Atividade Geografia do Turismo
Por: Fernanda Puga • 12/7/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 962 Palavras (4 Páginas) • 367 Visualizações
Universidade Federal de Sergipe[pic 1]
Disciplina: Geografia do Turismo
Docente: Cristiane Alcântara de Jesus Santos Campos
Discentes: Charles Alves de Souza, Pedro Henrique Jesus Santos
A modernidade e seus avanços tecnológicos, econômicos e no campo da pesquisa influenciaram de alguma no fenômeno do turismo, construindo lugares fechados e isolados do seu entorno que buscam reproduzir, de forma encenada, a vida real fora desse lugar. Nesse sentido, são lugares extremamente transformados, sem identidade e que não possuem um histórico (CRUZ, 2007) de vivências e acontecimentos que o caracterize e o defina de alguma forma.
Um dos aspectos da construção de não lugares foi da necessidade de consumir uma realidade que certamente não é encontrada onde se procura por ela (CRUZ, 2007). Nesse sentido, os aspectos culturais e da vida em sociedade são negados em detrimento de uma encenação das relações sociais por meio de atividades de recreação e signos que são efêmeros e objetivam reproduzir identidades de outras culturas.
É ousado afirmar que os efeitos da globalização, que indicam a produção de serviços e produtos em alta escala atrelada a necessidade consumo de um produto imediato, influenciaram de forma significativa na construção de não lugares, uma vez que, os atrativos culturais e naturais possivelmente não conseguem dar conta desse ritmo produtivo acelerado e que demanda um alto nível de interatividade e satisfação por meio de experiências extremamente inovadoras.
Para exemplificar o que seria um não lugar é interessante debruçar – se brevemente sobre o entendimento do funcionamento dos resorts, levando-se em consideração a forma como os mesmos são distribuídos espacialmente. Uma vez que, as localizações desses empreendimentos destoam de tudo que está a sua volta, primeiro que, os murros altos objetivam bloquear as mazelas que estão lá fora e buscam desenvolver uma sensação de satisfação e realização fora do comum aos seus hospedes, e sobretudo um sentimento de segurança e a sensação de estar em um ambiente perfeito e impecável.
A construção de não lugares está relacionada ao processo de reprodução espacial, que segundo Carlos (2007, p. 61) “[...] no momento em que o processo de acumulação, para continuar se realizando, exige a existência de outros ramos de atividades produtivas”, ou seja, há a relação direta entre os setores por terem objetivos em comum. Sobretudo por ser um processo de transformação rápido e desigual geram-se consequências negativas como a aversão dos residentes as esses lugares. Nesse sentido, as relações espaço-tempo implicam em mudanças nas bases da sociedade com a finalidade de adaptações, portanto criam-se espaços efêmeros e repletos de contradições, consequências diretas da relação contraditória entre o uso e o valor.
O desenvolvimento do capitalismo, atrelado a globalização implica diretamente em todos os lugares, principalmente na questão de valores, estamos inseridos em uma sociedade que para todas as ações ocorrerem há uma serie de interesses implícitos, portanto, coisas como um simples objeto pode se tornar uma estratégia principalmente econômica. Sobretudo nota-se a alteração sobre o espaço, na qual ele também se torna mercadoria, a globalização suscitou ao capitalismo a mundialidade, ou seja, possibilitou relações tanto sociais quanto econômicas mundialmente, porém, o capitalismo não garante a unificação de forma justa a todos, na maioria dos casos acontece por exemplo, em detrimentos dos países emergentes. Consequentemente é notável as modificações influenciadas pelo sistema capitalista, em diversos casos com o objetivo do consumo excessivo (CARLOS, 2007).
Através da ideia de que tudo pode se transformar em mercadoria, o homem é configurado como um elemento passivo, uma vez que está inserido na sociedade de consumo. Em virtude de o “desenvolvimento” do turismo em diversos locais ocorrerem de maneira acelerada e repleta de contradições, gera-se o sentimento de não identidade e estranhamento para os residentes, principalmente pelo fato de tudo se tornar atrações. além disso, transformações ou adaptações que camuflam a cidade real, influenciando no imaginário do turista, ou seja, criando locais artificiais e, para Carlos (2007, p. 64) “a indústria do turismo transforma tudo o que toca em artificial, cria um mundo fictício e mistificado de lazer ilusório, onde o espaço se transforma em cenário [...]”, dessa maneira, o real é adptado, transfigurado, para seduzir e fascinar.
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