A Calculadora No Colegial
Por: Beatriz Areco dos Santos • 23/7/2021 • Relatório de pesquisa • 1.988 Palavras (8 Páginas) • 222 Visualizações
Texto 1
Assim como você muitos professores apresentam argumentos para a não introdução da calculadora nas aulas de matemática: “Os alunos deixam de saber fazer contas”, “Tornam-se dependentes da máquina”, “Calculam mecanicamente sem pensar”...
Podemos notar que tais argumentos fundamentam-se na preocupação e defesa do cálculo como componente essencial do ensino e aprendizagem da matemática, uma vez que o ensino da matemática caracteriza-se ainda por um excessivo peso nas chamadas contas, onde o desenvolvimento da capacidade básica de cálculo, a memorização e manuseio das técnicas parece ser o fio condutor das aulas ao longo dos diferentes anos de escolaridade.
uso da calculadora poderá provocar uma redução no cálculo escrito e mecanizado, mas será socialmente preocupante um aluno dos nossos dias não encontrar com a mesma rapidez que um aluno de há 20 anos, o quociente de um número de 7 algarismos por um número de 4 algarismos, utilizando unicamente lápis e papel?
Acreditamos que não, entretanto poderá ser preocupante se o aluno, observando o dividendo e o divisor, não conseguir ter mentalmente uma ordem de grandeza do quociente, aliás, temos visto que há muitos alunos que nunca usaram a calculadora, para os quais 30 : 3 = 1!
Uma nova forma de encerrar o cálculo possibilita novas abordagens numéricas, através de atividades que permitem ao aluno tirar todo o partido do uso da calculadora, podendo investigar propriedades, verificar possibilidades de manipulação, tomar decisões em contextos variados, tendo como efeito importante e decisivo o desenvolvimento de uma atitude de pesquisa e investigação nas aulas de matemática.
Para que os alunos não fiquem dependentes da calculadora, nem a sub utilizem, é necessário que aprendam a usala de forma correta, utilizando as possibilidades abertas pelas memórias, teclas das operações e funções diretas, porcentagem e raiz quadrada, só para falar das calculadoras simples;
do ponto de vista pedagógico, incentivando o seu uso problematizado, refletido e crítico de forma a permitir a cada momento, analisar a razoabilidade dos resultados que a calculadora vai fornecendo, fomentar o registro, sempre que necessário, dos passos intermediários do desenvolvimento das estratégias, para que possam analisar possíveis alterações a serem feitas em seus procedimentos de resolução de um problema.
discussão sobre o cálculo que passa a ser possível fazer com o uso da calculadora, vem enriquecer a construção de muitos conceitos como, por exemplo, os de número, operações, regularidades, propriedades, entre outros, e possibilitar uma melhor compreensão das operações envolvidas, de forma natural, nesse trabalho numérico.
Encarar situações-problema ligadas à vida e a dados reais ganha, com a presença da calculadora, um lugar mais importante na educação matemática, porque os alunos podem, sem risco de serem sufocados por cálculos sem fim, pesquisar, organizar e gerir os dados com muito maior facilidade e rapidez.
presença da calculadora vai permitir que os alunos com menor domínio das técnicas básicas de cálculo não fiquem impossibilitados de viverem, por causa disso, todo o processo de formação e resolução de problemas (desenvolvimento nesse processo técnicas alternativas que lhe permitirão superar essas dúvidas).
Além disso, a possibilidade dos alunos poderem trabalhar mais problemas devido à rapidez com que os cálculos são efetuados é real, assim como a possibilidade que se abre para fases do problema geralmente negligenciadas, que se prendem com a discussão do resultado, verificação da correção da estratégia utilizada e possíveis generalizações.
importante ressaltar a contribuição da calculadora na diversificação das estratégias de resolução de problemas incentivando conjeturas, experimentações, verificações e formulação de novas hipóteses, o desenvolvimento de métodos próprios de resolução baseados, por exemplo, em de tentativa-erro, que têm muito a ver com as novas abordagens numéricas já comentadas.
pelo contrário, tem efeito motivador na resolução de problemas, estimula processos de estimativa e cálculo mental, dá chance aos professores de proporem problemas com dados mais reais e auxilia na elaboração de conceitos e na percepção de regularidades.
Texto 2
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do
Os PCNs recomendam o uso da calculadora em sala de aula. "Para D´Ambrósio "com uma calculadora abrem-se inúmeras possibilidades de se fazer matemática criativa com temas clássicos. " Não consigo entender porque razão a calculadora ainda não se incorporou integralmente às aulas de matemática". Na mesma direção, Bigode relata que o debate quanto ao uso da calculadora não é nada novo, pois, de acordo com o autor, Malba Tahan, em 1961, propunha que os cálculos trabalhosos e intrigantes fossem realizados por máquinas de calcular.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática estudos e experiências evidenciam que a calculadora é um instrumento que pode contribuir para a melhoria do ensino da matemática. A calculadora é também um recurso para verificação de resultados, correção de erros, podendo ser um valioso instrumento da auto-avaliação. Nessa perspectiva, o professor deve planejar como trabalhar com a calculadora em sua aula de forma que os alunos desenvolvam o raciocínio e construam seus próprios conhecimentos em relação aos conteúdos matemáticos, caso contrário, o professor pode não atingir os objetivos propostos. A adoção da calculadora em sala de aula implicará em mudanças na forma do trabalho docente.
Nessa perspectiva, a calculadora abre novas possibilidades para as aulas de
Matemática, pois de acordo com Silva, citado por Lorente , "o aluno poderá elaborar e explorar novas estratégias". As atividades com a calculadora podem ser de natureza investigativa, onde o aluno é levado a participar de pesquisas e descobertas, investigar as propriedades, realizar estimativas, formular hipóteses e verificar resultados. Uma investigação matemática desenvolve-se usualmente em torno de um ou mais problemas. Dessa forma, o uso da calculadora auxilia na busca de soluções, pois funciona como uma ferramenta que facilita e agiliza os cálculos, permitindo que as atenções do aluno sejam mais destinadas a compreensão dos conceitos em questão ou a estratégica de resolução.
Para os PCNs, o trabalho com a calculadora deve levar o aluno, necessariamente,
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