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O Artigo Historia

Por:   •  10/7/2018  •  Artigo  •  1.283 Palavras (6 Páginas)  •  435 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS/ CAMETÁ

FACULDADE DE HISTÓRIA DO TOCANTINS – FACHTO

SEMINÁRIO DE FILOSOFIA E EDUCAÇÃO

DOCENTE: TUNAI REHM

DISCENTE: VANESSA KHRISLLEN PINHEIRO FERREIRA

RESENHA

ABAETETUBA

2016

             François Dosse, é historiador Frances, nasceu em Paris em uma família de classe média, e desde cedo se interessou por política, vinculando-se quando jovem ao trotskismo. Estudou sociologia e história na Universite de Vincennes – Paris VIII. Aprovado no exame de Agrégation, lecionou vários anos nos liceus de Pontoise e Boulongne-Billancourt. Foi Maître de conférences no IUFM (Instituto de Formação de Mestres) de Versailles e no de Nanterre. Foi aprovado no exame para dirigir pesquisas em 2001, quando produziu um trabalho sobre Michel de Certeau e consolidou sua orientação para a área de teoria da história e historiografia. Publicou inúmeros trabalhos nessas áreas. Atualmente é professor no IUFM de Créteil.

Na historiografia recente podemos observar o retorno do interesse pelo acontecimento. Esse renascer do acontecimento vem acompanhado de várias mudança na sua abordagem. Agora possui as ideias de caos, mutação e rupturas. Se ligando tanto ao tempo quanto ao espaço, o acontecimento é peça muito importante em qualquer pesquisa ou narrativa historiográfica. Embora não existam uma quantidade considerada de historiadores que defendam uma escrita da história que derive de acontecimentos, os profissionais desta área, trabalham de várias maneiras com estes. Entre os pesquisadores de história, é possível dizer que alguns consideram o acontecimento como o objeto de pesquisa próprio ao saber histórico, ou seja, aquilo que demarca o limite fronteiriço da ciência ou da disciplina História em relação aos outros saberes e o ponto a partir do qual ela se constitui (VEYNE, 2008); alguns expressam que o acontecimento é uma categoria conceitual imprescindível à pesquisa histórica, todavia não pode ser o objeto de investigação desta, tampouco ocupar seu centro de análise (ARÓSTEGUI, 2006); enquanto outros preferem tratar o acontecimento como elemento de menor importância, submetido a uma dada configuração geral ou estrutural de longa-duração que causaria e, concomitantemente, explicaria sua emergência (BRAUDEL, 1990).

François Dosse, intrigado por esse retorno de ideias referentes ao acontecimento, discute como em diferentes momentos, especialmente no século XX, os campos do conhecimento pensaram o acontecimento, sobretudo nas ciências humanas. Problematiza o conceito de acontecimento com a intenção de entender como esta noção pode ser útil à historiografia do século XXI.

Em Renascimento do acontecimento, Dosse (2013) empreende um estudo epistemológico a fim de reconstruir a noção de “acontecimento” na historiografia. Em diálogo com o crescente interesse pelos fenômenos singulares, por parte das ciências humanas, o autor propõe uma nova interpretação desse conceito, procurando vê-lo não mais de modo restritivo, e sim a partir de seu caráter indefinido. O ressurgimento do conhecimento, demostra o autor, traz uma ideia perturbadora, de algo que abarca o ambiente de antes de uma manifestação e segue em direção ao depois, abraçando suas causas e seus vestígios.

O que se assiste não seria, assim, o simples retorno de um acontecimento factual, e sim o nascimento de um novo olhar sobre ele: “Ao mesmo tempo Esfinge e Fênix, o acontecimento foge, por natureza, a qualquer pretensão redutora”, escreve Dosse (2013), sugerindo a impossibilidade de, por mais que se investigue, confinar o acontecimento entre as fronteiras de um conceito.

François, discorre inicialmente, como o acontecimento é visto e entendido no tempo histórico e na filosofia da História. Na Antiguidade, a ideia de acontecimento estaria ligada ao que os antigos chamavam de fortuna. Quanto mais firme fosse o poder de um soberano mas se daria sentido e coerência a todos os acontecimentos históricos, “A fortuna conduziu todos os acontecimentos para uma única direção e obrigou todas as questões humanas a se orientarem para um único e mesmo fim” (Dosse, 2013).

Na Idade Média, a compreensão acerca de acontecimentos estaria ligada ao tempo de Deus, tempo que determinaria e intensificaria cada acontecimento, colocando-o em um conjunto preexistente e significante.

“Diretamente ou não, intervenções de Deus, dos anjos, dos santos, até mesmo dos demônio, proporcionavam diversas explicações possíveis que limitavam consideravelmente as oportunidades de inserir um fato no campo do casus fortuito e inexplicável” (Dosse, 2013).

Assim, partindo dessa compreensão, baseada em uma história cristã, em um tempo cristão, em uma narrativa histórica de fatos que é presa ao esquema explicativo da religião, os acontecimentos estariam ligados com uma procidência divina, tudo seria fruto de uma vontade divina. A realidade do acontecimento teria sempre que se sujeitar a esse desígnio providencial. Desde que o indivíduo assim seguisse, esse ele iria garantir seu sucesso, pois o esquema providencial iria lhe assegurar isso.

“Como os bárbaros não puderam passar sem ajuda da imaginação para a razão, a autoridade da providência foi ratificada imediatamente. A providência ensinava aos pagãos de épocas primitivas a usarem a razão no final das, a compreenderem realmente Deus” (Dosse, 2013).

Distanciando da ideia de um plano divino, apresentando outras concepções, a filosofia do conhecimento inicia um processo e laicização na história. Essa filosofia traz como base a razão como princípio do conhecimento. Dosse, dialoga com alguns filósofos renomeados do século XIX, que também compartilham ou tem ideais parecidos com essa filosofia.

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