ANÁLISE DA VISITA Á CAMPO COM EMBASAMENTO NOS TEXTOS LECIONADOS: PRAIA DOS ARTISTAS: NATAL/ RIO GRANDE DO NORTE
Por: Íris Lima • 28/11/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.760 Palavras (8 Páginas) • 961 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
TÓPICOS ESPECIAS IX
DOCENTE: SORAIA MARIA DO SOCORRO CARLOS VIDAL
DISCENTE: IRISLLANI MICKAELLI FELIX DE LIMA
-ANÁLISE DA VISITA Á CAMPO COM EMBASAMENTO NOS TEXTOS LECIONADOS:
- PRAIA DOS ARTISTAS: NATAL/ RIO GRANDE DO NORTE
[pic 1]
Conhecida por seus arrecifes, suas ondas fortes que permitem a prática do surf e por ter sido um dos maiores pontos turísticos visitados nos anos 70, “anos dourados” como é caracterizada esta época, em que pessoas ligadas ao teatro, artes plásticas e música começaram a frequentar e grandes artistas da televisão se hospedavam quando visitavam Natal. A praia dos artistas, sofreu diversas transformações ao longo dos anos em decorrência da modificação urbanística da Cidade do Natal. Hoje, ela ainda está entre um dos sete pontos da área especial de interesse turístico, porém o paisagismo do local é insatisfatório pela falta de preservação das partes responsáveis. Muitas foram às transformações ocorridas no local, mas há um legado histórico enraizado que nem mesmo o tempo é capaz de apagar.
A praia dos Artistas está localizada em uma região de forte movimentação populacional, por está próxima ao centro da cidade, possuir um fluxo de transito alto, após a construção da Ponte Newton Navarro(2007), estar nas imediações do Forte dos Reis Magos, ponto turístico característico da Cidade do Natal e a outras praias que também são conhecidas como: Areia Preta, Miame Beach, ao sul e do meio e do forte, ao norte. Na visita a campo podemos analisar as diversas transformações ocorridas no local e nos bairros que á cercam como : Petrópolis, Areia Preta, Rocas e Brasília Teimosa, principalmente na mobilidade urbana que interliga-se a estes bairros. [pic 2]
Nos Anos 70, as Elites, famílias tradicionais com grande influência política e econômica em Natal, dominavam muitas áreas da Cidade e entre elas estavam à praia dos artistas. Muitas construções impróprias foram feitas por autorização dos governantes da época que utilizavam do poder para benefício próprio, hoje não é muito diferente, porém naquela época não havia uma fiscalização para impedir tais construções que atualmente atrapalham gravemente a parte socioambiental da Cidade como foi o caso do desabamento ocorrido entre Mãe Luiza e Areia Preta. No artigo estudado em sala que tem como título o “Direito a Cidade” do autor David Harvey, é enfatizado exatamente este assunto quando se expõe a concentração do poder nas mãos de poucos o seu capitalismo exacerbado, predominante no ambiente urbanístico.
“Desde o início, as cidades emergiram da concentração social e geográfica do produto excedente. Portanto, a urbanização sempre foi um fenômeno de classe, já que o excedente é extraído de algum lugar e de alguém, enquanto o controle sobre sua distribuição repousa em umas poucas mãos. Esta situação geral persiste sob o capitalismo, claro, mas como a urbanização depende da mobilização de excedente, emerge uma conexão estreita entre o desenvolvimento do capitalismo e a urbanização. Os capitalistas têm de produzir excedente para obter mais-valia; esta, por sua vez, deve ser reinvestida a fim de ampliar a mais-valia. O resultado do reinvestimento contínuo é a expansão da produção de excedente a uma taxa composta – daí a curva lógica (dinheiro, produto e população) ligada à história da acumulação de capital, paralela à do crescimento da urbanização sob o capitalismo.”
As construções nas imediações desta praia tem uma medição arquitetônica e paisagística que estabelece o máximo de três andares por prédio. Isto foi decretado para beneficiar a visibilidade da praia e seus arredores . Até hoje não se vê a partir da praia dos artistas até o forte dos reis magos, construções acima deste patamar. A arquitetura do Antigo Hotel Reis Magos é um demonstrativo deste decreto. [pic 3]
Ao caminhar pela orla da praia também podemos conhecer a antiga ponta do morcego e visualizar a região onde era a passarela que foi destruída pela correnteza marítima e pela falta de preservação do local. Toda a região da ponta do morcego está comprometida, não podendo haver construções por riscos de desabamentos, segundo a Defesa Civil. O local era muito utilizado para encontros românticos, porém, atualmente está à mercê da insegurança pelos constantes assaltos, desvalorizando o local que possui uma visão privilegiada da Cidade do Natal. Tanto a praia dos artistas quanto as regiões próximas estão à mercê desta insegurança, isto tem fez com que o turismo sofresse um decaimento. Este foi um dos motivos para a praia dos artistas não ser mais comparada ao que era nos anos 70, um lugar movimentado e com grande visibilidade turística nacional. Passada está época de “glória”, nos seguintes anos o declínio ficou mais perceptível por essa falta de segurança e pelo “point“ de prostituição empregada no local, fazendo daquele cartão postal um local não tão desejado pelos visitantes. No artigo exposto em sala de aula com o título: “Apropriações do espaço público: Alguns conceitos”, da Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo, Eneida Maria Souza Mendonça. Retratam-se alguns dos aspectos do espaço público, enfatizando a insegurança e a desestruturação dos locais públicos, ocasionados pela falta de investimentos que tornam os espaços desvalorizados por seu paisagismo degradado e sua insegurança urbana. A análise feita pela autora pode ser então relacionada com a praia dos artistas, para um melhor embasamento teórico.[pic 4]
“Deste modo, ao mesmo tempo em que os espaços públicos permanecem ambientes desejados pela população e reivindicados por ela ao poder público, cabe reconhecer que convivem com este desejo, de certo modo reprimindo-o ou neutralizando-o, uma série de situações controversas relacionadas ao binômio medo – segurança e à difusão de “espaços públicos” de outra natureza, como os propiciados pelo uso da internet. Cabe, no entanto, reconhecer a existência de outros aspectos que também contribuem de maneira desfavorável às reais apropriações dos espaços públicos, tais como a própria qualidade dos espaços públicos, e, portanto, as formas de planejamento e gestão sobre estes incidentes.”
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