A ATIVIDADE DE L.PORTUGUESA
Por: bbhxcry • 28/3/2020 • Resenha • 1.399 Palavras (6 Páginas) • 275 Visualizações
Texto I
Após a queda da República Velha e em pleno cenário de implantação do governo ditatorial de Vargas, surgiu o Romance de 30, movimento de caráter extremamente critico com características Neorrealistas, que agregavam a liberdade estética dos modernistas de 22. Inspirados pelo caos, as obras eram embasadas nos problemas sociais que assolavam a população.
Características do Romance de 30:
A verossimilhança foi utilizada como uma denúncia social, apesar da história ser ficcional não houve alteração da realidade tortuosa;
Há uma boa noção temporal e espacial caracterizando uma linearidade narrativa;
A utilização da linguagem culta urbana foi estrategicamente pensada para atingir um público específico que ocupava as grandes cidades;
A maioria dos romances escritos nessa época tinham estruturas históricas agrárias, com personagens estereotipados como senhores de terras opressores e trabalhadores oprimidos, no entanto, há também as estruturas urbanas, que tinha predomínio das camadas sociais mais baixas;
Apresentam indivíduos que possuem determinado nível social;
O regionalismo universal é a junção do meio no qual o personagem está inserido com a construção psicológica dele, o homem é produto do meio.
A primeira obra publicada pelo movimento foi “A Bagaceira”, de José Américo de Almeida, ela discorre sobre o sertanejo e os problemas decorrentes da seca. Alem dele, escritores como Raquel de Queiroz, José Lins do Rego, Graciliano Ramos e Erico Veríssimo foram os principais representantes do Romance de 30.
Raquel de Queiroz em suas obras traça o paralelo entre o campo e a cidade, mostrando a busca incessante do sertanejo por melhores condições de vida, a sua escrita apresenta traços de intimismo e visão feminista. Sua obra de maior destaque foi “o Quinze”, nela interliga o plano social com o individual. Diferente de José Lins do Rego, que fala sobre o ciclo da cana de açúcar, descrevendo os homens como corajosos e honrosos e mulheres submissas e dóceis. Sua principal obra foi “Fogo morto”.
Algumas características são presentes na obra de Graciliano Ramos:
Rigor expressivo,
Linguagem seca (frases curtas),
Análise Psicológica dos personagens.
Em Vidas Secas (1938), é narrado em 3ª pessoa, enquadra-se na 2ª fase modernista (Regionalismo), utiliza-se do discurso indireto livre, conta a história de uma família com os seguintes personagens : Fabiano, baleia, Sinhá Vitória, Menino mais velho, menino mais novo. Fala de um cenário rural, discussão de temáticas sociais como pobreza, desigualdade social.
A falta de comunicação entre os personagens faz com que ocorra a equalização humana,comparando Fabiano a um bicho: se comunica através de sons, gestos, caretas e movimentos de beiços, desprovido de qualquer oportunidades de melhorias.
Texto II
No artigo, “Opressores e oprimidos”: uma leitura do romance feita por Altamir Botoso (UNIMAR), o autor inicia o texto com uma análise da época literária, na qual Vida Secas, de Graciliano Ramos, foi inserida: o romance de 30. Entre os períodos de 1930 e 1950 os escritores procuram recriar a realidade da sociedade brasileira e seus cenários de horror, possuindo características regionalistas que mostravam “o Nordeste decadente, as agruras das classes médias no começo da fase urbanizadora, os conflitos internos da burguesia entre provinciana e cosmopolita” (BOSI, 2001, p. 435).
Em Vidas Secas o autor se preocupa em retratar o capitalismo tóxico no ponto de vista dos mais oprimidos, explorados e sofredores desse sistema. Os patrões possuem a necessidade de perpetuar essa situação inferiorizando e marginalizando seus subordinados, em função da seca constante. O enredo evidencia essa exploração ao mostrar Fabiano e sua família sendo ininterruptamente explorados por todos que estão a sua volta e possuem poder econômico antagônico ao da família. Por conta da seca, eles se vêem em situações difíceis e tendo que procurar incessantemente por melhores condições de vida.
A construção dos personagens, Fabiano e Sinhá Vitoria, retrata de forma geral a vida seca do sertanejo, onde habita uma terra seca que condena a fuga, a miséria, e a fome. As vidas em questão se encontram em situação de miserabilidade, denunciando os maus tratos e a pobreza de uma população que sofre com a falta de condições básicas e precisam colocar-se em situações degradantes para sua sobrevivência, “uma existência que é comum a todos aqueles injustiçados socialmente e a todos aqueles que trabalham a terra sem, no entanto, possuí-la” (BAUMGARTEN, 1986, p. 191).
O artigo faz um paralelo entre a significância humana e a coisificação, Fabiano em diversas abordagens da obra é retratado com um animal, seja ele de pequeno ou grande porte, representando a selvageria de um ser irracional, mas ao mesmo tempo a brutalidade para que pudesse conseguir correr atrás do que tanto almejava, uma vida melhor para si e sua família. Essa definição se deu a partir da determinação do contexto em que estava inserido e pelo meio-ambiente estruturado por Graciliano Ramos.
Sinhá Vitoria, também era descrita como um
...