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UMA ANÁLISE DO MODELO PROIBICIONISTA E SEUS PROBLEMAS A LUZ DE MAQUIAVEL

Por:   •  23/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  4.249 Palavras (17 Páginas)  •  381 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC- UFABC[pic 1]

CURSO: BACHARELADO EM CIENCIA E HUMANIDADES – BCH

MATÉRIA: ESTADO E RELAÇÕES DE PODER

DOCENTE: REGIMEIRE MACIEL

RELAÇÕES DE PODER E NARCOTRÁFICO

UMA ANÁLISE DO MODELO PROIBICIONISTA E SEUS PROBLEMAS A LUZ DE MAQUIAVEL

ALICE LEAL RECH

BRUNO RUSSO AGUIAR

ERNANE PEDRO MATOS BARROS

JOÃO PEDRO PINHEIRO

MATEUS OLIVEIRA

STEFANO TOMEI

SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP

2017

ORIGEM DO COMÉRCIO DE DROGAS:

A relação primordial entre o crime e as drogas ocorreu, segundo Marco Polo, quando o“Velho das Montanhas”, residente na fronteira entre o que é hoje o Irã e o Iraque: “conseguia assegurar a lealdade de seus capangas,em sua fortaleza nas montanhas,mantendo-os supridos de Haxixe”. Fazendo com que estes ficassem conhecidos como “Haxixins”, termo que origina a palavra “Assassina”. Muito diferente das intenções atuais, o uso de drogas era majoritariamente medicinal.

Não se sabe com exatidão, porém as primeiras evidências do consumo da Maconha para usos medicinais na Europa Oriental datam mais de 3.000 a.C.. Durante as “Grandes Navegações” a globalização das substâncias psicoativas já havia se estabelecido, sendo um exemplo disso, a taxação de plantações de folha da Coca na América pelos espanhóis. Portugal foi o pioneiro em legalizar o uso fiscalizado de substâncias psicoativas.

As nações mais importantes do planeta investem pelo menos há mais de 40 anos numa guerra militar ao Narcotráfico. Nesse tempo, bilhões de dólares têm sido destinados para o combate militar ao Narcotráfico na América Latina. Mesmo com o investimento, o mercado ilícito de drogas não cessa sua expansão e adaptação. Quanto mais se aposta na “Cultura Proibicionista” mais a violência aumenta sem resolver o problema.

Levando em conta o forte combate ao tráfico se torna difícil crer que as drogas já tenham sido legais, e até incentivadas e comercializadas por importantes multinacionais. Os primeiros graves problemas com o vício surgiram no período da Guerra Civil americana, pois a morfina era usada para aliviar a dor de graves ferimentos, o que resultou em muitos militares viciados (episódio o qual ficou conhecido como “A Doença do Soldado”).

O ópio foi introduzido pelos chineses na América e, após o fim da Guerra passou a ser constantemente indicado como medicamento para todos os tipos de mal estar. A Heroína (derivado do Ópio) passou a ser vendida livremente, sendo comercializada até mesmo pela Bayer Company como um remédio substituto da morfina, sendo seu anúncio: “Ao contrário da Morfina, a nova substância produz um aumento da atividade e faz desaparecer todo tipo de tosse".

A Cocaína surgiu em seguida e mais uma vez apresentada como um remédio. Sigmund Freud (1856-1939), o pai da Psicanálise, acreditou durante um bom tempo que ela fosse uma droga útil para o tratamento da depressão. Os primeiros resultados foram positivos, mas aos poucos percebeu-se a dependência dos pacientes.

Em 1914 ocorreu proibição da Cocaína. As grandes nações firmaram acordo em restringir a produção e o comércio dos derivados de Ópio. E, em 1914 o Congresso Americano aprovou o “Decreto Herrison de Narcóticos”, o qual previa que o interessado em comercializar entorpecentes, era obrigado a ter um registro no Governo para que pudesse ser fiscalizado pelo Departamento do Tesouro, exceto para a comercialização da cocaína que ainda não era considerada como um narcótico.

A Maconha surgiu nos EUA nas décadas de 20 e 30, através dos imigrantes mexicanos. No ano de 1933, houve o fim da “Lei Seca”, o que resultou na eliminação da maior fonte de renda da Máfia, seu fundador conhecido como Charlie “Lucky” Luciano enxergou nas drogas, boas substitutas para o negócio.

Com a grande demanda da época, Lucky, como um grande empresário do crime, dirigiu a importação de heroína e estabeleceu um sistema de distribuição para os EUA até 1962, ano de sua morte. Até o início da década de 1970 a maioria da heroína nos Estados Unidos era importada Turquia, e das cidades do Oriente Médio a base da Morfina era transportada por terra ou por mar para a Europa onde era convertida nos laboratórios em Marselha.

Com o fim da Conexão Francesa na década de 70 quando o Presidente Richard Nixon pressionou a Turquia para que acabasse com a plantation de papoula. No entanto, com a Turquia não produzindo mais o Ópio, quem passou a produzi-lo foi o Triângulo Dourado (região do Sudeste Asiático), se tornando precioso aos norte-americanos durante a Guerra do Vietnam, enriquecendo os veteranos que se sujeitaram ao tráfico.

O comércio de cocaína foi o mais lucrativo e violento. Nas décadas de 70 e 80, tanto no continente europeu quanto no americano, o vício na droga aumentou absurdamente. A planta de Coca cresce principalmente nos Andes do Peru e da Bolívia, cultivada também na Colômbia, que tinha os cartéis mais poderosos da época. Em 1986, o governo americano e boliviano atuaram juntos no combate ao comércio da cocaína, o que temporariamente paralisou o refinamento da droga. Em 1987, os países concordaram em manter a parceria para convencer os fazendeiros a trocarem o plantation de coca por outras culturas, mas não foi observado nenhum progresso.

A década de 1970 foi a década dos cartéis colombianos como maior força no tráfico em escala internacional. Os principais foram o Cartel de Medellín e Cartel de Cali, os chefões mais importantes eram: Pablo Escobar, Jorge Ochoa, José Rodríguez Gacha e Carlos Lehder. Em 1979 o Governo Colombiano concordou com um Tratado Internacional que permitia que colombianos natos, se traficassem drogas aos E. U. A. pudessem ser julgados pela Justiça Americana.

O Cartel de Medellín combateu tal Tratado de todas as formas, principalmente pagando jornais para publicar matérias acusando os governantes de abrirem mão da soberania nacional. Escobar e Lehder foram até mesmo grandes representantes políticos no país e estavam a frente da oposição a esses acordos com os americanos. Entretanto, o novo Ministro da Justiça (Dr. Rodrigo Lara Bonilha) tendo como maior objetivo acabar com o Narcotráfico deu ordens de prisão contra alguns dos principais traficantes do país por violação das Leis Colombianas, e enquanto se escondiam a Polícia desferia um dos golpes mais severos da história contra os Cartéis.

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