A LINGUAGEM

APRENDIZAGEM

Nas leituras sobre aprendizagem humana nos deparamos com uma série de informações em torno desta questão quanto a características, conceitos e variáveis que, permanentemente, interferem nas condições para que esta se realize.

Penso que a aprendizagem é um processo vincular que põe em jogo a articulação da inteligência e da afetividade do sujeito a partir das experiências sociais e escolares. Aprender é aprender com alguém, num contexto onde modelos e objetivos vão sendo incorporados, em torno das possibilidades e capacidades de crescimento e individuação, num ambiente social (LA ROSA, 2003, p. 213).

Aprendizagem não é aquisição de um comportamento qualquer, mas de comportamentos que podem mudar a ação, os sentimentos e os pensamentos sobre a realidade. A aprendizagem representa uma possibilidade de mudar as percepções sobre a realidade, a generalização e a aplicação de novos conhecimentos na vida e nas salas de aula isto se distingue da informação, pois implica atividade do sujeito e não é possível senão através dela. O que é aprendido é adquirido, incorporado à imagem e estima que a pessoa tenha de si mesma, de suas condições e metas pessoais.

Aprender é sair de si mesmo, conectar o prazer e o desprazer, a satisfação e a privação. Aprender é se deparar com o desconhecido e com a insegurança, com o desafio de crescer e de amadurecer, frente à realidade. É preciso querer sair de si mesmo, ter curiosidade, pulsão de saber. É um processo onde a paixão e a cognição passam a se relacionar. O desejo transfere sentido para aprender, provoca um investimento pessoal e a geração de conhecimentos (LA ROSA, 2003).

Para aprender é importante um espaço de confiança que possibilite a criatividade, a curiosidade e a descoberta; uma relação entre receber e dar, sentir e agir.

Na idade média era ensinada a cópia de textos religiosos. Para aprender era preciso escrever (no sentido de copiar) com o objetivo de expandir a memória dos conhecimentos a serem transmitidos. Memorizar era mais importante que representar, pensar. O conhecimento residia na memorização, na mente, sem considerar a investigação e o questionamento da historia e do mundo das idéias (RANGEL, 2001).