta e outras questões entre as igrejas do leste e
da África foram exploradas pelos papas para fortalecer suas próprias posições. Assim
questões religiosas seriam resolvidas pelo "sumo-pontífice" de religião e não pelos
magistrados civis.
Siricius (354-398). Conseguiu que um concílio realizado em Roma decretasse que
nenhum bispo deve ser consagrado sem o conhecimento e consentimento do bispo de
Roma. Mesmo que seja um decreto falso, é muito antigo e exerceu grande influência.
Inocêncio I (402-417). Demonstrou grande ousadia em explorar as reivindicações de
Roma, exigindo submissão universal a sua autoridade. Insistia que era a obrigação de
todas as igrejas ocidentais se conformarem aos costumes de Roma.
Celestino (422-432). Durante o exercício do seu papado foi resolvido a mui agitada
questão do direito de apelar a Roma decisões nas províncias. Celestino manipulou as
questões de uma maneira que sempre saía ganhando o prestígio de Roma, até o ponto de
dispensar os cânones de um concílio geral.
Leão I (440)-461). Homem humilde, insistia que era sucessor de Pedro e que não se
pode infringir a autoridade deste. Conseguiu do jovem e fraco imperador Valentino III
um edito em que este reconhece a primazia da sé de Pedro e insiste que ninguém pode
agir sem a permissão desta sé.
Gregório I (589-604). Possivelmente o maior papa deste período. filho de um senador,
adotou o costume monástico. Pretendia ser missionário aos ingleses quando foi
consagrado papa aos 49 anos de idade. Reclamou que Máximo foi eleito patriarca de
Constantinopla no lugar de seu candidato e suspendeu todos os bispos que o
consagraram sob pena de anátema de Deus e do apóstolo Pedro. Repreendeu o patriarca
de Constantinopla por ter assumido o título de bispo ecumênico.
* A coroação de Carlos Magno
Abriu a história política e eclesiástica da Europa um novo período, no qual os dois
poderes o civil e o papal aparecem intimamente ligados, em busca de ideal comum de
poderio e domínio.
Leão III (795-816). O período começa com Leão III assentado na cadeira pontificial.
Foi ele quem colocou Carlos Magno como imperador no ano 800.
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Estevão IV (816-817). Este papa coroou o Rei Luiz o Pio, em Roma ato que elevou
ainda mais a posiçao do papa.
Gregório IV (827-844). Foi nos dias desse papa que apareceram falsos documentos a
favor da prerrogativa papal. Gregório defendeu Roma contra os sarracenos.
Nicolau I (858-867). Ascendeu a cadeira papal num momento de agitação e desordens,
aproveitando-se dos documentos falsos a favor da absoluta soberania e
irresponsabilidade do papado, procurou firmar os direitos de supremacia do papa e de
sua jurisdição suprema.
Adrião II (867-872). Trabalhou principalmente à sombra a influencia atingida pelo seu
antecessor.
João VIII (872-882). O maior problema durante o papado de João VIII foi a ameaça
sarracena, forçando-o a pedir ao novo imperador Carlos a sua proteção, mas Carlos e o
papa aceitou o tratado humilhante com os sarracenos.
O período de 882 a 903 caracteriza-se pela torpe degradação do poder papal. O
poder papal enfraqueceu-se notadamente. As eleições pontifícias feitas nesse período
são memoráveis pela torpeza que as acompanhou. O papa Formoso subiu ao poder em
891 e, dois anos depois de sanguinolento pontificado, morreu, provavelmente
envenenado.
Estevão VI, foi aprisionado e morto. E depois foi eleito o Papa Marino, cujo
pontificado durou apenas meses. João X, feito papa, procurou abrogar os atos de
Estevão, e de fato abrogou muitos deles. Leão V, depois de um breve pontificado, foi
morto por seu próprio capelão seu sucessor, Mas ao assassino coube o mesmo fim
trágico, decorrido apenas oito meses.
