Maracatu Nação
Exames: Maracatu Nação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 29/5/2014 • 947 Palavras (4 Páginas) • 351 Visualizações
Maracatu Nação
Cultura Popular Brasileira
Introdução
O Maracatu Banque Virado ou Maracatu Nação é uma manifestação da cultura popular brasileira, afrodescendente. Não se sabe a data exata do surgimento desse movimento, mas sabe-se que foi entre os séculos XVII e XVIII, em Pernambuco. Existem diversas versões sobre o surgimento desse movimento, porém a mais difundida é a de que ele surgiu a partir das coroações do Rei do Congo, prática que foi implantada no Brasil pelos colonizadores portugueses e permitida pelos senhores de escravos. Com a abolição da escravatura no Brasil, no fim do século XVIII, o Maracatu passou gradualmente a ser caracterizado como um fenômeno típico dos carnavais recifenses, contendo diversos personagens para este cortejo.
Desenvolvimento
Maracatu é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formada por uma percussão que acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares do Brasil, é uma mistura das culturas indígena, africana e europeia.
A notícia mais remota até há pouco conhecida sobre a instituição do Rei do Congo, em Pernambuco, fala de uma instituição que compreendia um setor administrativo e outra, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em músicas e danças próprias para homenagear a coroação do rei Congo.
A palavra "Maracatu" primeiro designou um instrumento de percussão e, só depois, a dança realizada ao som desse instrumento. Os cronistas portugueses os chamavam de "infiéis" de nação, nome que acabou sendo assumido pelo colonizado. Os próprios negros passaram a se autodenominar de Nações a seus agrupamentos tribais e seus antepassados nos seus estandartes escrevem CCMM (Clube Carnavalesco Misto Maracatu).
Os cortejos de Maracatu são uma tentativa de refletir as antigas cortes africanas, que ao serem conquistados e vendidos como escravos trouxeram suas raízes e mantiveram seus títulos de nobreza, para o Brasil.
Do Maracatu Nação participam entre 30 e 50 figuras. O Cortejo é composto por uma bandeira ou estandarte abrindo as alas. Logo atrás seguem a dama de paço, que carrega a mística Calunga, representando todas as entidades espirituais do grupo. Atrás dela seguem as baianas e pouco depois a corte e o rei e a rainha dos maracatus. Os títulos de rei e rainha são passados de forma hereditária. Essa ala representa a nobreza da Nação. De cada lado seguem as escravas ou catirinas, normalmente jovens, que usam vestimentas de chitão. Mantendo o ritmo do desfile seguem os batuqueiros. Os instrumentos são diversos, alfaias, que são tambores, caixas ou taróis, ganzás e ABs, esse conduzido por mulheres que vão a frente desse grupo e que fazem do seu toque um show a parte.
A dança executada com as Calungas tem caráter religioso e é obrigatória na porta das Igrejas, representando um "agrado" a Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito. Quando o Maracatu visita um terreiro, homenageia os Orixás.
A orquestra do Maracatu Nação é composta apenas por instrumentos de percussão: vários tambores grandes (alfaias), caixas e taróis, ganzás e um gonguê (metalofone de uma ou duas campânulas, percutidas por uma vareta de metal). Hoje em dia, se usa os agbes ou xequerês (instrumento confeccionado com uma cabaça e uma saia de contas). O Mestre de Toadas puxa os cantos e o coro responde. As baianas têm a responsabilidade de cantar, outras vezes são os caboclos mas todos os dançarinos também podem participar.
Este Maracatu mais tradicional é chamado de Baque Virado porque este termo é sinônimo de um dos "toques" característicos do cortejo.
Os Maracatus de Baque Virado sempre começam em ritmo compassado, que depois se acelera, embora jamais alcance um andamento muito rápido. Antes de se ouvir a corneta ou o clarim, que precedem o estandarte da Nação, é a zoada do "baque" que anuncia, ao longe, a chegada do Maracatu.
O Maracatu se distingue das outras danças dramáticas e das danças negras em geral pela sua coreografia. Há uma presença forte de uma origem mística na maneira com que se dança o Maracatu, que lembra as danças do Candomblé. Balizas e Caboclos dançam todo o cortejo. Baianas e Damas do Paço têm coreografias especiais. Todos os outros se movimentam mais discretamente.
Caboclos e Guias fazem muitas acrobacias, que parecem com os passos dos frevos de carnavalescos.
Conclusão
Os grupos de maracatu mostra-se como um agente transformador da sociedade através da arte, da cultura popular e da religiosidade, ensinando a jovens e crianças as suas origens, o respeito ao diferente, o respeito ao próximo, a desconstrução do racismo, a auto-afirmação e o orgulho de ter a cultura negra como sua. Assim como também mantém a cultura de Maracatu viva através de descendentes de antepassados e religiosos crentes de seus orixás.
O hino de Maracatu (link nas referências bibliográficas) mostra toda a forma cultural dessa nação dentro do ritmo musical.
Referências Bibliográficas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu_Na%C3%A7%C3%A3o
http://www.youtube.com/watch?v=0pHqfDsMpEE
Hino de Maracatu: http://www.youtube.com/watch?v=0pHqfDsMpEE
http://raizesdepaiadao.blogspot.com.br/
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