O olhar de Cecilia Meireles e Euclides da Cunha sobre a semana santa

        

O OLHAR DE EUCLIDES DA CUNHA E CECÍLIA MEIRELES SOBRE O COMPORTAMENTO DA SOCIEDADE NA SEMANA SANTA

Jessica Braz da Silva ^[1] 

        Este artigo tem por objetivo apresentar uma comparação entre textos da mesma autora, Cecilia Meireles, que apresenta tema semelhantes e linguagem distinta. Os textos retratam uma tradição religiosa que é a Semana Santa, ocorrida em Ouro Preto. A justificativa para a escolha do tema é relatar como temas iguais é trabalhado de forma distinta de acordo com o público alvo. No texto intitulado A Semana Santa em Ouro Preto, publicado na revista Travel in Brazil, tem o intuito de atrair turistas estrangeiros, o texto, no modo geral, é construído por uma escrita multimodal, de forma a privilegiar figuras, cores e expressões linguísticas. Iniciado com relatos da referida cidade, mencionando seus esplendores da mineração, sua beleza arquitetônica preservada assim como opções de estádia e de rotas a seguir.  Já no texto intitulado como A Semana Santa, publicado no livro Cecília Meireles: crônicas de viagem, o texto revela uma tradição religiosa vivida pelos cristãos de forma intensa e comovente. A metodologia aplicada neste trabalho é de estudo bibliográfico onde foram selecionados alguns livros como: Crônicas da província do Brasil de Manuel Bandeira, Crônicas de viagem de Cecília Meireles, a revista Travel in Brazil  e artigos que tratam sobre o gênero da propaganda turística e as regras que controlam o funcionamento e a circulação dos discursos sociais.

PALAVRAS-CHAVE: Cecília Meireles,

INTRODUÇÃO

        

        O fluxo de turistas internacionais teve um significativo crescimento depois da segunda guerra mundial, que transformou principalmente a geografia do turismo europeu vinculando novos destinos que até então estavam muito afastados da obtenção do mercado emissor tradicional. Com o crescimento do turismo em alta, o então presidente do Brasil na época, Getúlio Vargas, percebe a necessidade de divulgar o Brasil no exterior, com isso busca meios de anunciar o Brasil por meios de ações de propaganda visando mostrar os esplendores locais. A revista Travel in Brasil foi um dos importantes meios de ações utilizado em 1942 para divulgar o Brasil como lugar turístico para os estrangeiros, a revista procurava enaltecer o que havia de melhor naquela época em nosso país com o intuito de promover aqui as atividades turísticas.

 Isso gerou uma disputa pela preferência desse novo mercado entre os destinos tradicionais, tanto pelos aspectos naturais de seus atrativos, como pela herança cultural existentes em tais regiões.

        

        Segundo Walter Hunzikker e Kurt Krapf (1942), turismo é o conjunto das relações e dos fenômenos produzidos pelo deslocamento e permanência de pessoas fora do seu local de domicílio.

        Em se tratando de estilo, podemos dizer que os enunciados, dos textos de propaganda turística, caracterizam-se pela opacidade, pelo jogo com as formas do sistema linguístico, pela constante utilização de recursos expressivos, como figuras de linguagem, que configuram uma polissemia enunciativa.

        

        Esta evolução do turismo internacional revelou que o mercado de destinos turísticos vem evidenciando uma saturação nos últimos anos em razão principalmente de que os turistas estão preferindo destinos que ofereçam recursos naturais e culturas distintos dos destinos tradicionais. Provocando assim uma concorrência acirrada entre os destinos pela captação, preferência e retenção desses turistas.

SEMANA SANTA

        Em 325 d.C., o Concilio de Nicéia, presidido pelo imperador Constantino, que depois de tanto tempo os cristãos serem perseguidor Constantino se converte ao cristianismo e é comemorado os últimos dias de cristo, no domingo de ramos e o sábado de aleluia, o catolicismo também foi adotado como religião oficial do império romano.

        A semana santa é a celebração da paixão de Jesus Cristo, onde é celebrada sua morte e ressureição, inicia-se com a quaresma representando os quarentas dias que jesus foi tentado no deserto, o cristão passa 40 dias de jejum e penitência, depois e como se vivessem tudo que cristo passou, desde sua agonia até sua ressureição, onde é feito a via sacra que se reza contemplando todas os sofrimentos vividos por jesus.

Cada dia da comemoração faz referência a um acontecimento: o domingo de ramos refere-se à entrada do Rei, o Messias, na cidade de Jerusalém, para comemorar a páscoa judaica. Na segunda-feira seguinte foi o dia em que Maria ungiu Cristo; na terça-feira foi o dia em que a figueira foi amaldiçoada; a quarta-feira é conhecida como o dia das trevas; a quinta-feira foi a última ceia com seus apóstolos, mais conhecida como Sêder de Pessach. A sexta-feira foi o dia do seu sofrimento, sua crucificação. Sábado é conhecido como o dia da oração e do jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus. E, finalmente, o domingo de páscoa, o dia em que ressuscitou e encheu a humanidade de esperança de vida eterna.

SEMANA SANTA EM OURO PRETO, CECÍLIA MEIRELES:

        Ouro Preto é uma cidade de Minas Gerais, localizada a 95 km da capital, Belo Horizonte. A fundação da cidade se deu em 1711, em origem do arraial do Padre Faria e outros arraiais, tendo recebido o nome de Vila Rica. Por conservar grande parte de seus monumentos coloniais, foi elevada a Patrimônio Cultural da Humanidade.

        Ouro Preto é uma cidade bastante religiosa, e dessa forma ganha o olhar mais atencioso da poeta viajante Cecília Meireles, onde a mesma escreve um conto sobre a Semana Santa em Ouro Preto, momento em que se vive de forma intensa a fé e a devoção, descrevendo de forma detalhada os famosos festejos religiosos de Oberammergau e de Sevilha. É apresentado inicialmente o cenário, ruas, igrejas e praças, onde há encenações de episódio da Semana Santa, dessa forma aglomerando os fiéis para o ritual sagrado.