No período de 903 a 963 Com Sergio III, começa a influência perniciosa de uma
aventureira de alta linhagem sobre o governo papal. De 936 a 956 o papado esteve sob
inf1uência de Alberico que nomeou quatro papas. Um filho do mesmo, sob o nome de
João XIII, assumiu o ofício papal sendo o seu pontificado havido como um dos mais
imorais e licenciosos. Este papa morreu assassinado,
Otão, O Grande, fez sentir a sua interferência no papado em 983, com a
convocação de um sínodo para depor o imoral João XIII e substituí-lo por Leão VIII.
Durante este período, até 1073, foram nomeados vário papas e os imperadores ficaram
no direito de nomear e controlá-los para evitar a dissolução completa do clero.
Hildebrando (1073). Foi inquestionavelmente o maior estadista eclesiástico da
Idade Media. Seu objetivo foi tornar um fato o domínio universal e absoluto do papado,
e sua política subordinou-se completamente a este propósito. Este papa tomou o nome
de Gregório VII.
*Concílio de roma em 1059
1- A nomeação do papa pelos bispos cardeais sancionadas pelo clero cardeal e depois
aprovada pelo clero inferior e os leigos.
2- Nenhum oficial da igreja, sob pretexto algum, pode aceitar benefício algum de
qualquer leigo ou ser chamado a contar ou dar conta a jurisdição.
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3- Nenhum cristão pode, assistir a missa rezada por padre de quem se sabia ter
concubina, apesar da renhida oposição, Hildebrando executou a risco esses decretos. No
entanto a vitória de Hildebrando, nunca foi completa e permanente.
Inocêncio III (1198-1216), aproveitou as prerrogativas papais firmando umas e
alargando outras. Foi durante seu papado que o poder papal, que evoluía gradativamente
através dos séculos chegou ao auge. Ele foi o maior papa do século.
* Declínio do poder papal
Do século treze em diante começa o suave declínio do poder papal para o que
concorreram fatos e circunstâncias históricas diferentes.
1- Com o século XIII desapareceu completamente o gosto pelas cruzadas.
2- A corrupção constante na corte de Roma, o favoritismo e o mercantilismo que
presidiam as decisões do Papa e da Curia, igualmente estimulava a dissidência.
3- Á imoralidade dominava o clero.
4- A cadeira papal era objeto de ambição mais desenfreada.
5- A influência adquirida pelos franceses na Itália e Sicília após queda dos imperadores
germânicos foi sobremodo prejudicial ao papado.
Bonifácio VII (1294-l303), subiu a cadeira pontifica no meio destas condições
tão favoráveis ao papado, mas sem se adaptar a elas conservou aquele espírito de
arrogância e mandonismo, muito característico de seus antecessores.
Em 1305, foi eleito um francês, Clemente V, como papa. Este não foi a Roma,
mas estabeleceu sua corte Papal em Avignon e tornou se subserviente de Felipe rei da
França. Aqui, ele e seus sucessores todos franceses serviram durante setenta anos. Tão
notório se tornaram as condições que os historiadores católicos estigmatizaram o
período de cativeiro babilônico do papado.
Em virtude da presença da corte papal de Roma em Avignon, na França, a
Europa conseguiu muitas inimizades. O catolicismo dividiu-se, ficando uma parte com a
França e outra com a Itália. Aparecem então dois papas um lançando maldições sobre o
outro e cada qual julgando-se legitimo chefe da cristandade.
Em 1408, houve uma conferência em Livorno, entre representantes dos dois
papas e um ano depois reunia-se um concílio geral em Pisa. Discutida largamente a
questão, ambos os papas foram declarados heréticos e excomungados. O concílio elegeu
então a Papa, o cardeal de Milão que tomou o nome de Alexandre V.
A questão não ficou resolvida, pois, três papas levantarar-se disputando a cadeira
pontificia, cada um formando em torno de si um considerado número de admiradores.
O pontificado de Nicolau V (l448-1455) foi notável, tendo sido construído nesse
tempo o Vaticano e a Basílica de São Pedro, considerados como duas magníficas obras
de arte. Talvez nesta época tenha-se resolvido o problema dos três papas.
Inocêncio VIII (l484-l492). para melhorar a fortuna de seus filhos ilegítimos,
pelejou contra Nápoles e recebia tributo anual de Sultão, por manter seu irmão e rival na
prisão em vez de envia-lo como cabeça de um exercito contra os inimigos da
cristandade.
