O Hermenêutica

1 INTRODUÇÃO

A Bíblia foi escrita em hebraico e grego, sendo que o Velho Testamento, que vai do livro de Gênesis a Malaquias, foi escrito em hebraico e conta a história de uma nação, e o Novo Testamento, que vai do livro de Mateus até Apocalipse foi escrito em grego contando a história de um homem o qual foi predito sua vinda no antigo testamento; ela contém 66 livros e foi escrita por diversos autores num intervalo de aproximadamente 1600 anos, incluem livros da lei, tais como Levítico e Deuteronômio; livros históricos, como Esdras e Atos; livros de poesia, como Salmos e Eclesiastes; livros de profecia, tais como Isaías e Apocalipse; biografias, tais como Mateus e João; e epístolas (cartas formais), tais como Tito e Hebreus. (CACP, 2013).

A palavra do Senhor é sagrada, e a bíblia não é um simples livro, as Escrituras são como uma biblioteca inteira, que guarda textos montados pelo tempo, pela história e pela fé. A Bíblia é um livro maravilhoso, todas as outras obras literárias existentes não se comparam a ela, toda filosofia e ciência humana não conseguiram mudar tanto a sociedade e a história quanto a Bíblia, a raiz dos problemas da sociedade é espiritual e é através da Bíblia que podemos aprender a ter o verdadeiro viver espiritual, sendo assim ela foi escrita com certas características que a levaram a ser o livro dos livros: ela é pura, valiosa, é eterna, é imutável, é profética e fiel.

Entendemos que a Bíblia foi escrita pelas mãos dos homens, porém estes foram movidos pelo Espírito Santo. Os autores foram reis, pescadores, sacerdotes, oficiais do governo, fazendeiros, pastores e médicos. Todos eles, vivendo na mais diversa realidade geográfica e em períodos históricos diferentes, mesmo assim mantiveram a unidade em relação aos temas em comum em todos os livros (HIPOLITO, 2009). Esta unidade deve-se ao fato de que estes escritores foram inspirados por um único Autor: Deus.

Desta forma os sagrados escritores escreveram aquilo que lhes foram “soprado” por Deus e cada um deles usou o seu próprio estilo para descrever, narrar, profetizar diversas situações, porém registravam exatamente o que Deus queria que dissessem, usavam então a sua cosmovisão sem perder a essência que era expirada por Deus.

2 A COSMOVISÃO DOS SAGRADOS ESCRITORES

A Cosmovisão é a visão com a qual o indivíduo interpreta o mundo, a sociedade e as circunstâncias em que vive, aplicando constantemente esta visão em sua vida (WERONKA, 2009), ou seja, ela representa a forma como cada indivíduo observa o mundo ao seu redor, é um conjunto de suposições e crenças que alguém usa para interpretar e formar opiniões acerca da sua humanidade, propósito de vida, deveres no mundo, responsabilidades para com a família, interpretação da verdade, questões sociais, etc. (MENDES, 2009). Esta cosmovisão pode ser adquirida de várias formas dentre elas a ciência, religião e filosofia. Desta forma, a cosmovisão cristã coloca o entendimento do universo como criação de Deus, e todas as esferas de conhecimento, possíveis de estarem presentes na humanidade, como procedentes do Deus único e verdadeiro, Senhor do universo, comunicadas a nós por Cristo (OLIVEIRA, 2008).  Destacamos aqui a cosmovisão bíblica que é formada a partir da convicção de que o próprio Deus falou à humanidade pela Bíblia Sagrada, usando o homem como Seus escritores sagrados.

A Bíblia determina a cosmovisão legítima e autenticamente cristã. Ela é o guia adequado para todas as questões de fé e conduta.  As Escrituras apresentam todas as coisas necessárias à vida piedosa (MEISTER, 2008). Consideramos assim que os sagrados escritores foram homens direcionados pelo Espirito Santo de Deus para traduzir por meio de sua cosmovisão aquilo que o Senhor vos revelava.

Com base nisto, a revelação divina só veio até nós por meio de mãos humanas.  Deus usou homens para transmitir Sua mensagem, estas foram escritas por pessoas sob o efeito de inspiração Divina. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça (2 TIMOTEO 3:16). Da mesma forma Pedro afirma que nenhuma profecia foi proferida pela vontade dos homens. Foram inspirados pelo Espírito Santo, onde os homens falaram em nome de Deus (2 PEDRO 1:21).  

A palavra “inspirada” vem do grego Theopneustos que significa expirada ou soprada por Deus. Isto revela que a Palavra saiu de dentro de Deus, para o coração dos escritores, que foram movidos pelo Espírito Santo, (CACP, 2013). Sendo assim, observamos que os homens falaram da parte de Deus, mas ainda como homens, ou seja, não era um processo de simples ditado ou de “psicografia”. O Espírito Santo, agindo nestes profetas, fez com que falassem a vontade de Deus usando as palavras e o estilo do próprio autor. O resultado é divino em verdade e origem, mas humano em formato (HIPOLITO,2009). Eles usaram sua cosmovisão de acordo com a linguagem local, fatos que estavam vivenciando, período e época que foram contrastadas nas mais diversas realidades e situações, e mesmo em intervalos grandiosos de tempo a essência da Palavra se manteve fiel e íntegra, tudo isso porque Deus sempre foi e sempre será o Mesmo, Ele nunca muda (MALAQUIAS 3:6).

Entendemos que a Bíblia foi dada diretamente por Deus à humanidade, Ele é o autor das Sagradas Escrituras e os sagrados escritores foram homens, inspirados e orientados por Ele para falar e escrever estas Escrituras, ficando claro que estes homens são escritores, inspirados pelo Grande Autor – Deus.  

Sendo a Bíblia uma coleção de textos religiosos e de valor inestimável aos cristãos, escrita em períodos históricos e geográficos diferentes, humanamente falando, dizemos que esta conta com diversos autores devido aos seus registros. Apesar destes diversos autores, a bíblia é um só livro, com uma única mensagem, isenta de contradições em seu conteúdo. Todos os autores/escritores da Bíblia apresentam perspectivas diferentes, mas todos proclamam o mesmo Deus único e verdadeiro, e o mesmo único caminho para salvação – Jesus Cristo – o Messias, sendo todos eles inspirados pelo Espírito Santo de Deus, nenhum deles se contradizem e formam um só conjunto dando sequência e complemento nas histórias, revelações e profecias registradas (WATSON, 2009) .