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O trabalho dos guias de turismo: uma análise ergométrica

Por:   •  10/3/2019  •  Monografia  •  3.582 Palavras (15 Páginas)  •  739 Visualizações

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XXII Encontro de Iniciação à Pesquisa

Universidade de Fortaleza

17 à 21 de Outubro de 2016

O trabalho dos Guias de Turismo: uma análise ergonômica

Julianne Queiroga de Oliveira ¹*(IC), Regina Heloisa Maciel² (PQ), Silvia Fernandes do Vale³ (PQ),         Darli Chahine Baião³ (PQ)

1.Universidade de Fortaleza – Curso Psicologia.

2.Universidade de Fortaleza – Professora do Programa de Pós-graduação de Psicologia

3.Universidade de Fortaleza – Programa de Pós-graduação de Psicologia

juliannequeiroga@gmail.com

Palavras-chave: Guias de turismo. Condições de trabalho. Análise ergonômica. Pesquisa qualitativa.

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar o trabalho dos guias de turismo da cidade de Fortaleza-CE, baseando-se em uma Análise Ergonômica da Atividade. Inicia-se com considerações acerca dos postulados sobre a função dos Guias de Turismo, as dificuldades da profissão, sua importância para as empresas de turismo e para os clientes. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em que foram realizadas entrevistas individuais com quatro guias de turismo, de ambos os sexos, da cidade de Fortaleza que versaram sobre o trabalho e suas dificuldades. Na análise de conteúdo temática os resultados obtidos foram divididos em quatro categorias: Ergonomia física, Ergonomia organizacional, Competências de um Guia e Análise do custo humano do trabalho. Concluiu-se que, apesar da profissão de Guia de Turismo exigir muito do profissional, exigências que vão além da aprendizagem adquiridas nos cursos e especializações, é considerada uma profissão que proporciona muito prazer e pouco sofrimento.

Introdução

Quando se fala em turismo, logo vem à mente uma série de associações ligadas à diversão, lazer e prazer. O Turismo é considerado um conjunto de serviços oferecido por agências e efetivados por profissionais especializados, que tem por objetivo o planejamento de pacotes de viagens, a execução de viagens, os serviços, desde a recepção, hospedagem e saída dos turistas, na sua temporária ausência das suas residências habituais (ANDRADE, 1995).

Os profissionais responsáveis por proporcionar aos turistas estes momentos são os guias de turismo que, assim como o turismo, não têm sido objeto de investigações pela academia, uma vez que são poucos os estudos encontrados sobre o tema. Assim, apesar de ser uma atividade antiga, no Brasil, esta profissão somente foi considerada a partir de 1986 e regulamentada a partir de 1993.

Ser um guia de turismo é mais do que guiar viagens e excursões, oferecer informações sobre lugares e monumentos. O guia é aquele que se comporta como um líder, que tem capacidade de assumir as responsabilidades, é um educador que oferece informações aos turistas sobre o destino de uma forma interessante que desperte no visitante o desejo de retornar (POND,1993).

Fala-se pouco sobre as funções do guia de turismo, por parecerem atividades comuns e de conhecimento geral. A missão desse profissional é oferecer subsídios para que os turistas possam aproveitar ao máximo sua viagem. Ele indica, acompanha, esclarece e aconselha o viajante, fazendo com que este aproveite o que há de melhor em cada visita efetuada (CANANI, 1999).

Quando se menciona o guia de turismo, em geral, ele é tido como um empregado de uma agência, de uma instituição e é mencionado muito brevemente, como elemento secundário do turismo. Para o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), os Guias de Turismo “executam roteiro turístico, transmitem informações, atendem passageiros, organizam as atividades do dia, realizam tarefas burocráticas e desenvolvem itinerários e roteiros de visitas” (CBO, 2015, p.2). Assim, a essência do trabalho nessa área envolve não apenas a transmissão de informações, mas também a apresentação de maneira interessante e sincera sobre os lugares, monumentos, etc.

A profissão se constitui de diferentes formas, dentre elas existem: os guias regionais, guias de excursão, nacionais e internacionais e guias especializados. O guia focado neste trabalho é o guia de excursão, cujas atividades compreendem o acompanhamento e a prestação de informações e assistência, em caráter permanente, a grupos de turistas, em suas viagens e deslocamentos entre diferentes localidades (FEANGTUR, 2016).

O guia de turismo lida, predominantemente, com pessoas, podendo agir livremente ou supervisionado, sendo seu trabalho rotineiro no que diz respeito à execução de suas tarefas. Existem duas formas da profissão: guia autônomo - aquele que trabalha individualmente oferecendo às diversas agências o seu serviço e guia de agência - aquele que está filiado a uma agência específica e só atende grupos organizados pela agência (SENAC, 1993), porém, mesmo filiado a uma agência, o guia não tem carteira assinada e é remunerado por comissões dos pacotes que são vendidos aos turistas, sem salário fixo.

A relação entre o guia e o turista pode contribuir para surgimento de desconfortos e prazeres entre ambos, já que a emoção é inerente a todas as interações pessoais. Por trabalhar com o atendimento ao público, ele tem que levar no rosto o sorriso que é considerado o maior símbolo de hospitalidade, independente do seu estado emocional (CASTELLI, 2005). Deste modo, o guia de turismo tem interações frequentes, longas e intensas com os participantes da excursão, tendo um espaço e tempo extremamente limitado para liberar a carga emocional, assim, aumentando ainda mais a intensidade do desafio.

O trabalho emocional é mais importante no setor de serviços do que em outros setores, por várias razões. Em primeiro lugar, a avaliação da qualidade do serviço é muitas vezes difícil, por ser um serviço imaterial. Em segundo lugar, o produto do serviço é imediatamente consumido e correções, tais como “dar a volta no produto”, não são possíveis. O trabalho emocional, em terceiro lugar, deve influenciar as emoções dos clientes, desse modo, também influenciam suas cognições e comportamentos (ZAPF, 2002).

Baseado no exposto a presente pesquisa objetivou analisar o trabalho dos guias de turismo da cidade de Fortaleza-CE, baseando-se em uma Análise Ergonômica da Atividade.

Metodologia

A pesquisa de cunho qualitativo foi realizada com quatro guias de turismo, de ambos os sexos da cidade de Fortaleza-CE (duas mulheres e dois homens). A idade média dos participantes foi de 36,5 anos e o tempo de profissão 8,75 anos. O único critério de inclusão foi o de estar na profissão há pelo menos um ano. A maneira utilizada para o recrutamento dos participantes, no perfil escolhido, foi a técnica de “bola de neve”, iniciada por um conhecido da pesquisadora. Foi solicitado ao primeiro pesquisado que indicasse conhecidos seus, também guias de turismo, para participação na pesquisa. Como instrumentos foram utilizados: um questionário sociodemográfico e um roteiro de entrevista semiestruturado, contendo perguntas que avaliam os aspectos ergonômicos da atividade de ser guia de turismo.

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