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Resenha critica do filme Ágora

Por:   •  29/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  916 Palavras (4 Páginas)  •  429 Visualizações

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O filme aborda diversos conflitos históricos vivenciados pela humanidade, neste em específico, conseguimos observar a crueldade na luta das religiões onde o cristianismo e toda a sua doutrina manipulava e arrebatava fiéis a sua crença de “santificação”. Os conflitos entre os pagãos e os cristãos marcam de uma forma catastrófica toda a disputa por poder e controle no qual a religião estabelecia em tempos antigos.

Para o cristianismo o paganismo, que era quem dominava a cidade, consistia em qualquer prática ou atitude religiosa divergente da sua. Na Idade Média, com o avanço do processo de cristianização, a igreja católica passou a classificar como pagãos todos aqueles que resistiam à conversão e permaneciam com suas crenças.

         Em primeiro momento, os pagões, que exerciam sua fé através de adorações aos seus deuses, cultivação de suas estátuas e símbolos aos seus seres divinos, dominavam e orquestravam Alexandria, controlavam e geriam as leis deste lugar causando murmúrios entre os cristões. Alexandria era habitada por grandes homens de renome, nesta época o patriarcado era dominante, um destes homens era Téon (pai de Hipátia, a personagem principal) que através de todo esse poder conseguiu sustentar a liberdade de Hipátia e fugir dos costumes no qual eram estabelecidos para as mulheres na idade antiga.

         Hipátia, uma linda mulher, filosófica, matemática e influente, trouxe com sua vocação diversos saberes para a humanidade, podemos destacar o hidrômetro como uma das suas descobertas, atuava como professora em Alexandria repassando o seu grande e criativo conhecimento aos moradores de Alexandria.

Todos os seus métodos, estudos e ensinos eram arquivados na grande biblioteca de Alexandria, que foi uma das mais significativas e célebres bibliotecas e um dos maiores centros de produção do conhecimento na Antiguidade. É importante ter em mente que a Biblioteca de Alexandria não abrigava livros propriamente ditos, mas rolos e mais rolos de pergaminhos. Como uma grande filósofa, Hipátia não se entregava a superficialidade de religião e acreditava em algo muito mais libertador do que uma possível crença como molde para os seus pensamentos. Hipátia debatia e desenvolvia diversas teorias com seus admiradores e gurus, há partes do filme onde Hipátia se mostra bastante intrigada para entender o funcionamento da translação da terra e toda as suas frustrações sobre este método.

Os cristãos começaram a colocar em xeque a sua fé contra a dos pagãos, criando disputas através do seu líder Cirilo, para entender qual ser divino era o maior de todos. Por falta de questionamento pessoal e empatia esses conflitos/disputas foram ganhando força em Alexandria criando assim uma barbárie entre as duas crenças. Os cristãos foram os “pseudo-vencedores” ganharam somente status de religião dominante nesta selvageria, neste conflito as crenças foram enfiadas goela-abaixo fazendo com que pagões se convertessem ao cristianismo em troca da sua vida. Essa importante transição ocorreu no século 4, no Império Romano: de um Estado totalmente pagão a um Estado misto pagão e cristão. Alexandria, no Egito, estava no centro dessa disputa. Era um lugar onde pagãos, judeus e cristãos compartilhavam o mesmo espaço.

 Este conflito destruiu parte do ciclo cultural histórico no qual existia dentro da biblioteca de Alexandria. A riqueza obtida naquela biblioteca, cultivada por mais de 900 anos, foi estupidamente destruída pelos cristãos como um ato de vitória. Este episódio atrasou o avanço do conhecimento da humanidade.

Em meio a este caos, Hipátia foi obrigada a se proclamar “cristã” para que pudesse viver em Alexandria após a conquista dos cristãos. Como Hipátia era uma filósofa nata, essa conversão a religião ficou engasgada para os cristãos. Alexandria começou a viver seus tempos de fé na palavra, todos os antigos habitantes no qual exerciam funções foram convertidos contra a sua vontade para zelar a paz religiosa no poder de Alexandria. Os antigos monumentos religiosos já não se faziam mais presentes, somente havia espaço para a “fé-verdadeira” em Alexandria.

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