ARTIGO - HISTORIA CULTURAL
Por: LUMESTRABALHOS • 23/10/2020 • Relatório de pesquisa • 1.293 Palavras (6 Páginas) • 176 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO MARANHÃO - UNIFACEMA
BACHARELADO EM PSICOLOGIA
ALUNOS
TEMA
CAXIAS - MA
2020
ALUNOS
TEMA
Apresentação do trabalho, disciplina, curso, e instituiçãoxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Professor:
Caxias – Ma
2020
Logo na primeira Parte da obra “Vigiar e Punir” de Michael Foucault, intitulada Suplício, trata, justamente, do impacto desta questão, realizando uma caracterização do suplício, sobretudo, enquanto ritual e tecnologia política, aspecto extremamente latente em discussões na academia, que procuram compreender até que ponto ocorreria esta ruptura da maneira com a qual o autor apresenta, suas fontes, verificando sua efetividade para a Europa e seus reflexos em outros locais. A obra possui grande ligação com a corrente historiográfica marxista, aspecto que o próprio autor evidencia.
De maneira geral o autor realiza uma análise dos efeitos punitivos enquanto parâmetros de caráter social, que, entre outras atribuições, estruturam uma hierarquia social, produzindo uma série de efeitos, excepcionalmente, judiciais. Não compreendendo a punição enquanto fator, exclusivamente, negativo, como retratado em obras anteriores, mas de uma produtividade notável, com multiplicidade dimensional.
Foucault apresenta uma relação entre os sistemas punitivos e sistemas de produção, pontuando uma polêmica que se abre em relação à explicação destes fenômenos, pela qual posteriormente será destacada a necessidade do que o autor denomina microfísica do poder que compreende o poder como um aspecto constituído em todo e qualquer espaço, arraigado à estrutura social, desconstruindo as perspectivas de sua implicação excludente, como o caso de posses. Feito isto, o autor discute o suplício enquanto técnica e ritual político, na qual de evidencia a ruptura em relação ao mesmo.
A segunda parte, “Punição”, funciona como sendo um canal de ligação entre o “Suplício” e a “Disciplina”, trecho de enfoque neste texto, pela qual se deve questionar as razões pelas quais o suplício se permite tornar intolerável na metade do século XVIII, de modo que o autor por si mesmo, não compactua desta perspectiva, posicionando em concepção, justamente, contrária, mostrando o que a prisão, propriamente dita tem de intolerável, entendendo a mudança na economia da punição que está ligada à punição da própria sociedade, pela qual ele menciona o que se conhece por crise da economia do castigo permitindo, a suavização (rasa) do poder de punir, não olhando apenas um aspecto, assim, ele elenca as ideias de uma série de outros teóricos reformadores, onde a prisão já não é mais protagonista e há uma nova visão que discute a existência de outras formas de se pensar a punição para além da prisão.
Foucault discute esse protagonismo da prisão, afirmando o fato do suplício ser criticado por uma visão reformadora, mas aparece enquanto forma geral do castigo. Em outras palavras, ele sugere o seguinte questionamento: Se há uma variedade nas discussões sobre as formas de punição, e não uma concordância sobre a melhor alternativa para a ação, por que a prisão prevalece enquanto maior e mais efetiva estrutura de punição? Se já não é o regime monárquico, o suplício ou o absolutismo. Dito isso, a terceira parte da obra, intitulada “Disciplina”, sobretudo, por discutir a questão dessas estratégias, na qual o primeiro capítulo é denominado “Corpos Dóceis”.
O movimento geral do capítulo e seu objetivo é aprofundar as transformações dos novos desdobramentos de poder ocorridos na virada do século XVIII, onde o autor compara o soldado do século XVII e o da metade do século XVIII, vendo uma diferença contrastante. Essa comparação é retomada por Focault no final do capítulo, onde ele percebe como a ideia de honra e coragem do soldado é perdida ao longo do tempo e em como ele se torna um fragmento móvel no espaço, relacionando as disciplinas como organização do tempo, do espaço e do corpo.
Ele pontua a descoberta do corpo como objeto e alvo de poder, onde o corpo é algo que “se manipula, se modela, se treina, obedece, responde”, não que esta seja uma área nova, uma vez que o corpo sempre foi objeto e sujeito de poder, mas no século XVII há algumas novidades segundo o autor, que as subdivide da seguinte forma: a primeira seria a escala de poder, onde ele afirma que “não se pode cuidar do corpo em massa como unidade indissociável, mas trabalhá-lo detalhadamente”, propondo a vista do corpo nos mínimos detalhes.
O segundo seria o objeto, onde não mais seriam os elementos significativos do comportamento do corpo, mas sua movimentação interna, sendo esse um objeto novo do poder. O terceiro, por sua vez, seria a modalidade, onde ele afirma que “implica numa conexão ininterrupta constante, que vela mais sobre os processos da atividade do que sobre seus resultados”. Em “a arte das distribuições” (primeira parte do capítulo) Foucault fala da multidisciplinaridade do poder, suas diversas formas de atuação, ele discute, dessa forma, as origens do poder, mencionando instituições como os conventos e posteriormente os exércitos, pela qual ele compreende o nascimento do poder enquanto fragmentado, e que se completa na medida em que se apresenta em diferentes espaços, indo de encontro a uma teoria da origem propriamente dita, mas com a junção proveniente de um processo, desmistificando conceitos totalitários em relação ao poder, estando em jogo novass novas técnicas disciplinares em relação ao corpo, como tendo efeito duplo, sendo ele político e econômico.
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