Religião para os índios carijós
Por: Luiza Giovana • 31/5/2015 • Artigo • 1.102 Palavras (5 Páginas) • 4.776 Visualizações
A importância da religião para os Índios Carijós habitantes da Ilha da Cotinga
Luiza Giovana RampelottiPinto1
Resumo
O artigo em questão tem o objetivo de analisar qual a importância da religião para os nativos residentes da Ilha da Cotinga, na baía de Paranaguá.
Os habitantes da Ilha continuam seguindo as tradições indígenas? Praticam alguma religião e qual a sua importância para eles?
Palavras-chave
Religião; Índios Carijós; Baía de Paranaguá; Ilha da Cotinga
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1Luiza Giovana Rampelotti Pinto – Estudante de Comunicação Social, Terceiro ano em Jornalismo,
Universidade Positivo. Curitiba, Paraná, Brasil. Email: luizagiovana95@gmail.com
Introdução
A Ilha da Cotinga se localiza na baía de Paranaguá, ao norte da cidade, sendo o transporte de barco o único meio de chegar até lá. Foi o primeiro território paranaense habitado pelos colonizadores portugueses, por volta de 1550, que ali se estabeleceram pois tinham receio dos índios Carijós que habitavam a região de Paranaguá.
Hoje a Ilha da Cotinga é um local cercado de mistérios, onde ainda encontram-se diversas inscrições em ruínas e vestígios do início da civilização paranaense. Os habitantes atuais da Ilha são os índios Carijós e pescadores, que mantêm vivas as tradições culturais indígenas.
Os Carijós preservam os costumes, a língua tupi-guarani e, principalmente, a religião milenar. Para os indígenas, existe um deus supremo e invisível, que criou todas as coisas e governa tudo. Seu deus é considerado um herói, e todos os dias, ao cair da tarde, a comunidade se encontra no Opy (casa de reza). É lá que os indígenas cantam músicas em devoção à Ñanderúguarú (seu deus) por várias horas. Os rituais são dirigidos pelos pajés, que orientam os índios em relação às suas doenças e são responsáveis pela remoção de enfermidades, eles fazem isso mediante os poderes e a sabedoria que dominam. Os indígenas também acreditam que a alma é imortal e que o espírito dos mortos permanece por um tempo no corpo exercendo poder sobre os vivos.
Marco Teórico
Religião
De acordo com Emile Durkhein (2008), ''[...] a verdadeira função da religião não é nos fazer pensar, enriquecer nosso conhecimento, [...] mas sim nos fazer agir, nos ajudar a viver. ''
Durkhein estabeleceu que a religião é, antes de tudo, um sistema de crenças e práticas, e não necessariamente a crença a um deus transcendente. Sua existência baseia-se numa distinção essencial entre fenômenos sagrados e profanos.
Para Durkhein, não existem religiões falsas, pois todas correspondem à determinada condição da existência humana. O sentimento religioso nasce da consciência pessoal da insuficiência humana e da admissão da fragilidade e transitoriedade da vida. Ele diz que a religião não se originou de cultos a divindades pessoais, mas sim de cultos a forças anônimas e poderes indefinidos.
Se as religiões não são definidas pela crença em uma divindade, Durkhein procurava um ponto de ligação entre elas. E para ele, esse ponto se encontra nos dois domínios em que as religiões dividem o mundo: o sagrado e o profano. Os templos teriam a função de separar os dois mundos. Nesse sentido, considera-se sagrado tudo aquilo que está ligado a religião, magia, mitos, crenças. Em qualquer tipo de religião, a concepção do sagrado se manifesta sempre como uma realidade diferente das naturais, remetendo ao extraordinário, ao anormal, ao transcendental, ao metafísico. Quando o processo é tratado como um fato natural, biológico, normal, estamos no campo do profano, de tudo aquilo que não é sagrado.
. Para Durkhein, o simbolismo religioso também atua com a função de reproduzir as hierarquias sociais. O fato de a religião ter sido legitimadora de várias formas de poder arbitrárias ao longo dos séculos não anula o seu potencial criador, seu impulso para a ação
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