Resenha do Livro: Um projeto de Espiritualidade Integral
Por: Elluz • 6/6/2018 • Resenha • 1.356 Palavras (6 Páginas) • 1.178 Visualizações
RESUMO DO LIVRO “UM PROJETO DE ESPIRITUALIDADE INTEGRAL”
AUTOR: Caio Fábio D’Araújo Filho. VINDE COMUNICAÇÕES, 1994. 107 páginas.
Trabalho apresentado no curso livre de Teologia do Instituto Teológico Quadrangular, módulo: Introdução à Teologia.
2018
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A ideia central do autor é demonstrar que ainda carregamos uma espiritualidade fragmentada, causadora de desajustes psicológicos, sociais e emocionais, procurando resgatar, a partir da vida e dos ensinamentos de Jesus, os elementos da verdadeira espiritualidade.
Explica que a espiritualidade é a busca, pelo homem, do sagrado, um desejo humano que se projeta para a verticalidade e que brota do coração do homem na perspectiva de discernir, de entender e integrar o ser cósmico à realidade da sua vida e ao seu cotidiano. De maneira singela, afirma que a espiritualidade é o que está aí, retratado nos evangelhos. Ele diz que desde a afirmação de que o verbo se fez carne até as últimas e mais simples ações e gestos de Jesus é a suprema apologia de uma espiritualidade integral, onde Deus é o centro e tudo tem que acontecer para Sua glória. Em suma, é ver a vida com os olhos de Jesus.
A partir desse objetivo, o autor desenvolve o tema sobre como conciliar o conhecimento da palavra de Deus com a prática em nossas vidas. Ele começa falando desde a espiritualidade na história antiga, começando na espiritualidade intimista oriental, judaica, grega, até a espiritualidade cristã como a partir da igreja primitiva, da patrística, da idade média, da igreja reformada, da pietista, da ortodoxa, da neo-ortodoxa, da liberal, da carismática, chegando até a teologia da libertação. Mas deixa claro que não vai falar de vida espiritual, mas sim de espiritualidade encarnada, integrada, historicizada, jungida, misturada, onde tudo quanto existe tem de estar a serviço da glória de Deus.
Ele entra no assunto perguntando onde começa e a partir de onde se desenvolve a espiritualidade integral. Responde que, com base no texto de Mateus 16:16, ela começa na aceitação consciente de que Cristo é o nosso Salvador e ela se desenvolve a partir da aceitação do convite ao discipulado, pois Jesus afirma: “se alguém quiser ser meu discípulo, repita no quotidiano o grande gesto do calvário, siga-me e negue-se a si mesmo”. Essa seria, segundo o autor, a gênese da espiritualidade.
A percepção de espiritualidade total, integral, segundo o autor, é simbolizada na transfiguração que é a expressão, a manifestação antecipada do Reino, do projeto de vida que Deus sonhou para cada um de nós. Esclarece que cada dia e cada lugar pode ser santo, pois o calendário de Deus não tem sábados nem domingos, só tem dias santos e em Cristo, todo lugar pode ser santificado e ser o lugar da espiritualidade vivenciada. Além do mais, a fisionomia da espiritualidade tem cara e tem corpo, pois em Cristo, a “shekinah” de Deus não é mais nuvem que enche os templos, mas sim o nosso corpo, posto que Paulo ensina em I Co. 6:19 que Deus nos transformou em catedrais existenciais do Espírito santo.
Pontua que Jesus não fala, uma única vez, a palavra espiritual. Afirma que este “chavão” não passou pela boca de Jesus por uma razão muito simples: para Jesus não havia uma vida espiritual; para Ele, a espiritualidade era a vida, pois não poderia existir qualquer forma de espiritualidade a não ser na vida.
Neste livro o autor responde às perguntas: O que é espiritualidade? Quem é espiritual? Como ser uma benção? Como manter o equilíbrio entre o sentir e o pensar, buscando uma espiritualidade longe da euforia ou da apatia?
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Analisando de uma forma clara e profunda a questão da espiritualidade, o autor traz uma abordagem sobre o tema sem o extremismo da ortodoxia conservadora e sem o fanatismo de coreografias vazias.
Tudo que faz parte do dia a dia da humanidade tais como natureza, geografia, cultura, produções artísticas, roupas, adereços, espontaneidade (a forma de espiritualidade integral é a não formalidade) podem ser vazados pela espiritualidade, desde que as pessoas compreendam e deixem de lado aquela espiritualidade fragmentada, legalista, individualista, como a espiritualidade judaica, pois a verdadeira espiritualidade sofre com os que sofrem, alegra-se com os que se alegram, mas não desiste jamais de ir em frente, encarando a vida ou a morte.
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