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Isto se deu numa época de ignorância, senão no período do renascimento
literário e quando a Europa tinha entrado numa era de invenções e descobrimentos
destinados a transformar a civilização. O estado de desmoralização em que a Igreja
Romana se achava na véspera da reforma era um fato geralmente reconhecido.
* As Cruzadas
Um grande movimento da Idade Média, sob a inspiração e mandado da igreja,
foram as Cruzadas, que se iniciaram no fim do século onze.
- A primeira cruzada foi anunciada pelo papa Urbano II, era composta de 275000 dos
melhores guerreiros, para combater os Sarracenos que tinham invadido Jerusalém. Após
grande batalha Jerusalém foi reconquistada. A
- A Segunda Cruzada foi convocada em virtude das invasões dos Sarracenos às
províncias adjacentes ao reino de Jerusalém. Sob a influência de Luiz VII da França e
Conrado III da Alemanha, um grande exército foi conduzido em socorro dos lugares
reconhecido como santos. Enfrentara grandes dificuldades, mas obtiveram vitória.
- A terceira Cruzada foi dirigida por Ricardo I " Coração de Leão", da Inglaterra e
outros como; Frederico Barbarroxa, Filipe Augusto. Barbarroxa morrerá afogado e
Filipe desentendeu-se com Ricardo I e voltou para França. A coragem de Ricardo I,
sozinho, não foi suficiente para conduzir seu exército para Jerusalém. Contudo fez um
acordo para que os cristãos tivessem direito a visitar o santo sepulcro.
- A Quarta Cruzada foi um completo fracasso, porque causou grande prejuízo a igreja
cristã. Os cruzados, se afastaram do propósito de conquistar a Terra Santa e fizeram
guerra a Constantinopla, conquistaram-na e saquearam-na. Constantinopla ficou,
posteriomente, a mercê dos inimigos.
- Na Quinta Cruzada, Frederico II, conduziu um exército até a Palestina e conseguiu um
tratado no qual as cidades de Jerusalém, Haifa, Belém e Nazaré, eram cedidas aos
cristãos. Porém 16 anos depois a cidade de Jerusalém foi tomada pelos maometanos.
- A Sexta Cruzada foi empreendida por São Luiz. Invadiu a Palestina através do Egito,
mas não obteve êxito, foi derrotado pelos maometanos e libertado por uma grande soma
.
- A sétima Cruzada teve também a direção de São Luiz juntamente com Eduardo I. A
rota escolhida foi novamente a África, porém São Luiz morreu e Eduardo I voltou para
ocupar o trono na Inglaterra e a cruzada teve um fracasso total. Esta foi considerada a
última Cruzada, porém houve outras de menor vulto.
* O Desenvolvimento da vida Monástica
Este movimento desenvolveu-se grandemente na Idade Média entre homens e
mulheres, com resultados bons e maus. Com o crescimento dessas comunidades,
tornava-se necessária alguma forma de organização, de modo que nesse período
surgiram quatro grandes ordens.
A Ordem dos Beneditinos Fundada por São Bento em 529, em Monte Cassino. Essa
ordem tornou-se a maior de todas as ordens monásticas da Europa. Suas regras exigiam
obediência ao superior do mosteiro, a renúncia a todos os bens materiais, e bem assim a
castidade pessoal.
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Cortava bosques, secava e saneava pântanos, lavrava os campos e ensinava ao
povo muitos ofícios úteis.
A Ordem dos Cistercienses Surgiram em 1098, com objetivo de fortalecer a disciplina
dos Beneditinos, que se relaxava. Seu nome deve-se a cidade francesa de Citeaux,
fundada por São roberto. Deu ênfase às arte, arquitetura e especialmente à literatura,
copiando e escrevendo livros.
A Ordem dos Franciscanos fundada em 1209 por São Francisco de Assis. Tornou-se a
mais numerosa de todas as ordens. Por causa da cor que usavam, tornaram-se conhecido
como os "frades cinzentos".
A Ordem dos Dominicanos Ordem esponhola fundada por São Domingos, em 1215.
Os Dominicanos e os Franciscanos diferenciavam-se das outras ordens, pois eram
pregadores, iam por toda parte a fortalecer a fé dos crentes.
No início, cada ordem monástica era
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