A Dinâmica Migratória Portuguesa
Por: Vsevolod • 15/12/2021 • Trabalho acadêmico • 2.707 Palavras (11 Páginas) • 123 Visualizações
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Vsevolod Tsvetkov
TRABALHO ESCRITO INDIVIDUAL
Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular Estudos Sociais da População lecionadas pelo Professor Doutor Carlos André Brito Correia.
Faculdade de Economia da universidade de Coimbra
Junho de 2021
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Dinâmica Migratória Portuguesa
Ficha Técnica:
Tipo de trabalho Trabalho Escrito Individual Título Dinâmica Migratória Portuguesa[pic 6]
Autor
Unidade curricular
Docente Programa Área científica
Data
Vsevolod Tsvetkov
Estudos Sociais da População Carlos André Brito Correia Licenciatura em Sociologia Sociologia
2021
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Índice:
- Introdução
- Conceito de Migração
- Emigração portuguesa
- Imigração portuguesa
- Análise de artigo
- Migração interna
- Conclusão
- Referências bibliográficas e Webgrafia
Introdução:
Neste trabalho, no âmbito da unidade curricular de Estudos Sociais da População, irei abordar as dinâmicas migratórias em Portugal, efetuando a comparação de diferentes períodos temporais.
Ao longo do decorrer das aulas lecionadas viemos a estudar o conceito de demografia. Assim a demografia é um estudo científico, mas como ciência surge apenas na segunda metade do século XVIII, e o seu objetivo é o estudo da dinâmica populacional humana. É uma área do saber muito relevante e importante hoje em dia para podermos compreender e analisar fenómenos populacionais ao longo do tempo, uma vez que a ciência não faz um estudo estático, mas sim um estudo das evoluções ao longo do tempo.
A ciência da demografia remete para vários conceitos: mortalidade, natalidade, fecundidade e migrações.
Conceito de migração:
Neste trabalho irei abordar o conceito de migração e começarei por explorar este mesmo conceito. Como é explicado no Glossário sobre Migração a migração é:
“Processo de atravessamento de uma fronteira internacional ou de um Estado. É um movimento populacional que compreende qualquer deslocação de pessoas, independentemente da extensão, da composição ou das causas; inclui a migração de refugiados, pessoas deslocadas, pessoas desenraizadas e migrantes económicas.”
Dentro da migração existem três tipos de movimentos migratórios:
- Emigração- Abandono ou saída de um Estado com a finalidade de se instalar noutro.
- Imigração- Processo através do qual estrangeiros se deslocaram para um país a fim de aí se estabeleceram.
- Migrações Internas- Circulação de pessoas de um a região do país para outra, com a finalidade ou o efeito de fixar mova residência.
Para o estudo dos movimentos migratórias é necessário ter em conta vários fatores sociais e económicos, sendo que esses afetam mais a migração populacional, ao contrário de variáveis como a mortalidade ou natalidade. Assim a falta de lugares de trabalho como o baixo rendimento pessoal, a pouca ou inexistência de serviços de qualidade, serviço publico de saúde e ensino, são fatores que “giram” a migração populacional e nos temos falta de sistemas informativos relativos a estes fenómenos para conseguir gerir analisar e estudar os movimentos migratórios, pois ao contrário do registo de óbitos ou de recém-nascidos que esta legislado e é obrigatório, dados que influenciam a migração não.
A era das migrações começou no século XX após a segunda guerra mundial. Anthony Giddens (2013), na sua obra “Sociologia”, diz que, devido ao processo de globalização que tem vindo a ocorrer no último século, em 2003 estimava-se que 175 milhões de pessoas residiam fora do seu país de origem (cerca de 3% da população mundial). Geralmente, as migrações e a globalização aumentam a diversidade
étnica e impulsionam a economia e as dinâmicas sociais e demográficas dos países que recebem os imigrantes. Apesar de no início do século XX os estados não tomarem muita atenção à questão migratória, a partir da década de ’70, nomeadamente em Portugal nos pós 25 de Abril, as dinâmicas migratórias começaram a ter mais importância para os países, principalmente para os países europeus.
Emigração Portuguesa:
Agora para abordar a emigração portuguesa no panorama migratório do país decidi abordar e comparar os fluxos migratórios ao longo do tempo centrando nas épocas do estado novo e da atualidade.
“De 1957 a 1974, cerca de 900 000 portugueses emigraram para França, mais de metade dos quais de forma irregular. Em 1975, a população portuguesa em França atingia os 750 000 indivíduos, formando a primeira comunidade estrangeira naquele país.
A mais velha ditadura de direita na Europa, o Portugal de Salazar, teme os efeitos da modernidade, protege o país das influências estrangeiras, resiste aos «ventos de mudança» que se levantam em África e fecha-se sobre si-mesma. A emigração, pela sua amplitude (10 por cento da população), vai converter-se num desafio para o regime. Para se manter no poder, a ditadura portuguesa organiza uma política de emigração ambígua que serve os seus interesses políticos, económicos, financeiros e militares. Impede a população de
emigrar legalmente e constrange-a à clandestinidade em França. Só contornando o Estado, os emigrantes irão conquistar melhores condições de vida e assim contribuírem ativamente - contrariando uma visão elitista - para a modernização, democratização e europeização de Portugal «a partir de baixo».” (Vítor, Pereia; 2014)
“Nos anos de 1960, Portugal registava o mais alto índice de emigrantes em relação à população residente. Na década de 1970, o regresso dos expatriados de África constituiu, em proporção à população, o maior fluxo de pessoas retornada bruscamente ao país de origem: mais de 7% num só ano. Nos finais de 1990, Portugal é o país europeu onde cresce mais rapidamente a proporção de imigrantes. A partir de 2005, em resultado de novas dificuldades económicas e de um crescimento mais lento, o número de imigrantes diminuiu, bom número de imigrantes residentes (sobretudo ucranianos) deixou o país, e assiste-se, hoje, a um recrudescimento da emigração de portugueses para o estrangeiro, com relevo para Espanha, Inglaterra, Suíça e Angola. Verificou-se uma nova mudança, e Portugal retomou as suas tradições de emigração, com valores semelhantes aos da década de 1960.” (Barreto, António; 2020; 226-277)
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